Agradecimento a André Vargas

  • E querem saber? Há algum tempo eu venho achando essa "etiqueta institucional" muito chata, muito careta. Sinto falta de atitudes como essa do Deputado, com D maiúsculo, André Vargas. Sinto falta de representantes com colhões, que cagam para o lixo que Merval Pereira ou Arnaldo Jabor irão escrever sobre ele. Não é à toa que morrerei admirando Brizola e Hugo Chávez!

    Sinto falta de representantes petistas com sangue de militante. Esse deboche, essa incontinência, essa irreverência demonstrados por Vargas fazem muita falta em um ambiente onde quase todos parecem ter medo de marcar diferença, onde quase todos parecem achar mais cômodo sumir na multidão. Mas eis que um punho se insurge...

    Precisamos de mais representantes petistas que tenham peito e honra para erguer o punho esquerdo cerrado. É esse gesto que traduz o sentimento de luta da militância. Não queremos petistas que escrevam cartinhas para a redação da Folha de S.Paulo para bajular o patriarca da famiglia Frias. Queremos petistas que vocalizem o grito por justiça que está engasgado na garganta de milhões de brasileiros.

    Obrigado, Deputado André Vargas!

Vai tomando capitão-do-mato


  “Muitos se cumprimentam com positivo, sinal de vitória. No PT, é tradicional cumprimentar com L do Lula. E a gente tem se cumprimentado assim [com o punho erguido]. Foi o símbolo de reação dos nossos companheiros que foram injustamente condenados. O ministro está na nossa Casa. Na verdade, ele é um visitante, tem nosso respeito. Mas estamos bastante à vontade para cumprimentar do jeito que a gente achar que deve.”
  André Vargas (PT-PR) vice-presidente da Câmara Federal

Apenas um gesto e a corja pira 

Bom dia!

"Não tenha medo da mudança. Ela assusta, mas poderá ser a chave daquela porta que você tanto almeja entrar."

Nokia lança celular com bateria que dura 20 dias por R$ 300

A Nokia anunciou o início das vendas do 208, um celular fabricado em Manaus que tem entrada para dois chips e custará R$ 299.
O aparelho tem internet classificada pela Nokia como "3.5G" que pode ser compartilhada com outros aparelhos usando um cabo USB. Ele é capaz de acessar aplicativos como Facebook e Twitter (que já vêm pré-instalados) e também reproduz vídeos do YouTube.
Tem Bluetooth e entrada para cartão SD de até 32 GB. A bateria dura, em stand by, até 20 dias. O Nokia 208 será vendido na cor preta pela loja virtual da marca e também em redes varejistas.

do Olhar Digital

Em nome do amor

“Faça o que você ama” é o mantra do trabalhador atual. Por que devemos reivindicar nossos interesses de classe se, de acordo com elites do FOQVA como Steve Jobs, não existe algo como trabalho?
“Faça o que você ama. Ame o que você faz.”
As ordens são emolduradas e penduradas na sala de estar do que somente pode ser chamada de sala com uma boa curadoria. Uma imagem dessa sala apareceu pela primeira vez num popular blog de design e foi compartilhada no Pinterest, no Tumblr e curtida milhares de vezes até o momento.
Iluminada e fotografada carinhosamente, essa sala foi decorada para inspirar Sehnsucht, grosseiramente traduzido do alemão como um anseio agradável por alguma coisa ou lugar utópicos.
Além do fato de introduzir exortações ao trabalho como um espaço de lazer, a sala do “faça o que você ama” – onde abundam bugigangas hype decorativas e trabalho não é labuta, mas amor – é exatamente o lugar onde todas essas pessoas que compartilham essa imagem ou a curtem, desejam estar. O arranjo díptico sugere uma versão secular de um altar de casa medieval.
Há pouquíssima duvida de que o “faça o que você ama” (FOQVA) é o mantra de trabalho não oficial do nosso tempo. O problema é que ele não leva à salvação, mas à desvalorização do trabalho real, incluindo o mesmo trabalho que se pretende elevar e – mais importante, a desumanização da vasta maioria dos trabalhadores.

