Artigo semanal de Delúbio Soares



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Ruy Nogueira <ruy.sapucahy@gmail.com>
Data: 29 de julho de 2011 18:52
Assunto: Artigo semanal de Delúbio Soares
Para:







REVIVENDO BERNARDO SAYÃO

 

 

Delúbio Soares (*)

 

 

Percorrer os caminhos de Goiás é sempre um prazer para os olhos e um privilégio inigualável. A paisagem natural é rica, o cenário humano é formidável. Melhor que a terra, só seu povo. E já lá se vai meio século de vida em que a convivência com terra e povo, com sua cultura e sua história, suas tradições, esperanças e lutas, me faz a cada dia mais goiano.

 

Quem conhece Goiás sabe o que significa percorrer as formas retilíneas da BR-153, a extraordinária "Belém-Brasília". Cortando nosso território de sul a norte, a imponente rodovia vai de Itumbiara até Porangatu, integrando o Estado e sua gente. Para os goianos do Vale do São Patrício e da região norte, a epopéia da sua construção ainda está muito viva na memória. O trabalho hercúleo de adentrar o cerrado, rasgar o caminho que integraria o sul rico à ainda desconhecida Amazônia, passando pelo então empobrecido centro-oeste, naquele novo Brasil que estava nascendo pela determinação férrea de JK e pelas mãos dos candangos, coube a um carioca nascido no bairro da Tijuca. Foi ele, Bernardo Sayão, um engenheiro agrônomo dado a desafios e que não rejeitava as missões que lhe eram confiadas, quem desempenhou o papel de último bandeirante em solo goiano.

 

Bernardo Sayão formou-se em 1923 na Escola Superior de Agronomia de Belo Horizonte, aos 22 anos, e visitou Goiás pela primeira vez em 1939. Saiu do Rio de Janeiro e tomou o rumo de terra com a qual teria uma relação histórica, num velho Ford. Trazia junto dele a mulher, os filhos, muita determinação e capacidade de trabalho. Assim acampou às margens do Rio Araguaia. Esta façanha chegou ao conhecimento do presidente Getúlio Vargas, que em 1941 designou o jovem engenheiro para implantar a Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), que se tornaria a cidade de Ceres. Lá se deu uma de nossas primeiras experiências de reforma agrária: as glebas eram doadas para casais, que se comprometiam a cultivá-las, criar suas famílias, colonizar o interior goiano, gerar riqueza. Em suma, um projeto visionário e generoso no Brasil ainda pobre e sertanejo dos anos 40. Uma das facetas de Sayão: não era um reacionário preso às velhas estruturas oligárquicas, senão um progressista em busca de soluções para os nossos problemas.

 

Para consolidar o projeto da "Marcha para o Oeste", em 1944 Sayão conclui os 142 quilometros ligando Ceres à cidade de Anápolis. Em 1954 seria eleito vice-governador com mais votos que o governador eleito! Logo em seguida foi nomeado pelo presidente Juscelino para a diretoria da Novacap, trabalhando ao lado de Israel Pinheiro na epopéia da construção de Brasília. Em 1958 JK encarrega Sayão de tocar as obras da indispensável rodovia Belém-Brasília. Não era homem de se ater, apenas e tão somente, ao comando: punha a mão na massa e se irmanava aos peões no trabalho braçal, com vontade, irradiando liderança e companheirismo. Era um líder nato e admirado por todos. Faltando duas semanas para a inauguração da rodovia, em 15 de janeiro de 1959, é vítima de um brutal acidente: uma árvore, derrubada na beira da estrada, cai sobre a barraca onde se encontrava. O destino foi ingrato com um homem jovem e em seu pleno vigor, que ainda tinha muito a oferecer à Goiás e ao Brasil. Seu nome é relembrado e seu trabalho reconhecido. Em todas as cidades ao longo da rodovia as homenagens se sucedem: são ruas, praças, avenidas, escolas ou prédios públicos que levam, merecidamente, o seu nome. A pujança que a região exibe faz jus à memória do destemido engenheiro, e ao visitá-la sua imagem e tudo o que lí sobre ele me vem à memória. Recordá-lo é não apenas prestar um tributo à figura de um grande brasileiro, mas reafirmar o compromisso que nós, goianos, temos com o progresso e o desenvolvimento.

