Momento 1 - explodem os casos Asltom e da máfia dos fiscais da Prefeitura. Entram na linha de fogo dois lugares-tenentes do esquema Serra: Andrea Matarazzo e o ex-Secretário das Finanças do município Mauro Ricardo. O caso de agrava quando se conatata que a controladoria do município abriu inquérito contra a máfia e Mauro Ricardo engavetou sob a alegação de que as denúncias anônimas não traziam provas. A fogueira esquenta.
Momento 2 - acuado, Serra amarela e dá entrevista à Folha interrompendo momentaneamente a retórica da radicalização. Mostra-se o mais cordato e democrático dos brasileiros e o mais solidário dos tucanos, disponível até para apoiar Aécio Neves.
Momento 3 - aí, a cobertura da mídia corrige a inconfidência inicial e, apesar de Mauro Ricardo já ter admitido publicamente ter sido responsável pelo arquivamento das investigações, são divulgadas apenas grampos no qual o acusado menciona Kassab. E o fogo de encontro afasta a fogueira que ameaçava se alastrar sobre o esquema Serra,
Momento 4 - sentindo que mais uma vez a cobertura consegue desviar o foco dele, Serra recobra a agressividade e volta a acusar o PSDB de leniente como oposição. Não passou nenhuma semana depois do ato de contrição.
Não sei até quando a velha mídia vai sustentar esse jogo de cena de ignorar o histórico de Serra. Há um conjunto de investigações que ganhou dinâmica própria e um volume expressivo de informações disponíveis sobre a atuação do esquema Serra desde seus tempos de Secretário do Planejamento de Montoro.
É questão de tempo para se desfazer a blindagem.
Quando a barragem explodir, como irão se explicar para seus leitores.
LUIS NASSIF
Serra e pig, unha e cuticula
Marina de vice?
No PSDB sem direção sobra critica e confusão
247 - O senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável presidenciável tucano, não gostou nada da imagem usada por José Serra para se referir ao partido. Segundo o ex-governador, o PSDB age como Madame Bovary, personagem criado por Gustave Flaubert para abordar o tema adultério. De acordo com Serra, o PSDB age como se buscasse a aceitação do PT.
Aécio deixou o tom cordial de lado e reagiu, acentuando a crise interna: "Cada um contribui com o partido do jeito que pode. Eu estou aqui em Manaus falando bem do PSDB e mal do PT, né? Agora, não me acho a melhor pessoa para falar de complexos."
A comparação de Serra do PSDB ao romance de Flaubert foi feita para uma plateia de 60 pessoas em evento em São Paulo. Na ocasião, ele ainda alfinetou a estratégia de campanha de Aécio.
"O PT faz um leilão mal feito como o do campo de Libra. E o que faz o PSDB? Sai dizendo: 'Olha aí, eles [petistas] sempre foram contra a privatização e agora estão fazendo a privatização'. Isso dá voto? Nenhum", disse Serra.
As manifestações públicas do ex-governador contra o tucano têm incomodado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que em recente entrevista disse que Serra deveria dar um tempo.
Soneto de corrupção
Malú - Haddad precisa de apoio
O que o Haddad está fazendo nunca foi feito, ao menos não tive notícias. Tentar limpar a área governamental de corrupção, seja a qualquer nível, municipal, estadual ou federal, como já disse, é mexer em vespeiro. O Haddad está sendo e vai continuar a ser muito criticado por isso, pela imprensa, pelo aparelhamento dos governos anteriores e até dentro do seu próprio partido. É preciso muita coragem para enfrentar o que ele está enfrentando, pois aqui em nosso país, corrupção em governos é uma coisa imexível. Testemunhei várias vezes, em outro Estado, na troca de governo entre partidos diferentes, após ter garantido em campanha que iria apurar tudo quando chegasse lá. Via que eles apuravam realmente, havia sindicâncias e mais sindicâncias, auditorias e mais auditorias. Daí eu pensava, agora vai. Ia nada. Eles pegavam os resultados das auditorias e... engavetavam. Ninguém jamais ouvia qualquer coisa sobre o assunto. Quer dizer, quem entrava apurava tudo de errado que havia no governo anterior e guardava o resultado apenas para ter o rabo do outro preso, o povo sempre foi o grande enganado. Isso sempre aconteceu em governos após governos. E pior, muitas vezes, o novo governo apenas achava com a apuração, o caminho das pedras e continuavam praticando as falcatruas do governo anterior. Por isso é que digo que o Haddad precisa de muito apoio, porque o que ele está enfrentando e vai enfrentar é barra pesada, não se mexe nessas melecas impunemente.