Militância e solidariedade - o PT resiste pelas bases

Podem me prender, podem me bater/Podem até deixar-me sem comer/Que eu não mudo de opinião.” (Zé Kéti)
por Rodrigo Vianna
Em 2006, com o escândalo do chamado “Mensalão” ainda quente, despencaram em minha caixa de e-mails mensagens raivosas contra Lula e o PT: “quadrilha”, “bandidos”, “corja de nordestinos vagabundos”  – e outras sutilezas de que só a classe média paulistana é capaz…
Quando recebi mais um desses e-mails, que além de tudo fazia piada com o defeito do “nordestino nove dedos”, pedindo que Lula jamais fosse eleito para cargo nenhum no Brasil (queriam, já naquela época, condená-lo ao“ostracismo” de que falou Joaquim Barbosa semana passada), resolvi responder. Disse para os “amigos” (isso em 2006, às vésperas da eleição) que eu chegara até a pensar em não votar no petista, mas que diante da campanha raivosa, horrosa, preconceituosa, eu compreendera quem estava do outro lado. E que, portanto, era hora de reeleger Lula – para não permitir o avanço dessa direita que desde Lacerda e Newton Cruz (e sob a batuta de Marinhos, Frias e Mesquitas midiáticos) baba na gravata cada vez que o Brasil começa a avançar.
Alguns amigos e parentes entraram em desespero: “não, por favor, não vote no nove-dedos; tudo, menos isso”. Para eles, parecia impossível imaginar que – depois da tempestade midiática que viera pra aniquilar Lula e o PT,  em 2005/2006  - o partido pudesse se reerguer e conquistar mais um mandato.
Lula ganhou. O PT está no governo (mas não exatamente no poder) há 12 anos. Cometeu muitos erros. Mas costumo dizer que – em noventa por cento das vezes – é atacado não por seus defeitos, mas por seus méritos.
Incorporar 20 milhões de pessoas ao mercado, recuperar o papel do Estado (rompendo, em parte, com o discurso neoliberal), adotar uma polítia externa independente (ajudando a consolidar CELAC e UNASUL), e reatar (principalmente sob Lula) o diálogo com os movimentos sociais – deixando de tratá-los como “bandidos”, como ocorria sob o tucanato. Esse programa leva setores da classe média e das elites brasileiras ao desespero. E há a questão simbólica, o ódio aos “de baixo” que agora disputam vagas na universidades e poltronas nos aviões. Lula e o PT são símbolo disso tudo.
Mais que isso: o que desespera os conservadores é perceber que, sob ataque dia a noite, com várias lideranças presas,  execrado todos os dias na velha mídia, e tratado como uma “quadrilha”, mesmo assim o PT resiste. Em 2012 (com as condenações no STF), e em 2013 (com a prisão de Dirceu e Genoíno), mervais e outros quetais voltaram a se alvoroçar: agora vai, agora eles serão liquidados, desmoralizados!
De fato, muitas das lideranças do partido escondem-se, evitam o confronto. Mas na base o PT resiste. Insiste. Mostra força.
A impressionante campanha de doações para Genoíno e Delúbio, a solidariedade a Dirceu, a resiliência de João Paulo Cunha (que Joaquim Barbosa queria ver calado, mudo – mas que escreveu uma carta-aberta desafiando o imperial presidente do STF): tudo isso leva a imprensa conservadora ao desespero; faz os blogueiros e comentaristas de sites se resgarem em desespero… Sobre isso, leia o belo texto de Ricardo Mello.
O “nove-dedos” não foi aniquilado em 2006. A militância petista, ao invés de derrotada, parece ter ganho novo impulso após as injustas condenações e prisões determinadas pelo imperial presidente do STF. Tucanos na tribuna, comentaristas de classe média, jornalistas histéricos não conseguem entender; querem investigar, criminalizar quem resiste e doa parte de seu salário para pagar a multa dos condenados. 
O PT redescobre que o que faz a força do partido não é a “esperteza” dos acordos de bastidor, não é a capacidade de “convencer” empresários e banqueiros a doar para as campanhas eleitorais. O PT assusta quando se mostra um ponto fora da curva, com a capacidade de resistir diante das tentativas de aniquilar “essa raça” (célebre frase de Bornhausen, do DEM, dita em 2005, quando se imaginava que o “nove-dedos” e sua “quadrilha’ seriam exterminados pelos “homens de bem”). 
A direção do PT abdicou em muitos momentos do combate e do debate político. O partido está ferido, desgastado. Mas resiste. Por baixo, surge (ou ressurge) uma militância que não aceita a rendição.

Luis Nassif - sobre a parcialidade da mídia e da blogosfera

No aeroporto de Brasilia encontro uma alta fonte do setor energético. Está entusiasmado com as mudanças ocorridas no país. Pela primeira vez o crescimento do consumo no nordeste superou todas as demais regiões, em valores absolutos. 
 
No ano passado, o nordeste enfrentou uma das piores secas da história. Este ano, é o sudeste. Faz parte do jogo. De seca em seca, o assunto ruma para os boatos no ano passado, do suposto apagão de energia.
 
Ele estava em sua casa quando recebeu telefonema da Globonews informando-o sobre o furo da colunista da Folha - e da Globonews. Não conseguiu entender
 
- Ela descobriu que a presidente convocou uma especial do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), apenas para discutir o racionamento, explicou-se o produtor.
 
Ele, membro do CNPE, disse não saber de nada. O CNPE reune-se periodicamente, de acordo com agenda previamente definida. E não houve reunião especial alguma.
 
No estúdio da Globonews, enquanto se preparava para entrar, conversava com o produtor. 
 
- De fato, admitiu o produtor, foi uma barriga. Mas pelo menos teve a vantagem de chamar a atenção para o tema!, explicou para o entrevistado, que mal podia acreditar no que ouvia.
 
No debate, houve a oportunidade de esclarecer o tema. Mas nos cinco dias restantes, nenhuma reportagem da velha mídia admitiu a "barriga". Nem mesmo depois que o próprio Ministro das Minas e Energia (MME) procurou a colunista e lhe passou todas as informações - que não foram publicadas. A versão verdadeira só foi divulgada pela blogosfera.
 
Por esse e outros episódios, percebe-se a importância do contraponto das redes sociais e dos blogs, mesmo com todos seus exageros, mesmo quando se transformam na outra face da mesma moeda, de dar divulgação a qualquer factoide jornalístico, diluindo as denúncias graves em pegadinhas - como a foto de Joaquim Barbosa com o Mahfuz, uma bobagem colocada no mesmo nível das enormes impropriedades cometidas por Joaquim à frente do STF.
 
Faltam espaços de mediação na internet e, principalmente, espaços de jornalismo. Tudo está muito radicalizado, como se o estilo Veja-Cachoeira tivesse conquistado os dois lados. Importa dar apenas o que o leitor quer, como se o produto notícia tivesse ganhado alforria geral em relação aos fatos.
 
Ainda assim, vale a máxima de Capilé