Mídia
O triste fim de FHC
Mino Carta
O que temos de fazer
Vamos cuidar de nossa vida, fazer nossa economia crescer, integrar a América Latina (e integrar-nos cada vez mais a ela) e cuidar de nossos interesses no mundo, de forma soberana e pragmática. Aqui e alhures, é hora de cada macaco no seu galho. O resto é conversa de colonizador e de uma elite que nunca pensou com a cabeça no Brasil e no seu povo.
Na entrevista (leia) o ex-número 2 do FMI e presidente do Banco de Israel (o BC israelense) Stanley Fischer não deixa dúvidas: como a China não vai desvalorizar sua moeda, vamos nos preparar para o pior. Na visão dele vai sobrar para todo mundo e como o Brasil, pelo crescimento de sua economia, tende a ter uma moeda forte, não devemos ter ilusões, vai sobrar também para nós.
Como não queremos inflação e desvalorização artificial de nosso real, só nos resta crescer, mas para tanto precisamos controlar a entrada de capitais, reduzir os juros e mudar o timing do Banco Central (BC) e seu viés conservador, para dizer o mínimo, já que tributar e controlar capitais não basta.
Precisamos reduzir custos tributários, financeiros, de transporte e energia, melhorar a educação e a gestão pública, inovar e investir em tecnologia como uma obsessão nacional para não ter que reduzir salários e gastos sociais, e para não parar de investir e deixar de crescer com distribuição de renda.
Zé Dirceu
A vitória dos “moralizadores” e a depressão nos EUA
Paul Krugman (*)
É a célebre pergunta que Rick Santelli fez em 2009, pela CNBC, numa discussão que para muitos foi o ponto de partida do movimento Tea Party. É um sentimento que tem eco não só nos EUA, mas em grande parte do mundo. O tom difere de um lugar a outro – ao escutar um funcionário alemão denunciando o déficit, minha mulher sussurrou: "na saída distribuirão chicote a todo mundo, para nos flagelar-nos".
Mas a mensagem é a mesma: a dívida é má, os devedores devem pagar pelos seus pecados e daqui por diante viveremos todos de acordo com os nossos meios.
E esse tipo de atitude moralizadora explica por que estamos atolados numa depressão econômica aparentemente sem fim. Os anos anteriores à crise de 2008 foram marcados por um endividamento insustentável, que foi muito além dos créditos de alto risco que se segue vendo, erroneamente, como a origem do problema.
A especulação imobiliária foi alocada na Flórida e em Nevada, mas também na Espanha, na Irlanda e na Letônia. E tudo estava sendo pago com dinheiro emprestado. Este endividamento tornou o mundo mais vulnerável. Quando os dirigentes do golpe decidiram que tinham emprestado em demasia e que os níveis de dívida eram excessivos, os devedores se viram obrigados a cortar o gasto. Isso jogou o mundo na recessão mais profunda desde 1930. E a recuperação, até o momento, tem sido débil e incerta.
O essencial que devemos ter presente é que, para o mundo em seu conjunto, gasto é igual a receita. Se um grupo de pessoas – os que têm dívidas excessivas – se vê obrigado a deixar de gastar para pagar suas dívidas, de duas, uma: outro tem de gastar mais ou a receita do mundo desmorona.
No entanto, as partes do setor privado que não se encontram sob o peso de níveis elevados de dívida não vêm motivos para aumentar o gasto.
Os que não se endividaram em excesso podem conseguir créditos a taxas baixas – mas esse incentivo a gastar é mais que superado pelas preocupações relativas a um mercado de trabalho frouxo. Ninguém no setor privado está disposto a preencher o vazio criado pelo excesso de dívida.
O que se deve fazer, então? Em primeiro lugar, os governos deveriam gastar enquanto o setor privado não o faça, para que os devedores possam pagar suas dívidas sem perpetuarem uma depressão global. Em segundo, os governos deveriam estar promovendo um alívio da dívida.
Mas os moralizadores não permitem nada disso. Denunciam o gasto com déficit, declarando que não se pode resolver os problemas de dívida com mais dívida. Denunciam o alívio da dívida, dizendo que é uma recompensa para quem não merece.
E se alguém lhes diz que seus argumentos não se sustentam, enfurecem-se. Tente explicar-lhes que se os devedores gastam menos, a economia fica deprimida, a menos que outro gaste mais, e vão dizer-lhe que você é socialista. No ano passado, quase todos se esquivaram de John Boehner, presidente da minoria de deputados, quando ele declarou: "É hora do governo ajustar o cinturão"; frente ao gasto privado deprimido, o Estado deve gastar mais, não menos. Mas desde então o presidente Obama utilizou em reiteradas oportunidades a mesma metáfora, prometendo equiparar o ajuste do setor privado com o do setor público.
