Lula no New Yorque Times


Como, se não sabe inglês?- perguntam seus  opositores, com ares de Cícero.  
Algumas postagens nas redes socais sobre o fato do ex-presidente Lula virar colunista do jornal The New York Times comprovam que é absolutamente impossível para parte da classe média e quase a totalidade da elite brasileira aceitar, sem manifestações explícitas de incorrigível ódio de classe e peculiar preconceito, esse fato: Lula é um player dentro da política internacional!
Seus artigos serão comprados, aposta o NYT. Por isso Lula foi contratado.
No fundo esse é o sonho do tucano clássico. Por isso também o despeito. Lula é respeitado em todo mundo. É um fato, ora.
Se a oposição partisse da realidade, e não de seu fígado, faria a leitura conjuntural que lhe possibilitaria mensurar as ações necessárias ao seu crescimento.
Não obstante, esses setores preferem permanecer numa desqualificação que, a toda hora, é derrotada pela realidade. É nessa hora que Lula viva colunista do NYT. E a leitura errada é entornada no chão.
Eles precisam diminuir o adversário para acreditar em sua própria vitória, diria Gramsci.
Frágeis…tão frágeis. Há um preconceito atávico que a eles serve de explicação racional do Brasil. Sem esses preconceitos seus totens caem, como gotas de orvalho. Esses preconceitos explicam porque são superiores. E porque seres superiores devem viver em situação privilegiada.    
Há quem pergunte, triunfante, como se o argumento fosse definitivo:
- Ora, mas como Lula escreverá para o NYT se não sabe o idioma inglês?
Não é de se admirar que esse grupo social, incapaz de percebe que neste grau de relações a língua jamais será uma barreira, esteja há 10 anos na oposição.
Lula os põe na palma da mão. Por isso ele está na linha de frente.
É que na universidade do mundo eles são analfabetos políticos. E Lula é Doutor.
Ou agora a meritocracia não vale?

by Charles Carmo

As lambanças do STF e MP na AP 470 (mensalão)



Pela excelência e propriedade do texto do colega advogado, Dr. ANTÔNIO ESCOSTEGUY CASTRO, abordando de forma crítica o comportamento das cúpulas do Poder Judiciário e do Ministério Público no julgamento em curso da famosíssima AP 470, julguei necessário divulgá-lo aqui no blog sujinho.
Preciosa a seguinte frase de CASTRO:
- "(...) vestir aquela toga preta, que não é a do Batman, não é a de um Vingador, mas a de um Juiz".
Em tempos que o presidente do STF agride deliberadamente (e covardemente) a advocacia, vozes como a de CASTRO devem ecoar...
Esclareço que ANTÔNIO ESCOSTEGUY CASTRO é advogado formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é Vice-Presidente da Associação Gaúcha de Advogados Trabalhistas e representante do Conselho Federal da OAB na Comissão de Alto Nível do MJ para a Reforma da Legislação Trabalhista.
Por questão de honestidade intelectual, destaco que...
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Poesia da hora


O mundo anda mal mas sou eu que não presto
Sou resto
De uma ideia
De uma nova rebeldia
O povo dessa selva se balança de alegria
Vejo a tristeza se encharcar de euforia


Não por acaso, o mais emblemático dos embargos de declaração é o de José Dirceu

 Uma das contradições apontadas é cristalina e tem profundas consequências. 

O Ministro Relator julgou José Dirceu pelos termos da lei contra a corrupção de dezembro de 2003, mais gravosa, sob a alegação de que a configuração do crime se dava na data do falecimento do Presidente do PTB ( que seria o corrompido na operação), que se dera naquele mês. Mas o Presidente do PTB faleceu em outubro, quando vigia lei mais benéfica ao réu. Ora, José Dirceu recebeu,por este crime, pena de cerca de 2/3 da previsão máxima. Caso seja aplicada a lei mais benéfica, sua pena cairá de 7 anos e 11 meses para menos de seis anos. A consequência é espetacular: só com isto, sairá do regime fechado.
E agora? A ânsia da Rede Globo de ter as imagens de um José Dirceu algemado indo para a prisão superará toda a tradição jurídica brasileira? Quão longe a influência política e eleitoral num julgamento irá?

Iguatu: quem nunca?

Soim da Matriz

A origem de alguns ditados populares


A língua portuguesa possui inúmeras expressões interessantes. Muitas vezes, elas permanecem imutáveis ao longo de anos, representando um forte papel cultural para o idioma. Existem pessoas que se ocupam em pesquisar e descobrir a origem das expressões, que podem ser fundamentadas na cultura do próprio país, ou ainda ter influência estrangeira, mitológica, religiosa, histórica, etc.