 

Ceres é hoje uma cidade rica, de economia pujante, que se destaca na prestação de serviços. Uruaçu vive um "boom" imobiliário com negócios em torno do turismo e dos esportes náuticos às margens do Lago de Serra da Mesa. Porangatu é um pólo na atração de empresas, chamando atenção pelos investimentos chineses que estão criando uma nova fronteira para a soja nas planícies que permeiam as cadeias de serras que compõe aquele Município e toda a rica região do Vale do Rio Araguaia. Certamente, Bernardo Sayão se orgulharia de ver sua obra concluída. Seu espírito desbravador se rejubilaria com outra artéria de desenvolvimento que corta a região: os trilhos da Ferrovia Norte-Sul. De JK a Lula, o Médio-Norte Goiano ganhou incentivos perenes para seu desenvolvimento. Mas vale lembrar também outro reforço rodoviário: a BR-080. No governo Dilma a sua pavimentação corre célere e já liga o Distrito de Luís Alves a Brasília, e o objetivo final é que chegue a São Miguel do Araguaia. Prosseguirá adentrando os Estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre, e depois de rasgar o ventre da Amazônia no Brasil e no Peru, encontrará a Cordilheira dos Andes e descerá rumando para os portos de Ilo/Callao, no Oceano Pacífico.

 

Sul e norte de Goiás têm paisagens distintas, povos com costumes que se diferenciam em algumas particularidades, mas unem-se nas aspirações de desenvolvimento e de progresso. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos Municípios do norte goiano não param de subir. Respira-se progresso por onde se passa. Os empreendedores mudam a face do antes pacato interior goiano, dando-lhe ares de um novo Eldorado do agronegócio. Os dois mandatos do presidente Lula tiveram uma significação especial para Goiás e o seu desenvolvimento e há em cada cidadã e cidadão goianos que trabalham e investem no desenvolvimento de sua terra um espírito desbravador, otimista e vitorioso. Em cada goiano há um Bernardo Sayão redivivo.

 

(*) Delúbio Soares é professor

www.delubio.com.br

www.twitter.com/delubiosoares




Verdade absoluta

Uma ficção recorrente é a suposta vantagem de preencher cargos de confiança com funcionários de carreira. A cada escândalo, o espanto com as “nomeações políticas” cria o ambiente.

É um debate sem sentido. Esteja no cargo quem estiver, deverá prestar contas a quem o indicou. Isso vale para todos os indicados por razões políticas, sejam de carreira ou não.

Sempre que você vir alguém clamando por “nomeações técnicas”, procure saber a que partido, grupo ou corrente se filia o candidato “técnico” que este alguém apoia para o cargo.

Governo é um lugar em que as pessoas estão por razões políticas. Eis uma verdade absoluta.
Alon Feurwerker

A "festa" dos recalls no Brasil


ImageÉ um absurdo que toda semana, ora uma subsidiária, ora outra, esteja convocando seus clientes para recall em automóveis no país. Mais de uma vez cobrei aqui neste blog uma ação rigorosa dos nossos órgãos de fiscalização - à frente o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -, mas a "festa" dos recalls continua no Brasil.

Agora é a subsidiária brasileira da Honda quem anuncia que nada menos que 102 mil Honda de vários modelos - principalmente do New Civic - produzidos entre 2008 e 2011 terão de passar por um recall no Brasil. Outros 100 mil Hondas terão de passar pelo mesmo processo em todo o mundo, inclusive no Japão. Aqui os proprietários convocados devem se apresentar nas concessionárias autorizadas a partir da próxima 4ª feira, 3 de agosto.

Segundo a nota divulgada pela Honda serão substituídos os parafusos da polia da bomba de água do motor. "Algumas unidades poderão apresentar o desprendimento deste componente, o que poderá acarretar aumento do esforço de esterçamento do volante, além de outros sintomas, como o superaquecimento do motor. Em casos extremos, também poderá ocorrer o desligamento do motor em movimento, dificultando o controle do veículo com risco de colisão."

Usam recalls para vender peças e equipamentos


Vejam vocês a que a irresponsabilidade de montadoras de veículos expõe os consumidores no nosso país! Um dado adicional, também lamentável, nessa história: com tanta convocação de recall descobriu-se - e jornais fizeram reportagens a respeito - que muitos são convocados para empurrarem componentes, venderem outras peças além das que apresentaram defeito.

É por isso - além da irresponsabilidade da indústria automobilística - que recall no Brasil tornou-se regra e não exceção. A cada dia, toda semana, novos recalls são convocados. Praticamente de todas as marcas. Algo está muito errado com nossa indústria automobilística e nessa falta de inspeção.

Fora o fato de que ela também não tem nem passa por qualquer tipo de fiscalização sobre seus preços. Mesmo em matéria de segurança e controle de poluição não há nenhum tipo de monitoramento e exigências de fato. A suspeita - confirmada pelos jornais - de que usam os recalls para vender peças e equipamentos só agrava a situação.leia mais Aqui

Iluminação de consciências

Natanael Ben Elias, o paralítico de Cafarnaum, acabara de ser completamente curado por Jesus, voltando a andar.