Falta-lhe coragem para pôr em questão as falsas ideias populares, ou é simplesmente preguiça intelectual? Seja como for, se o presidente não defende a lógica de suas políticas, quem o fará?
Enquanto isso, o programa de modificação do regime hipotecário da administração – o programa que inspirou a diatribe de Santelli – de definitivo não conseguiu praticamente nada. Uma das razões é que os funcionários estavam tão preocupados com que os acusassem de ajudarem a quem não merecia, que finalmente não ajudaram a quase ninguém. Ou seja, os moralizadores seguem ganhando. Cada vez mais votantes, tanto aqui como na Europa, estão convencidos de que aquilo de que necessitamos não é mais estímulo, mas castigo. Os Estados devem ajustar o cinturão; os devedores devem pagar o que devem.
A ironia é que, em sua determinação de castigar os votantes que não merecem, castigam a si mesmos: rechaçando o estímulo fiscal e o alívio da dívida, perpetuam o desemprego elevado.
Na realidade, estão reduzindo seus empregos para incomodar seus vizinhos. Mas não o sabem. E como não o sabem, a depressão continuará.
(*) Prêmio Nobel de Economia
Tradução: Katarina Peixoto
Haddad surra os globais
Leia a íntegra Aqui
Hora de acabar com vigarices e malandragens
Já deveria ter sido entinta esta aberração faz tempo...
Vão para o economista Paulo Rabello de Castro os primeiros aplausos da semana. Sem ser radical, muito menos sem pertencer à corrente esquerdista de seus companheiros, ele denunciou ontem uma das mais abomináveis heranças do governo Fernando Henrique Cardoso, mantida pelo governo Lula e agora, quem sabe, capaz de ser corrigida pelo governo Dilma Rousseff.
Quando um especulador estrangeiro procura o Brasil, formando no grupo dos tais investidores responsáveis pelo apregoado sucesso de nossa economia, recebe de 25 a 30% de lucro sobre o seu capital, tanto faz o tempo em que permaneça aqui. Podem ser meses ou até um simples fim de semana, compondo o chamado capital-motel, aquele que chega de tarde, passa a noite e vai embora de manhã depois de haver nos estuprado um pouquinho mais. O diabo, para nós, é que o especulador estrangeiro não paga imposto de renda. Sem mais aquela, leva o seu dinheiro de volta acrescido da maior taxa de juros do planeta, muitas vezes sem ter contribuído para criar um emprego ou forjar um parafuso.
Podemos acrescentar que quando o investidor é brasileiro, preferindo aplicar aqui o seu capital, vê-se atropelado pelo imposto de renda, na base dos 20%. Se for malandro, dá um jeito de primeiro mandar o dinheiro para fora, repatriando-o depois para especular como se estrangeiro fosse, ou seja, sem pagar imposto de renda, estabelecendo uma ciranda cruel para nossa economia.
O sociólogo criou essas e outras aberrações, como a de liberar plenamente as multinacionais para quantas remessas de lucro pretendam fazer. O que chama a atenção e, mais do que ela, a indignação, é que o presidente Lula não se moveu para conter tamanho crime de lesa-pátria. Antônio Palocci, Henrique Meirelles e Guido Mantega mantiveram os privilégios dos tempos do neoliberalismo mais descarado, apesar de a imensa maioria dos países em desenvolvimento ter criado mecanismos de defesa de seus interesses.
Vem agora Dilma Rousseff e a pergunta é se manterá essa mesma vigarice. Pode ser que não, ainda que venha a preservar a referida trinca do barulho no ministério. Porque ministros existem para seguir diretrizes de presidentes da República. Quem sabe?
Carlos Chagas
Literatura,
Primeiramente gostaria de dizer que obtive seu endereço de email no versoeprosa.ning e de lhe apresentar minha política
de envio de email ou política antispam:
Enviamos mensagem para novos contatos interessados em literatura, arte e cultura apenas por três vezes em espaço de
duas semanas entre uma mensagem e outra. Doravante só enviamos mensagens novas caso o destinatário diga que desejar continuar
a receber nossa mala direta.
Nesta mensagem inicial, gostaria de convidá-lo a conhecer as atividades da Editora para qual trabalho.
São vários projetos paralelos, mas convido você a conhecer o projeto relâmpago: 100 poemas, 100 poetas.
http://editoraliteracidade.wordpress.com/projetos/100-poemas-100-poetas
E também o PRÊMIO LITERACIDADE – 2010 (2ª Edição), cujas inscrições são até dia 20 de dezembro.
Veja o regulamento completo em: http://editoraliteracidade.wordpress.com/premios-e-concursos/premio-literacidade/
Para saber quem sou e o que já publiquei, visite meu site:
www.abiliopacheco.com.br/sobremim
Abilio Pacheco