Nada Muda

O governo dos Estados Unidos assumiu a guerra contra os palestinos, decidindo impedir que eles se armem para defesa de suas fronteiras contra o genocídio comandado por Israel na Faixa de Gaza, convertida por Telaviv em cruel campo de concentração, segundo definição de cardeal da Igreja Católica. 

É sinal de que mudou apenas a pigmentação do presidente da República que será da cor da genocida Condolezza Rice. 

A morte de palestinos, afegãos, iraquianos continua. 

E se possível a destruição do Irã. 

É o que teremos com este negro de alma branca na presidência dos Estados Unidos.

Qual será a diferença de Barack Obama para George Bush? 

O novo presidente não parece depender do álcool nem de estimulantes mais fortes.
Lustosa da Costa

Deixa rolar

É importante prestar atenção no que está acontecendo com a Sabesp.

O presidente Gesner de Oliveira é uma espécie de operador do PSDB, incumbido de ações mais sofisticadas. Ele foi encarregado de articular, no CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico), a aprovação da fusão Brahma-Antárctica, um dos mais obscursos episódios da história do direito econômico brasileiro.

Aliás, quem puder trazer o parecer dele, como presidente do CADE, avalizando a fusão, ajudaria a entender um pouco a maneira como ocorreu o processo político de concentração empresarial no país.

Coube a ele investir em uma campanha publicitária nacional milionária, para uma empresa com atuação estadual. Houve uma piora em todos os indicadores de resultados da empresa, no último balanço. Além de contratos jurídicos e de prestação de serviço de valor elevado.

Agora, ele está ameaçado de prisão por falta de providências na melhoria do saneamento em Guarujá.

Pode ser uma sucessão infeliz de episódios, que não comprometa a empresa definitivamente. Pode ser uma processo de degradação mais grave.A Sabesp tem um corpo profissional de alto nível. Tomara que consigam resistir a esse processo. Leia mais »

Mary por e-mail

O Vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho de poema de Camões:


'Amor é fogo que arde sem se ver,
 é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer '.

Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação :

 'Ah, Camões!, se vivesses hoje em dia, tomavas uns antipiréticos, uns quantos analgésicos e Prozac para a depressão.
Compravas um computador, consultavas a Internet e descobririas que essas dores que sentias, esses calores que te abrasavam, essas mudanças de humor repentinas, esses desatinos sem nexo, não eram feridas de amor, mas somente falta de sexo !'

A Vestibulanda ganhou nota DEZ, pela originalidade, pela estruturação dosversos, das rimas insinuantes e também, foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era apenas falta de sexo.

Obama seguiu o meu conselho. E o "smarst power" de Lula

Antes que você suspeite da minha sanidade mental (já que blogueiros são seres especialmente vulneráveis à megalomania), note que a primeira metade do título deste post deve ser lida como uma piada. Eu não resisti, quando vi esta notícia noestadao.com.br:
    Obama manterá Sobel na embaixada no Brasil, diz 'Post'

