Aonde foi tirada a foto?

- Não sei.
- Tu sabe aonde foi tirada a foto?
- Não sei nem me interessa saber. O que me interessa é a criança.
- Tu sabe aonde foi tirada a foto?
- Pode ter sido tirada no Sudão, em São Paulo, Fortaleza, Botucatu. Era uma criança morrendo e dois urubus a espreita.
- Se eu encontrasse quem tirou a foto, eu era capaz de matar.
- Tu sabe aonde foi tirada a foto?
- Pensando bem, eu não matava quem tirou a foto. Eu daria a ele o mesmo tratamento que ele deu a criança.   O supremo desprezo.

- TU SABE AONDE FOI TIRADA A FOTO?

- Ah, sei que existem muitos outros urubus atrás de lentes.

Fatiado Gloelbelemos


Autor: 
 
O procurador Joaquim Barbosa deve ter escutado com um sorriso de escárnio suspenso nos lábios a leitura da acusação feita pelo PGR Roberto Gurgel. Era inepta. Gurgel usava de sarcasmo, citava Chico Buarque de Holanda, mas cometia um erro grosseiro, sustentava que uma quadrilha atrevida instalou-se no Palácio do Planalto e do escritório do Ministro da Casa Civil comprava apoio parlamentar - o mensalão. Contudo, terminava de maneira patética a acusação. Pedia a compreensão da Corte por não apresentar provas do que dizia. Provas, como todos ali sabiam, nesses casos são muito difíceis de serem obtidas.
Convenceu um já convencido, desgosto e retirante Ministro Peluzo, que mesmo assim teve de cometer um acidente automobilístico na sua biografia para concordar com Gurgel. Inovou em matéria penal ao admitir que um fato prove outro a ele relacionado por si só, dispensando a apresentação de provas da correlação. Ou a prevalência de tese de que "quem bate atrás é culpado". Nesse momento o ministro Joaquim Barbosa é quem deve ter intimamente gargalhado do argumento rebolativo de seu colega e desafeto. 
O procurador Joaquim Barbosa é muito mais engenhoso, a utilidade do mensalão já havia acabado quando o STF aceitou a denúncia. Para o julgamento usaria outra estratégia. Na verdade a idéia do mensalão voltou a ser útil quando a questão dos réus sem foro privilegiado foi novamente apresentada. O procurador Joaquim Barbosa se encolerizou, isso era questão já decidida, não se volta atrás. Ali a sua estratégia perigou, mas vencido o questionamento o procurador Joaquim Barbosa sorriu vencendor mais uma vez.
A tese do mensalão era útil à acusação apenas como uma imagem que justificasse o STF como fórum do julgamento. Ora, admitindo-se a hipótese de um ministro de estado corrompendo deputados e senadores para obter apoio político, que outro fórum poderia julgar tal delito? E, assim, mesmo réus sem foro privilegiado deveriam ser julgados na ultíssima instância, pois, se divididos em vários tribunais como processos individuais, ainda que entregues aos seus juízes naturais, a interessa das provas e correlação dos atos que comprovavam o mensalão seriam prejudicadas. Esses réus formavam uma quadrilha – Lula lá e seus 40 ladrões.
Esse era o primeiro movimento de engenho e arte jurídica do procurador Joaquim Barbosa. Aceita como tese, a hipótese do mensalão não servia para mais nada, podia ser dispensada. Como peça acusatória era contraproducente, pois teria de ser provada. E o procurador Joaquim Barbosa sabia que era inverossímil malas executivas recheadas de dinheiro circulando pelo plenário do Congresso Nacional, assim como, no mínimo, difícil de acreditar que era necessário corromper congressistas do PT para votar nas propostas do PT.
Logo, o procurador Joaquim Barbosa apresenta ao ministro Joaquim Barbosa e aos outros Ministros do Supremo uma peça acusatória totalmente diferente da do Procurador Geral da República e de modo algum relacionada com o mensalão. Num engenhoso salto mortal, fatia o julgamento. Cada delito agora deveria ser julgado como único, dissociado dos outros e principalmente da idéia de que formavam um conjunto chamando mensalão. 
Estava consumado com sucesso o segundo movimento do procurador Joaquim Barbosa, engenho, arte e contradição calculados.
Assim assistimos decisões sobre peculato, lavagem de dinheiro, propina, corrupção rasteira e genérica. Não ao julgameto do "maior escândalo de corrupção da história deste país", nenhum ministro tendo que se questionar sobre onde estaria comprovada a compra de apoio político ou quais as matérias tiveram suas votações corrompidas.
Mantida assim as teses do procurador Joaquim Barbosa, ao final do julgamento, todos os réus estarão condenados por delitos outros que os apresentados inicialmente como compra de apoio parlamentar. E a condenação é o que interessa à procuradoria, a quem cabe acusar e não julgar o mérito.
Por último, o mensalão restaria provado pela condenação dos réus a ele associados e não porque qualquer prova dele tenha sido apresentada ou mesmo que tenha realmente existido.
Fatiados venceremos.

