República de Curitiba e o ditado popular
Ministro do STF crítica a quadrilha de Curitiba
O PCC e o pig quer impedir de Lula se defender
A quadrilha de toga e do pig acha pouco a perseguição contra Dilma, Lula e o PT feita aqui no Brasil também quer impedir do ex-presidente recorrer a ONU.
Enquanto isso instruem os delatores chantageados a acusar petistas e aliados. Caso algum dos premiados cometam um ato falho e denuncie FHC, Serra, Alckmin ou outro tucano graúdo... isso não vem ao caso para o PCC - Primeiro Comando de Curitiba - e a grande famiglia midiática.
Corja!
Lula fez muito bem em denunciar a quadrilha de Curitiba a ONU
Juiz partidário
Num mundo menos imperfeito, Lula jamais teria que recorrer a um tribunal internacional para se defender de acusações que lhe são feitas no Brasil.
Mas este mundo em que vivemos é muito imperfeito — e isto quer dizer que Lula agiu muito bem em bater nas portas da Comissão de Direitos Humanos da ONU.
No centro do apelo de Lula está o que todos sabem, embora poucos falem: Moro é um juiz parcial, tendencioso, inconfiável.
É um juiz da plutocracia, um homem que não faz cerimônia nenhuma em aparecer ao lado de homens como os irmãos Marinhos em celebrações.
É evidente que ele vai condenar Lula, quaisquer que sejam as circunstâncias, se puder. Condenar e prender.
Os fatos não contarão nada, assim como no julgamento de Dilma pelo Senado.
Moro é um juiz da linha de Gilmar Mendes. Você consegue ver Gilmar julgando qualquer causa relativa ao PT que não seja com uma tonitruante condenação?
É uma medida extrema a de Lula, mas tempos excepcionais demandam ações igualmente excepcionais, para lembrar a grande frase do rebelde britânico Guy Fawkes.
Fingir que Moro e a Lava Jato são neutros só serve à plutocracia e a ambos, Moro e Lava Jato.
Um dos erros graves de Dilma e do PT não foi, lá para trás, ter reagido à altura quando se caracterizaram os abusos da Lava Jato. Não tardou que ficasse claro que o objetivo de Moro era extirpar Lula, Dilma e o PT — e não a corrupção.
Dilma, Lula e o PT sempre contemporizaram com a farsa de Moro e da Lava Jato, dentro de uma estratégia fracassada de republicanismo suicida.
Coube a Lula, ainda que com atraso, dizer verdades sobre Moro, primeiro no plano interno e agora no cenário internacional.
As pessoas lá fora desconhecem o que se passa no Brasil. O jornalista americano Glenn Greenwald disse nunca ter visto uma mídia como a brasileira. Ele só viu o horror por viver aqui. O advogado inglês contratado por Lula foi na mesma linha: disse ser inconcebível, em sua terra, um juiz como Moro.
Vivemos uma guerra movida pela plutocracia. O jornalismo que se pratica nas corporações é de guerra. A justiça que se faz nos tribunais mais elevados é de guerra.
Que essa guerra seja, ao menos, reconhecida e denunciada por suas vítimas.
O recurso de Lula está impregnado de um forte componente simbólico. A direita brasileira tradicionalmente aumenta a violência contra a democracia quando não há resposta a seus ataques.
Lula respondeu. Jogou em escala mundial luzes sobre o caráter de Moro e da Lava Jato.
Moro vai ter que ser mais cuidadoso com seus passos, para não dar completa razão a Lula.
Ele será observado pelo mundo, uma situação nova e desconfortável para quem jamais recebeu nenhum tipo de fiscalização no Brasil e por isso pôde cometer abusos em série.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Até quando os morojás zombarão dos dalits impunemente?