    AE/AP - Agencia Estado - WASHINGTON - O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prorrogou por um período não definido a permanência do embaixador dos EUA no Brasil, Clifford M. Sobel. A informação foi atribuída a um importante membro do círculo de amigos do presidente George W. Bush e publicada hoje pelo jornal The Washington Post. A publicação não aponta as razões de Obama para manter Sobel. Aparentemente isso se deve ao desejo do futuro presidente de que o embaixador siga em suas gestões com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem o democrata espera trabalhar em um plano energético regional. Ex-dirigente do Partido Republicano, Sobel foi peça-chave no trabalho da administração no entendimento de Lula e Bush no setor dos biocombustíveis. Em uma reunião há dois anos em Washington, ambos concordaram em empreender um plano piloto de ajuda ao desenvolvimento de tecnologia em vários países do hemisfério ocidental. Sobel, a quem o Post identifica como "um importante doador" da campanha de Bush, também foi embaixador na Holanda.
Leia o resto da reportagem. Vamos resumir. Sobel foi um "importante doador" da campanha presidencial de Bush. Com a eleição do amigo, virou embaixador no Brasil. Onde articulou a agenda bilateral do etanol. Agora, segundo o "Post", Obama deve manter Sobel no cargo. Precisa explicar mais? Se não entendeu, leia de novo desde o começo. Num artigo de uma semana atrás (Janela de oportunidade), eu sugeri ao novo chefe da Casa Branca que nas relações com o Brasil combinasse os ensinamentos deixados por dois presidentes americanos: Calvin Coolidge e Franklin Delano Roosevelt. Ao primeiro atribui-se o esclarecimento de que o negócio dos Estados Unidos são os negócios. O segundo baixou aqui em 1941 e, em troca de dar o impulso decisivo à nossa siderurgia, conseguiu fazer o Brasil parar de flertar com o nazi-fascismo. O presidente da época, Getúlio Vargas, ponderou bem a situação e concluiu que só tinha dois cenários possíveis pela frente, mutuamente excludentes: ou fechava com Roosevelt ou o Brasil seria invadido pelos Estados Unidos, dada a nossa posição estratégica no Atlântico. Como Getúlio era um gênio da política, em vez de optar pelo filofascismo e por terminar pendurado num poste, escolheu o lado certo e ainda levou de troco, entre outras coisas, a construção da Companhia Siderúrgica Nacional. Agora, releia um trecho do que escrevi aqui em Janela de oportunidade:
    Luiz Inácio Lula da Silva é o presidente brasileiro politicamente mais capaz desde Vargas, e certamente saberá extrair o máximo de Barack Obama. Nem o cenário mundial tendente à proteção das economias nacionais desautoriza o otimismo. Para ter sucesso, porém, Lula precisará encaixar a agenda certa. Um ponto de honra é o etanol. O governo e os empresários brasileiros montaram uma espécie de “invencível armada” dos biocombustíveis, vislumbrando um passeio em mar de almirante, com as velas enfunadas pelo preço explosivo do petróleo e pelo pavor planetário com as mudanças climáticas. Só que as embarcações do álcool da cana-de-açúcar, a exemplo da esquadra de Felipe II da Espanha no século 16, ameaçam ir a pique, pela falta de mercado. Já faltava antes da crise global, quanto mais agora. Depois de investimentos maciços no setor, o cenário brasileiro é de oligopolização acelerada, estoques lá em cima, preços lá em baixo, rentabilidade em risco e empresários de pires na mão rumo a Brasília atrás de socializar os prejuízos.
Enquanto vizinhos e um pedaço da esquerda brasileira se esgoelam no antiamericanismo, Lula dá um jeito de que os bons negócios com os americanos continuem caminhando bem. É o preço (barato) para que o Brasil prossiga equilibrando o jogo com os "radicais" (na terminologia preferida dos gringos), os daqui e os das redondezas. A nova secretária de Estado, Hillary Clinton, disse na sabatina dela no Senado (de lá) que, doravante, o governo americano vai ser mais esperto, um poder inteligente, o "smart power". Desculpe Mrs. Clinton, mas em termos de esperteza, de "smart power", enquanto a senhora está se dirigindo ao galinheiro o presidente do Brasil já está voltando com o omelete. Como escrevi quase dois anos atrás, quando Bush nos visitou (As crianças estão brincando lá fora):
    Por enquanto, fica a impressão de que as crianças obtiveram permissão para brincar de anti-imperialismo no quintal, enquanto os adultos conversam na sala sobre grandes negócios.
Santa mudança ortográfica. Agora eu sei, com certeza, que "anti-imperialismo" tem hífen. Desdenhar da reforma é uma roubada. É a minha segunda reforma (a primeira foi em 1971), e vou tentar me adaptar rapidinho. Outra roubada? Ler só as seções de política internacional, sem ler as de economia.

O mapa do inferno

Por Henrique Marques Porto


Um primeiro grupo de jornalistas entrou em Gaza depois do cessar-fogo e do início da retirada de parte das tropas de Israel. Descrevem o cenário como “desolador”. Muita destruição, milhares de desabrigados, corpos empilhados nas ruas ou ainda sob escombros. O depoimento de um palestino vale mais do que muitas análises: 

“-A guerra foi contra nós, o povo. O que aconteceu com o Hamas? Nada!”

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Hora de indenizações

A direitona esbraveja contra indenizações pagas pelo governo aos que foram torturados, mutilados, proibidos de trabalhar pela ditadura militar. Apega-se a algumas situações excepcionais para condenar toda a política adotada. Claro que há espertezas que se não podem negar. O dramaturgo Dias Gomes, ao morrer, recebia alta mensalidade, ele que ganhara rios de dinheiro, produzindo excepcionais novelas para a “Globo”. Carlos Heitor Cony é outro que embolsa gorda bolada mensal, embora, durante a ditadura, haja sido homem forte do grupo Bloch de Comunicação, sendo para tanto devidamente remunerado. Esta é a tradição brasileira. Remontemos ao tempo da expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro e veremos o padre Antônio Vieira criticar claramente as mercês dadas a quem não merecia: “Cá, se olharmos para os peitos dos homens, acharemos muitos hábitos e mui pensionados, onde nunca houve ato, nem ainda potência”. Em monografia sobre João Fernandes Vieira, José Antônio Golçalves de Melo registra “O próprio soberano em 1672 reconheceu a facilidade com que se introduziam papéis falsos na secretaria das mercês, com as quais se requeria satisfação dos serviços, usando sinais falsificados dos tabeliães, dando lugar ao escândalo de se verem despachados aqueles que não serviam”, com queixa geral dos verdadeiros beneméritos”.
Lustosa da Costa

Puta sacanagem


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