Todos estavam em festa, exceto o Mestre, que meditava seriamente.

Simão, buscando romper o silêncio de Jesus, então pergunta:

Por que dizes que não Te compreendemos,Rabi? Estamos todos tão felizes!

Simão, neste momento, enquanto consideras o Reino de Deus pelo que viste, Natanael, com alegria infantil, comenta o acontecimento entre amigos embriagados e mulheres infelizes.

Outros que recobraram o ânimo ou recuperaram a voz, entre exclamações de contentamento, precipitam-se nos despenhadeiros da insensatez, acarretando novos desequilíbrios, desta vez, irreversíveis.

Não creias que a Boa Nova traga alegrias superficiais, dessas que o desencanto e o sofrimento facilmente apagam.

O Filho do Homem, por isso mesmo, não é um remendão irresponsável, que sobre tecidos velhos e gastos costura pedaços novos, danificando mais a parte rasgada com um dilaceramento maior.

A mensagem do Reino, mais do que uma promessa para o futuro, é uma realidade para o presente.

Penetra o íntimo e dignifica, desvelando os painéis da vida em deslumbrantes cores...

Eu sei, porém, que Me não podeis entender, tu e eles, por enquanto. E assim será por algum tempo.

Mais tarde, quando a dor produzir amadurecimento maior nos Espíritos, Eu enviarei alguém em Meu nome para dar prosseguimento ao serviço de iluminação de consciências.

As sepulturas quebrarão o silêncio que guardam e vozes, em toda parte, clamarão, lecionando esperanças sob os auspícios de mil consolações.

* * *

Séculos se passaram depois destes dizeres preciosos.

A dor amadureceu muitos corações desnorteados, e novamente a Humanidade suplicou a Jesus pela cura de suas mazelas.

Os sepulcros foram rompidos. O silêncio dos aparentemente mortos foi quebrado, e os descobrimos vivos, imortais e reluzentes.

Sim, as estrelas caíram dos céus. Estrelas de primeira grandeza espiritual se uniram em uma constelação admirável, e voltaram seu feixe de luz poderoso para aTerra.

Os Espíritos falaram, ensinaram, provaram que a vida futura prometida por Jesus é real.

A iluminação de consciências, proposta por Jesus, ganhou uma dimensão nova e maior.

A mensagem do Cristo se faz novamente presente como uma proposta para o presente, para a renovação imediata, urgente.

Na grande transição que o planeta atravessa, são eles, os Missionários do Mestre, que semeiam a verdade em todos os povos.

O amor volta a tomar seu lugar de evidência, nas propostas elevadas que são apresentadas aqui e acolá.

Atiramos as roupas velhas no tempo, e vestimos a roupagem nova do espiritualismo, entendendo que a vida do Espírito, esta sim, é a verdadeira.

O Consolador já está entre nós... Escutemo-Lo!
 

Corrupção? Por que a oposição não fala de economia?




Subitamente, setores da sociedade brasileira querem que o povo saia às ruas. É preciso qualificar esses “setores da sociedade brasileira”. São aqueles que foram apeados do poder político no início dos anos 2000 e que tiveram sua agenda política e econômica dilacerada pela realidade. A globalização econômica cantada em prosa e verso nos anos 1990 revelou-se um fracasso retumbante. A globalização financeira, a única que houve, afundou em uma crise dramática que drenou bilhões de dólares da economia real, conta que, agora, está sendo paga por quem costuma pagar essas lambanças: o povo trabalhador que vive da renda de seu trabalho.
Durante praticamente duas décadas, nos anos 80 e 90, a esmagadora maioria da imprensa no Brasil e no exterior repetiu os mesmos mantras: o Estado era uma instituição ineficiente e corrupta, era preciso privatizar a economia, desregulamentar, flexibilizar. A globalização levaria o mundo a um novo renascimento. Milhares de editoriais e colunas repetiram esse discurso em jornais, rádios, tvs e páginas da internet por todo o mundo. Tudo isso virou pó. Os gigantes da economia capitalista estão mergulhados em uma grave crise, a Europa, que já foi exemplo de Estado de Bem-Estar Social, corta direitos conquistados a duras penas após duas guerras mundiais. A principal experiência de integração regional, a União Europeia, anda para trás.
No Brasil, diante da total ausência de programa, de projeto, os representantes políticos e midiáticos deste modelo fracassado que levou a economia mundial para o atoleiro, voltam-se mais uma vez para o tema da corrupção. Essa é uma história velhíssima na política brasileira. Já foi usada várias vezes, contra diferentes governantes. Afinal de contas, os corruptos seguem agindo dentro e fora dos governos. Aparentemente, por uma curiosa mágica, eles são apresentados sempre como um ser que habita exclusivamente a esfera pública. Quando algum corrupto privado aparece com algemas, costuma haver uma surda indignação contra os “excessos policiais”.
No último domingo, o jornal O Globo publicou uma reportagem para questionar por que os brasileiros não saem às ruas para protestar contra a corrupção (aliás, o MST respondeu à pergunta, mas não teve sua resposta publicada). O Globo sabe a resposta. Como costuma acontecer no Brasil e no resto do mundo, o povo só sai às ruas quando a economia vai mal, quando há elevadas taxas de desemprego, quando as prateleiras dos super mercados tornam-se território hostil, quando não há perspectiva para a juventude. Não há nada disso no Brasil de hoje. Há outros problemas, sérios, mas não estes. A violência, o tráfico de drogas, as filas na saúde, a falta de uma educação de melhor qualidade. É de causar perplexidade (só aparente, na verdade) que nada disso interesse à oposição. Quem está falando sobre isso são setores mais à esquerda do atual governo.
Comparando com o que acontece no resto do mundo, a economia brasileira vai bem. Não chegamos ao paraíso, obviamente. Longe disso. Há preocupações legítimas em nosso vale de lágrimas que deveriam ser levadas a sério pelo governo federal sobre a correção e pertinência da atual política cambial e de juros, apenas para citar um exemplo. O Brasil virou mais uma vez um paraíso para o capital especulativo e a supervalorização do real incentiva um processo de desindustrialização.