- Não recebem quatorze salários por ano
- Não recebem duas férias anualmente
- Não tem plano de saúde
- Não recebem mesada para educação dos filhos
- Não recebem bolsa para fazer mestrado
- Auxílio para comprar livros, revistas jornais
- E nem tem moradia de graça
Não somos todos juizes não somos todos otários e nem somos todos ladrões
SomosTodosJuízes? O "barraco das Excelências" em busca de mais poder
POR FERNANDO BRITO
Quem acompanha o blog do Frederico Vasconcelos, na Folha, deve estar espantado com o "barraco" que está rolando entre a Associação dos Magistrados Brasileiros e a entidade dos juízes aqui no Rio de Janeiro.
O motivo aparente é uma campanha publicitária da AMB – vejam só, campanha publicitária de juiz! – que tem o mote#SomosTodosJuizes, onde uma primorosa peça dizia:
"Você já furou fila, apresentou carteirinha falsa para pagar mais barato em um evento, mentiu a idade dos filhos para gastar menos, declarou informações erradas no Imposto de Renda ou fez gato de TV a cabo? Então, provavelmente, você já cometeu pequenas transgressões. Nas pequenas decisões do dia a dia, #SomosTodosJuízes."
A associação do Rio protestou, não se sabe porque dá margem a imaginar que os juízes praticam estas transgressões ou (acho difícil) por colocar todos os cidadãos como transgressores…
O mais interessante, porém, é que na nota de resposta à critica – onde já acusa a entidade dos juízes do Rio de "oportunismo" eleitoral – diz que mensagens assim " são uma forma de promover o fortalecimento da magistratura e se fazem extremamente necessárias em um momento de crise política e econômica."
A campanha #SomosTodosJuízes também fala com a sociedade quando chama o cidadão para assumir a sua parcela de responsabilidade em agir de forma ética, assim como fazem os magistrados.
Chega a ser ridículo que em meio a tantos escândalos de abuso do poder – o juiz do Porsche, os carteiraços, a funcionária punida por dizer a um magistrado, durante uma blitzda Lei Seca que ele não era Deus e, ainda esta semana, juiz condenando jornaleiro que o xingou a mais de sete anos de cadeia. – e a vergonha de centenas de milhões pagos em auxílio-moradia (com montanhas de atrasados – a quem mora em imóvel próprio, na própria cidade onde vive – suas excelências venham com historinha de carteirinha falsa de estudante e "furar fila " são problemas de Justiça no país.
Ah, tenham paciência.
Já não falo de criança com fome, gente sem casa, trabalhador sem emprego, para que os senhores não digam que é demagogia, mas do combate aos privilégios.
O que fica bem claro quando o próprio presidente da AMB, João Ricardo Costa, diz que eles têm o apoio de todas as grandes empresas da mídia, os "fazedores da vontade" do país:
Após três meses do lançamento, a campanha #SomosTodosJuízes já conquistou outros relevantes setores da sociedade. O Prêmio Innovare é um dos principais apoiadores ao lado dos maiores grupos de comunicação do País – Grupo Globo, Rede Record, Grupo Bandeirantes e a Associação Brasileira de Rádios e Emissoras de TV (Abert) – apoio esse que referenda a campanha e demonstra que estamos no caminho certo para tornar ainda mais conhecida e valorizada a atuação dos magistrados brasileiros.
Aliás, doutores, seria bom esclarecer que, se#SomosTodosJuízes, também queremos que nos paguem 14 salários, nos dêem dois meses de férias, paguem nosso plano de saúde, colégio dos filhos, mestrado para a gente, auxílio para livros e jornais, além daqueles R$ 4.300 de auxílio-moradia.
Não?
Ah, bom. Já está dando para entender porque os senhores e o pessoal do MP estão tão mobilizados para impedir que se aprove a lei que pune abuso de poder de juízes e promotores…
#NãoSomosTodosOtários e#NãoSomosTodosLadrões
Política - quanta baboseira num artigo só
As eleições de 2018 e o "risco Lula"
por Marcos Villas-Bôas
Como nos últimos 13 anos, o futuro do Brasil e da esquerda está nas mãos de Lula, agora mais do que nunca. O país vive um grave momento de inflexão e, até o final de agosto, decidirá o impeachment da Presidente Dilma Rousseff, o segundo em menos de 30 anos.