Eleições e o mito do desinteresse


Pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada no último final de semana, ajuda a desmistificar a ideia, habitualmente disseminada pela mídia, de que o eleitor brasileiro é desinteressado do processo político e até o repudia.

Segundo levantamento feito pelo instituto, 64% da população deseja que o horário eleitoral na TV e no rádio seja mantido, contra os 34% que gostariam que o espaço fosse extinto. Dentre aqueles que apoiam a publicidade eleitoral, 30% consideram que o modelo atual deve ser mantido, enquanto 34% avaliam que o formato deve ser repensado.
Em que pese o fato de que a amostragem seja restrita, já que a pesquisa foi realizada apenas em São Paulo, os dados são reveladores da importância conferida à propaganda eleitoral pelos eleitores e do impacto que ela tem sobre a definição de seu voto.
De acordo com o levantamento, 57% dos entrevistados afirmaram que assistirão aos programas dos candidatos ao pleito municipal deste ano na TV e 62% declararam que o horário eleitoral gratuito influenciará na escolha de seus candidatos.
Outra constatação feita pela pesquisa é que quanto maior a renda do eleitor, maior é a sua indiferença em relação ao tema. Dentre os que possuem renda familiar acima de dez salários mínimos, a opinião de que o horário eleitoral deveria ser abolido atinge 43%. Também neste grupo a influência da propaganda eleitoral sobre o voto revela-se muito menor: 64% disseram que não é “nada importante”.
Ainda que as críticas ao modelo sejam cabíveis, uma vez que muitos candidatos se rendem à publicidade em vez do debate programático, o horário eleitoral gratuito oferece uma das poucas oportunidades para que ideias e propostas sejam apresentadas com autonomia, sem a imposição da agenda eleitoral determinada pela imprensa.
De fato, para torná-lo mais profícuo seria necessário aperfeiçoá-lo, tornando-o não apenas um espaço de apresentação de ideias, mas também de debates entre os candidatos, no qual pudessem ser confrontadas suas propostas e visões sobre os diversos problemas que afligem as cidades e seus cidadãos.
Outra questão referente ao modelo atual do horário eleitoral gratuito que precisa ser reformada é a distribuição do tempo entre os partidos e as coligações. Pelas regras atuais, um terço do tempo é dividido igualitariamente, enquanto os dois terços restantes são distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados.
No caso das coligações, considera-se a soma dos representantes de todos os partidos que a compõem.
O mais coerente, entretanto, seria que a distribuição se fizesse de forma proporcional, conforme os resultados obtidos pelos partidos e coligações na eleição anterior. Isso impediria que a representatividade fosse afetada pela migração de deputados federais entre os partidos no período pré-eleitoral.
As inserções veiculadas ao longo da programação das emissoras, que hoje totalizam 30 minutos diários, também poderiam ser ampliadas, para que o eleitor pudesse se aproximar ainda mais do processo eleitoral, levando-se em conta que a televisão é o veículo de comunicação de massa que mais atrai o público.
Ainda que as emissoras reclamem da obrigatoriedade da exibição dos programas eleitorais e partidários, sob a alegação dos prejuízos pela perda de espaço para a publicidade, a legislação define isenções tributárias para que os canais façam as transmissões.
Fica patente nos resultados da pesquisa Datafolha e é importante salientar que a repulsa ao horário eleitoral e às instituições políticas de forma geral, não é um “mal” da sociedade. Esta tem interesse pela vida política e quer conhecer o que aqueles que pleiteiam seu aval para administrar suas cidades pensam e propõem. A ideia de que o cidadão tem uma percepção acrítica do candidato não condiz com a realidade.
Por isso, os espaços e canais de discussão, sejam os estipulados por lei, sejam os poucos abertos pela imprensa, devem ser bem aproveitados. Utilizar o horário eleitoral para fazer campanha de baixo nível, desqualificando adversários, ao invés de expor e debater as ideias e programas que podem melhorar a vida das pessoas, configura desperdício e desrespeito ao processo político e à sociedade.
Além disso, por mais importante que sejam a abertura, o aperfeiçoamento e a ampliação destes canais, a conquista do voto se dá menos em estúdios de gravação e mais nas ruas, através do contato pessoal com os cidadãos e do conhecimento de seus problemas e necessidades cotidianos.
 José Dirceu