Sabe-se que as expressões são adquiridas no contato direto com a língua, na socialização dos indivíduos. De acordo com estudos, a partir dos cinco ou seis anos, as crianças começam a usar algumas expressões e, daí em diante, continuarão a enriquecer o seu dicionário mental para sempre.
Veja agora mesmo a origem das expressões a seguir:

Corredor Polonês
Corredor polonês é uma expressão comumente utilizada para denominar uma passagem estreita formada por duas fileiras de pessoas que se colocam lado a lado, uma defronte à outra, com a intenção de castigar quem tenha de percorrê-la. A expressão faz referência à região transferida por parte da Alemanha para a Polônia ao fim da Primeira Guerra Mundial, em virtude da assinatura do Tratado de Versalhes. O Corredor Polonês dividiu a Alemanha ao meio, isolando a Prússia Oriental do resto do país. Através de uma extensão de 150 quilômetros e largura variável entre 30 a 80 quilômetros, permitiu que os poloneses circulassem livremente em território alemão, bem como possibilitou o acesso da Polônia ao Mar Báltico. Posteriormente, tanto o Corredor quanto a Prússia foram incorporados ao território polonês. A disputa pela região do Corredor Polonês provocou inúmeros atritos entre os dois países. Em 1939, durante a invasão da Alemanha à Polônia, os poloneses foram encurralados pelos alemães, os quais se posicionavam dos dois lados do Corredor e atiravam contra os poloneses, que estavam no meio.


Voto de Minerva
A expressão tem sua origem em uma história pertencente à mitologia grega. Agamenon, o comandante da Guerra de Troia, ofereceu a vida de uma filha em sacrifício aos deuses para conseguir a vitória do exército grego contra os troianos. Sua mulher, Clitemnestra, cega de ódio, o assassinou. Com esses crimes, o deus Apolo ordenou que o outro filho de Agamenon, Orestes, matasse a própria mãe para vingar o pai. Orestes obedeceu, mas seu crime também teria que ser vingado. Em vez de aplicar a pena, Apolo deu a Orestes o direito a um julgamento, o primeiro do mundo. A decisão, tomada por 12 cidadãos, terminou empatada. Chamada pelos gregos de Atenas (Minerva era seu nome romano), a deusa da sabedoria proferiu seu voto, desempatando o feito e poupando a vida de Orestes. Eis a razão da expressão Voto de Minerva (também conhecida como "voto de desempate" ou "voto de qualidade").

Bafo de onça
A onça é um animal carnívoro que se lambuza bastante na hora de comer a caça. Por esta razão, fede muito e sua presença é detectada à distância na mata. Assim, pessoas que possuem o hálito fétido passaram a ser chamadas de "bafo de onça". A expressão também faz referência ao hálito de quem está (ou esteve) alcoolizado.

Santinha do pau oco
Expressão que se refere à pessoa que se faz de boazinha, mas não é. Nos séculos 18 e 19, os contrabandistas de ouro em pó, moedas e pedras preciosas utilizavam estátuas de santos ocas por dentro. O santo era "recheado" com preciosidades roubadas e enviado para Portugal.

Névoa baixa, sol que racha
Ditado muito falado no meio rural. A Climatologia o confirma. O fenômeno da névoa ocorre geralmente no final do inverno e começo do verão. Conhecida também como cerração, a névoa fica a baixa altitude pela manhã provocando um aumento rápido da temperatura para o período da tarde.

Sem eira nem beira
Significa pessoas sem bens, sem posses. Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada. Na região nordeste este ditado tem o mesmo significado mas outra explicação. Dizem que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado , então construíam somente a tribeira ficando assim "sem eira nem beira".

Um partido se faz com ideias, palavras e obras


Na sua origem, havia três vertentes no PSDB: a das ideias, representada por um conjunto de intelectuais, como Luiz Carlos Bresser Pereira, os irmãos Mendonça de Barros; a das palavras, representada especialmente por  Fernando Henrique Cardoso; e das obras, representada por Mário Covas.
FHC nunca foi um construtor de nada. Limitou-se a se deixar levar pela inércia dos ventos neoliberais da época e a brandir um discurso socialdemocrata, que nada tinha a ver com sua inação.
Covas acertou as contas de São Paulo e montou um modelo fiscal competente. A guerra infernal para obter o equilíbrio fiscal acabou debilitando muitas instituições relevantes do Estado. Não fosse sua morte prematura, é possível que Covas tivesse realizado um segundo governo de reconstrução.
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O relevante é que, com seu estilo seco, quase brusco, com sua cabeça de engenheiro, cartesiano, e com seu histórico político, Covas passava a convicção sólida de alguém preocupado com o bem estar do seu povo. Aos seus seguidores recomendava tirar os fins de semana para se misturar ao povo, "amassar barro", como ele dizia.
Seu recado tinha destino certo: sempre abominou o elitismo superficial e deslumbrado dos intelectuais do partido - FHC à frente.Leia mais »