Os próximos 35 dias serão decisivos para o Brasil, que continuará em crise até 2019 se um novo Presidente, mais preparado e que não tenha relação com as investigações em curso, não assumir antes disso.
Michel Temer, como todos sabem, está envolvido até o pescoço, o que foi dito por alguns dos seus colegas mais próximos nasgravações expostas na imprensa. "Michel é Cunha" e Cunha vai, provavelmente, entregá-lo quando for preso, talvez até com gravações de conversas dele sobre crimes.
Ainda que não o faça, uma delação premiada de Cunha e outras que estão por vir derrubarão muitos dos principais políticos de PMDB, PT, PSDB, DEM, PP e outros.
Para que o governo não sofra com quedas frequentes de pessoas em posições chave até 2019 e com um constante receio de queda do próprio Presidente, é preciso que alguém de fora dessa bagunça assuma o poder.
Como João Santana, marqueteiro do PT, expôs a Sérgio Moro recentemente, quase todas as campanhas receberam dinheiro de caixa 2, inclusive a de Dilma em 2010. Se houver rigor, segundo ele, será feita uma fila de presos de Curitiba até Manaus, maior do que a Muralha da China.
Na medida em que se aprofundarem as investigações, se elas não forem seletivas, vão ser implicados de alguma forma, como já vêm sendo, Dilma e Temer, Aécio, Marina, quase todos que foram candidatos recentemente.
As pesquisas de opinião pública dão conta repetidamente de que a sociedade não quer mais Michel, nem Dilma. Parece estar claro que o caminho para o país é entoar uma voz uníssona por novas eleições diretas, que restituam a democracia.
Não se trata mais de subverter o Estado Democrático de Direito, como alguns dizem, pois o que se propõe é exatamente uma renovação dele, que, na verdade, esteve deformado desde sempre.
Se quase todos os principais políticos que concorriam a cargos em Executivos, e mesmo no Legislativo, recebiam dinheiro de caixa 2, ainda que a origem não fosse corrupção estatal, praticamente todos eles estão implicados em alguma medida e terminarão sofrendo as consequências criminais, administrativas e/ou eleitorais.
Com a proibição do financiamento empresarial de campanhas, há esperanças de que diminua a influência do poder do dinheiro sobre o poder político. Aliada a um maior medo de punição e a mais fiscalização, pode ser que um início de Estado Democrático de Direito, um verdadeiro, esteja prestes a ser construído no Brasil.
Cabe, portanto, a Lula se retirar do pleito eleitoral. O coro em prol de novas eleiçõesnão é praticamente unânime ainda, porque ele é o primeiro colocado nas pesquisas e boa parte da sociedade tem o receio de que tudo continue igual caso ele seja eleito.
Em todas as pesquisas deste ano, Lula tem a maior rejeição entre os possíveis candidatos, em torno de 60%, apesar de estar à frente no primeiro turno por causa da pulverização dos votos dos demais. No segundo turno, contudo, ele perde em todos os cenários.
O grande povo de mulheres e homens comuns do Brasil quer mudança drástica. Exceto por uma elite conservadora, as pessoas querem mais lisura, transparência, eficiência e equidade na economia. Lula teve a sua chance, ou melhor, teve duas, e sua pupila teve mais uma e pouca. PSDB, DEM e PMDB também tiveram suas chances, direta ou indiretamente, no poder.
Lula continua caçado a todo o custo. Voam as investigações contra ele e aliados, cujo objetivo maior é prendê-lo ou, ao menos, torná-lo inelegível, enquanto que todas as demais se arrastam. Se a possibilidade de Lula ser Presidente novamente deixar de ser um risco, o Brasil ganhará com o avanço das demais investigações.
Desistir das eleições é um bem que Lula faz a si mesmo, à sua liberdade, e à República de Curitiba, que poderá ficar mais tranquila depois desse fim atingido e, assim, investigar e condenar também os demais com o mesmo ímpeto da caça a Lula.