Sulsa o 1º avião impresso do mundo

Primeiro avião impresso do mundo

Suas peças são encaixadas, dispensando qualquer ferramenta para sua montagem.

Avião impresso e de encaixar

Cientistas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, projetaram, construíram e voaram o primeiro avião impresso do mundo.

Contaminação ao contrário

O PT ensaia abandonar o mecanismo de prévias, quando os filiados escolhem pelo voto direto os candidatos a cargos majoritários, se há disputa interna. Caso consumada, a mutação vai nivelar um pouco mais o PT aos demais partidos.

No que têm de pior.

A democracia interna vem sendo um traço distintivo do PT, em contraste com a concorrência. O partido nasceu como aglomerado de tendências e grupos. Ao longo dos anos as correntes surgiram, desapareceram, mudaram de nome, fundiram-se.

Mas o mecanismo de disputa ficou essencialmente preservado.

A corrente majoritária, comandada por Luiz Inácio Lula da Silva, manteve o controle absoluto da sigla nestas três décadas, com exceção de um pequeno período. Nenhuma oposição interna conseguiu consolidar-se.

Mas quem quis disputar sempre pôde.

Até o momento ninguém propôs no PT acabar com outro mecanismo democrático: as eleições diretas para escolha de dirigentes partidários nos diversos níveis. Talvez seja questão de tempo.

No Brasil, os partidos funcionam assim. O dono da legenda naquele nível decide tudo. O candidato majoritário, a chapa proporcional, como investir o dinheiro. Os partidos brasileiros são ajuntamentos de caciques.

Abastecidos com dinheiro público, sem precisar prestar contas a ninguém.

Entre convergir para organizações de massas ou de quadros, as siglas nacionais descobriram uma terceira via. O Brasil é o paraíso dos partidos de personalidades.

O sujeito consegue poder sobre uma máquina estatal qualquer, usa-a para sustentar e proteger os amigos, e acabou.

Certo pedaço do PT teme a continuidade de prévias, especialmente num centro vital como São Paulo, pois a disputa poderá deixar sequelas.

Em português mais claro, Lula quer impor o ministro Fernando Haddad como candidato a prefeito ali. E enfrenta resistências.

Pois o PT em São Paulo tem líderes consolidados, além de políticos emergentes. A candidatura de Haddad, de uma penada, aposentará os primeiros e fechará a porta aos segundos.

Na vitória ou na derrota, o hoje ministro da Educação fincará uma estaca como a nova proeminência, a nova referência para o grande público. E uma página terá sido virada. O pensamento de Lula envereda pelas mesmas trilhas tateadas por Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin. Todos estão — ou dizem estar — atrás de um nome que possa representar renovação.

Renovação à brasileira. Na base do dedaço caciquista. “O povo quer um político novo”, informam as pesquisas e os marqueteiros. Desde que seja da confiança dos políticos velhos, informam suas excelências.

É a regra do jogo.

Seria ótimo se, neste ponto, os hábitos do PT contaminassem os demais. O PSDB, por exemplo, vive às voltas com a fraqueza resultante da incapacidade de produzir uma disputa interna democrática e com regras claras.

Mas parece que o processo vai ao contrário.
por Alon