Lutar contra certas coisas que só passam com o tempo é desperdiçar energia

Paulo Coelho

No meio do campo, começou a chover. As pessoas corriam em busca de abrigo, exceto um homem, que continuava a andar lentamente.

- Por que você não está correndo? - perguntou alguém.

- Porque também está chovendo na minha frente.

Papo entre Ricardo Noblat e Jô Soares

- Aqui está escuro, estou sem óculos e não consigo ler nada do que escrevi.

Jô Soares:
- Não se preocupe. Você não está perdendo nada. 

Relatório de espionagem

"De acordo com as instruções, segui seu marido na noite de ontem. Primeiro ele comprou presentes, depois foi a um restaurante, em seguida a um bar, mais tarde a uma discoteca e, por fim, foi parar no motel". 

A mulher possessa: 

- Ordinário, isto é o que ele é! E o que ele estava fazendo em todos esses lugares, o senhor pode me dizer?
- Seguindo a senhora.

Jornalismo fast-food

Existe um jornalismo fast-food que se limita a seguir todo movimento de manada, a apresentar visões extraordinariamente simplistas da realidade ou a exercitar a opinião (leiga) sobre assuntos da maior profundidade.
Em todos esses casos, valem-se do expediente da "autoridade" - no caso, a possibilidade de sua opinião, por mais primária que seja, saia publicada em jornais de alta circulação ou em jornais de TV.
Esse movimento teve início no pós-redemocratização e está estreitamente ligado ao florescimento dos âncoras de rádio de TV e seus bordões de fácil alcance - tipo "isto é uma vergonha".
Sempre valeu para rádio e TV, mas não tinha espaço entre formadores de opinião - categoria na qual se enquadravam os jornais, antes da deblacle dos últimos anos.
Um dos mais fáceis recursos de marketing consiste em juntar um conjunto de temas negativos para concluir que tudo está negativo - ou o inverso.
Por exemplo, junto a tortura a quatro réus acusados de um crime aqui, com um ato de vandalismo ali, junto algumas tragédias sanitárias acolá e passo ao leitor a percepção de que aqueles fragmentos de realidade se constituem no todo.
Ora, países, estados, cidades, grandes empresas, são organizações complexas, das quais se pode extrair centenas de exemplos positivos e negativo.
Poderia falar do evento da SBPC em Recife, da euforia dos jovens com a redescoberta da política, da ascensão da nova música brasileira, dos resultados da indústria naval, do trabalho excepcional de ONGs e OSCIPs em parceria com o setor público, da universidade do MST, da recuperação pontual das bolsas e dizer que o país é uma maravilha.
O tal país terminal ou pujante não é o país real: é aquele que existe na cobertura da mídia, na cabeça do jornalista, no cérebro de quem não consegue enxergar além do retrato em branco e preto do momento.
É o marketing da notícia, uma opção que os jornais escolheram para se tornarem irrelevantes junto à opinião pública que conta.

O teclado e a clorofila

por Vanja Campos
Léo retirou o pó da velha Alpina e o som do teclado invadiu a sala, assustando os eletrônicos piscantes. Os dedos voltaram a galopar as letras pelo branco a fora".
"Ei, por favor, leva o meu verde para a estufa, desconfio ele meio acinzentado e eu estou sem clorofila no momento.

Alma feminina

Dedico a minha sobrinha Beatriz Teixeira

Completamente loucos de Tezão

Gemidos 
Sussurros... 
Corpos suados 
Palavrões... 
Puxões de cabelo 
Tapinhas... 
Olhares gulosos 
Beijos molhados... 
Línguas ousadas 
Alucinados... 
Tarados 
Completamente loucos de tesão 
Te quero 
Dentro 
Quente 
Rápido 
Selvagem... 
Te quero assim 
Meu Homem... 
Meu Macho !