Boa parte do Brasil, mesmo aqueles que eram eleitores do PT, não tem mais coragem de apostar em um Presidente do partido, ao menos não em curto prazo. Lula e PT precisam ser mais pragmáticos, o que eles foram muitas vezes no mau sentido. É preciso abrir um pouco mão do poder para que possam voltar a tê-lo.
Deste modo, não parece haver outro caminho melhor, senão Lula anunciar sua retirada de eleições até 2018 com apoio incondicional à candidatura de Ciro Gomes com um vice do PT, a ser anunciado, que esteja longe da lama do partido. Caso Fernando Haddad não vença em São Paulo, ele tende a ser o melhor nome.
Com a saída de Lula do pleito eleitoral, ele será menos visado e poderá trabalhar com mais tranquilidade na reconstrução do partido, nas eleições municipais e em eventuais eleições presidenciais.
Ao mesmo tempo, com a retirada do seu nome das pesquisas de opinião, é provável que ainda mais pessoas passem a defender novas eleições. Segundo a pesquisa que o Datafolha realizou e a Folha divulgou de uma forma meio estranha, ao menos 62% da população já defende essa posição.
Sem o "risco Lula", seria mais fácil conseguir a derrubada do impeachment com a volta de Dilma Rousseff e um plebiscito para que a sociedade diga se quer novas eleições.
Com amplo apoio da sociedade, tudo fica mais fácil. Essas novas eleições poderiam vir também pela cassação da chapa Dilma/Temer no TSE ou, ainda, por uma renúncia dupla em caso de derrota do impeachment no Senado em agosto.
Corre-se um risco imenso de Temer continuar na Presidência até o final de 2018, o que seria desastroso. Antes da votação na Câmara, este Autor defendia que seria "didático" para o país ver Temer e amigos governando, mas já vimos o suficiente. Se eles foram capazes de tanta besteira em poucas semanas enquanto interinos, imaginem em mais de 2 anos como definitivos.
Em outro péssimo cenário, Aécio Neves e comparsas torcem por uma manutenção de Temer com queda logo em seguida, no início de 2017, para que Rodrigo Maia assuma a Presidência do país e convoque eleições indiretas, pois terão se passado 2 anos desde o início do mandato.
Lula precisa dar um passo atrás para que possa voltar a caminhar pra frente. Ciro é um nome do agrado dele e de boa parte dos progressistas do país. É alguém para liderar a construção de uma nova centro-esquerda progressista, uma linha política mais equilibrada e técnica no Brasil, que busque se afastar das práticas do presente e do passado.
Ciro poderia montar um time progressista dos sonhos com Cid Gomes, Roberto Mangabeira Unger (em uma posição, enfim, de mais importância e de decisão), Fernando Haddad, Flávio Dino, Roberto Requião e outros políticos preparados da centro-esquerda que não tenham relação com as investigações criminais, administrativas e eleitorais em curso.
O Brasil não precisa de mais remendos neoliberais, nem de remendos assistencialistas. O país não quer mais populistas de direita, nem de esquerda. Para uma mudança estrutural, porém gradual e experimentalista, ninguém melhor do que Ciro, que, como é notório, tem a coragem necessária e um conhecimento que vai muito além do "politiquês" brasileiro.
Ainda que Ciro não vença as eleições, apesar da pouquíssima preparação de Marina, haveria alguns aspectos positivos em tê-la assumindo até o final de 2018, dando uma feição à política diferente das coligações PSDB-DEM-PMDB x PT-PMDB, mas isso se não sofrer nenhum respingo das investigações que, conforme delação premiada de Léo Pinheiro, ex-Presidente da OAS, indicam uso de dinheiro sujo em sua última campanha.
Continua tudo nas mãos de Lula, que pode proteger os nomes dele e de Dilma na história. É preciso que tome a decisão acertada e se mantenha em condições de definir o futuro do país mais à frente. Essa pode ser a sua última chance.
*Marcos de Aguiar Villas-Bôas, doutor pela PUC-SP, mestre pela UFBA, é conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda e pesquisador independente na Harvard Law School e no Massachusetts Institute of Technology