ZÉ PIRATA
O jogo do bicho é uma indústria de fazer dinheiro, dá emprego a milhares de brasileiros que do contrário estariam à míngua, pires nas mãos à espera das benesses dos governos populistas.
Se os bicheiros da antiga se engalfinhavam para manutenção dos pontos, os políticos também se engalfinhavam em busca de mandatos imorais e verbas, idem.
Criado pelo Barão de Drummond tem origem nobiliárquica, diferentemente de inúmeros cafajestes portadores de mandatos eletivos e protegidos por um cretino foro privilegiado.
Um poule do jogo do bicho vale mais que um cheque bancário, os famosos cheques borrachas que batem ou batiam na respectiva conta-corrente e voltavam para o depositante.
O depositante que corresse atrás do emitente!
Por tratar-se de uma atividade tolerada mas tida como contravenção, algumas pessoas ligadas ao Bicho, tinham dificuldade de enquadrar-se quando do preenchimento de um documento, ficha de cadastro, etc.
Qual profissão?
Bicheiro? Cambista? Não há reconhecimento legal!
Anos 80, em conversa com o meu amigo Zé Pirata, bicheiro de respeito no meio, ele confessou-me de como saiu-se ao declarar sua profissão, junto ao Colégio no qual o filho era matriculado.
Seu filho, perguntou-lhe:
----- Papai, qual é a sua profissão? Lá na escola querem saber da profissão do pai de cada aluno!
Zé Pirata, pensou, pensou, e encontrou a solução para o problema profissional.
Já que não poderia dizer-se bicheiro, profissão inexistente à luz legal, matou a charada.
----- Meu filho, quando chegar no Colégio diga na secretaria que seu pai é Doutor Veterinário, trabalha com bichos.
Robespierre Amarante
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