Charge

Medidas de estímulo ao crescimento econômico terão efeito no 2º semestre

 

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou hoje (31), após ser recebido pela presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, que as medidas tomadas pelo governo para estimular o crescimento econômico terão efeito a partir do segundo semestre. Segundo ele, a indústria está se recuperando e há expectativa de crescimento do setor nos próximos meses.

"Nós enfrentamos muitas dificuldades no primeiro semestre, a presidenta conhece bem nossas dificuldades. As políticas que o governo tem adotado e apresentado como desoneração de folha de pagamento, desonerações tributárias, redução da taxa de juros, melhoria do câmbio, isso certamente vai dar um efeito agora a partir do segundo semestre. A expectativa que nós temos, por pesquisas realizadas com a indústria brasileira, é que a partir do ano que vem vamos estar crescendo em torno de 4,5%", disse Andrade.



Conto judaico


Uma tarde, muito desconsolada e triste, a verdade encontrou a Parábola, que passeava alegremente, num traje
belo e muito colorido.

- Verdade, porque estás tão abatida? perguntou a parábola.

- Porque devo ser muito feia já que os homens me evitam tanto!respondeu a verdade.

- Que disparate! - riu a Parábola - não é por isso
que os homens te evitam.Toma, veste algumas das minhas roupas,vê o que acontece. Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes
da Parábola e, de repente, por toda à parte onde passava era bem vista.


Moral: Os homens não gostam de encarar a Verdade nua; eles a preferem vestida.

A FÁ BULA DA VERDADE

Uma tarde, muito desconsolada e triste, a verdade encontrou
a Parábola, que passeava alegremente, num traje
belo e muito colorido.
- Verdade, porque estás tão abatida?
- perguntou a Parábola.
- Porque devo ser muito feia já que os homens
me evitam tanto!
- Que disparate! - riu a Parábola - não é por isso
que os homens te evitam.Toma, veste algumas das
minhas roupas e vê o que acontece.

Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes
da Parábola e, de repente, por toda à parte onde passava
era bem vinda.
- Pois os homens não gostam de encarar a
Verdade nua; eles a preferem disfarçada."
(Conto Judaico)

É claro, que a maioria prefere a verdade do que a mentira, o fato esta de como é dita a verdade, as palavras tem o poder de transformar e também de magoar... Pense nisto, antes de falar qualquer coisa por mais verdadeira que acreditas que seja. É preferível uma verdade que doa e nos faça refletir e crescer, do que, uma mentira que nos iluda e faça parar no tempo...