Crise incubada, por Miriam M. Morais
Deltan Dallagnol e suas palestras
Diante da revelação das suas palestras renumeradas o Procurador midiático, Deltan Dallagnol achou relevante prestar alguns esclarecimentos na sua página no Facebook, que publico abaixo, antes faço quatro perguntas básicas:
- Aonde ou em qual banco ele depositou recursos destinados ao Fundo de combate a corrupção?
- Qual o número da conta?
- Cadê os recibos das entidades filantrópicas que receberem doações?
- Qual o CNPJ da empresa jurídica de direito privado que doou ao setor público?
1 – O combate à corrupção sempre foi objeto de meu interesse profissional e acadêmico. Por isso, escrevi sobre o tema em 2012 e há mais de década trabalho na área.2 – Estou convicto de que o meu papel não se restringe apenas à esfera judicial, cabendo atuar na área acadêmica e cidadã. Por essa razão, resolvi trabalhar no combate à corrupção não apenas na frente repressiva-institucional, mas também na preventiva-cidadã, por meio de palestras em que posso promover valores de respeito à lei e ao bem comum e exercer minha cidadania em busca de reformas anticorrupção.3 – A maior parte das palestras é gratuita e nunca autorizei que empresas de agenciamento usassem meu nome para a divulgação de serviço oneroso (quem o fez agiu sem minha autorização e estão sendo adotadas providências para que cessem a indevida divulgação).4 – Dentro do mesmo espírito, no caso de palestras remuneradas sobre ética e corrupção em grandes eventos, tenho destinado o dinheiro para entidades filantrópicas ou para a promoção da cidadania, da ética e da luta contra a corrupção.5 - Embora eu pudesse legalmente dar destinação pessoal aos recursos, como muitos profissionais da área pública e privada fazem, optei por doar praticamente tudo para que não haja dúvidas de que a minha motivação é apenas contribuir modestamente, como qualquer cidadão de bem, para um país com menos corrupção e menos impunidade.6 – Realizei palestras em grandes eventos em 2016 e o valor, nos casos em que houve pagamento, foi INTEGRALMENTE destinado para a construção do hospital oncopediátrico Erasto Gaertner, uma entidade filantrópica que contribuirá com o tratamento de câncer em crianças de vários locais do país. Em 2017, após descontado o valor de 10% para despesas pessoais e os tributos, os valores estão sendo destinados a um fundo que será empregado em despesas ou custos decorrentes da atuação de servidores públicos em operações de combate à corrupção, tal como a Operação Lava Jato, para o custeio de iniciativas contra a corrupção e a impunidade, ou ainda para iniciativas que objetivam promover, em geral, a cidadania e a ética.7 – Nunca divulguei isso antes para evitar que tal atitude fosse entendida como ato de promoção pessoal. Contudo, diante de ataques maldosos e mentirosos, reputo conveniente deixar isso claro para evitar qualquer dúvida de que o que me motiva é o senso de dever, como procurador e como cidadão.Deltan Dallagnol, procurador da República e coordenador da Força Tarefa da Lava Jato em Curitiba
Nota dos advogados de Lula sobre entrevista de Joesley Batista para Época
O delator premiado Joesley Batista
A entrevista de Joesley Batista tem que ser entendida no contexto de um empresário que negocia o mais generoso acordo de delação premiada da história. Mesmo nesse contexto, Batista foi incapaz de apontar qualquer ilegalidade cometida, conversada ou do conhecimento do ex-presidente Lula. Considerações genéricas e sem provas de delatores não podem ser consideradas como dignas de crédito e não têm qualquer valor jurídico.
Cristiano Zanin Martins
Dilma, vítima da mais perigosa quadrilha do Brasil
A entrevista explosiva do empresário Joesley Batista, que apontou Michel Temer como chefe da maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil, explica por que Dilma Rousseff, a presidente legítima e honesta, foi derrubada; acusada de ser "inábil politicamente", Dilma era apenas refratária à corrupção endêmica do PMDB; de um lado, Moreira Franco operava nos aeroportos; de outro, Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima atuavam na Caixa Econômica Federal; em paralelo, Michel Temer e Eliseu Padilha conspiravam no Congresso, enquanto Henrique Eduardo Alves recolhia propinas numa das arenas da Copa do Mundo; com o golpe dos corruptos contra a presidente honesta, o Brasil passou a ser comandado diretamente pelo crime e milhões de pessoas perderam seus empregos.
do Brasil 247
Isabel Dias Macedo: não pediram desculpas a Dilma ainda por que?
Se Michel Temer é o chefe da quadrilha mais perigosa do país e se Aécio Neves é comprovadamente corrupto, muito possivelmente assassino e aliado de um traficante de drogas, POR QUE SERÁ QUE TODOS ELES SE UNIRAM PARA RETIRAR DILMA DA PRESIDÊNCIA através de votos que, agora se sabe, foram comprados tanto pela Odebrecht quanto pela OAS?
Então vamos lá: votos do impeachment comprados, corrupção comprovada por áudios, vídeos e cédulas de dinheiro vivo apreendidas e eu me pergunto: Aquela gente do bem que gritava "fora Dilma" a plenos pulmões por aí, NÃO PEDIU DESCULPAS A DILMA AINDA, POR QUÊ?
Há algumas hipóteses:
1- O que eles queriam era tirar o PT. Não queriam nem saber se quem iria para o lugar dela prestava ou não.
2- Falta de humildade para reconhecer que erraram "feio".
3- Estão esperando o comando da Globo.
4- Ainda não aprenderam a somar dois mais dois e aí fica difícil mesmo.
Persistência no erro, por Breno Altman
Supostas declarações dos ex-ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso e Tarso Genro, em entrevista ao Estadão, reafirmando a justeza de indicar, para a Procuradoria Geral da República, o mais votado de uma lista tríplice estabelecida pela Associação Nacional dos Procuradores da República, revelam que setores importantes do PT continuam capitulados ao "republicanismo" que desarmou o partido e a esquerda para o inevitável enfrentamento entre classes e projetos.
O VI Congresso do PT votou resoluções críticas e auto-críticas dessa postura, mas lideranças e correntes seguem renitentes na posição que levou o petismo ao cadafalso como ovelhas ao abatedouro.
"Republicanismo" é o nome moderno de uma concepção que considera o Estado como acima das classes e território neutro de disputa, fruto das ideias liberais, incluindo versões adocicadas do socialismo como as do italiano Norberto Bobbio.
Essa concepção se fortalece na crítica ao marxismo, para o qual o Estado é sempre a ditadura de uma classe social hegemônica, mesmo na sua forma democrática e eleitoral. A formulação marxista conduz à conclusão que, quando eventualmente partidos da classe trabalhadora chegam ao governo, devem agir com firmeza e determinação para submeter o máximo de casamatas e trincheiras institucionais ao seu comando, preparando-se para a contraposição de classe que fatalmente ocorrerá no interior do poder público.
O PT de Cardoso e Genro optou pelo caminho do liberalismo de Bobbio. Os resultados já conhecemos. Triste que persistam no erro.