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Charge da noite

Bem assim

Mafalda, una niña de 50 años

A popular personagem de Quino comemora seus 50 anos em 2014. Ainda que suas tiras não sejam mais publicadas desde 1973, Mafalda continua sendo uma figura reconhecida no plano internacional, com fãs espalhados em quase todo o planeta.

Qualquer ser humano com a sua idade já seria considerado um adulto na maturidade. Todavia, ela continua apresentando o seu apelo de criança, pois é assim que é conhecida e que se mantém no imaginário coletivo: como uma garotinha precoce e preocupada com o futuro da humanidade, questionadora da ordem estabelecida, porém, no fundo, sempre positiva.

A data de seu aniversário já tem sido motivo de polêmicas. Mas o próprio Quino publicou, em sua página web oficial, um comunicado no qual confirmou que: "El día de su primera publicación fue el 29 de septiembre de 1964 en la revista Primera Plana", o dia que deve ser considerado como aniversário de Mafalda.

O motivo por que o argentino Quino deixou de desenhar a Mafalda foi meramente pessoal. Numa breve biografia explicou que: "Ya no siente la necesidad de utilizar la estructura expresiva de las tiras en secuencia". Curiosamente, alguns anos atrás, propagou-se um boato - especialmente popular no México - que apontava para uma possível morte da personagem, atropelada por um caminhão de sopa  (alimento que Mafalda odeia com as mesmas forças com que ama os Beatles).

Enviado por Paulo Gurgel Carlos da Silva, ao Portal do Nassif

Bancos miram no público jovem

Não estranhe quando o filho de seu vizinho, de 16 anos, disser que já tem um cartão de crédito. Ou se seu sobrinho, que acabou de completar 18 anos, falar que a conta bancária dele anda no vermelho. Hoje em dia, ter um cartão de crédito ou abrir uma conta corrente não é mais exclusividades dos adultos. De acordo com pesquisa realizada, em 2013, pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), em parceria com o Instituto Ipsos, mais de 40% dos jovens brasileiros entre 16 e 24 anos são correntistas, e 26% já fazem uso do conhecido dinheiro de plástico.

Obviamente, que quem está inserido nessa faixa etária não possui muitas garantias a oferecer na hora de acessar esses produtos e serviços, mas isso não significa, explicam os especialistas, que esses jovens não sejam um público em potencial. Mais informados, conhecedores e usuários de tecnologia e cada vez mais cedo presentes no mercado de trabalho, não é de se estranhar o acesso precoce ao universo das finanças.

Potencial de consumo

Sem contar o padrão de consumo do público que vai dos 16 aos 24 anos de idade e que dia após dia cresce e se diversifica. Independentemente do estilo, é ponto pacífico que os jovens brasileiros, sobretudo da classe média, nunca tiveram tanto dinheiro na mão. E eles consomem mesmo. Principalmente peças de vestuário e alimentação.

De acordo com o mais recente estudo "Perfil de Endividamento do Consumidor de Fortaleza", divulgado na última quarta-feira, 21, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), 44,32% e 38% dos jovens entre 18 e 24 anos que assumiram dívidas na Capital cearense neste mês, respectivamente, gastaram com roupas e alimentos.

Seguido de categorias como eletrodomésticos (30%) e eletrônicos (18,6%), revelando, dessa forma, que cada vez mais os adolescentes dão palpites ou desembolsam em produtos comuns da casa, principalmente na área tecnológica. Comportamento que salta - e não poderia deixar de ser - aos olhos de bancos e do comércio varejista.

Mercado diversifica

Para se ter uma ideia, atualmente, todos os bancos de varejo que operam em território nacional oferecem, por exemplo, as chamadas contas universitárias, feitas especialmente para o público mais jovem.

E as ofertas não param por aí: cheque especial, poupança e mais uma infinidade de produtos são lançados um atrás do outro na tentativa de fisgar de vez essa turma.

No entanto, alerta quem entende do assunto, é preciso ter cuidado quando a questão é o uso do crédito - via cheque especial, cartões, financiamentos em lojas e empréstimos bancários - pois as ofertas no mercado são muitas e o risco de endividamento, igualmente, é grande.

Não é à toa o crescimento da oferta de programas de educação financeira voltados para crianças e adolescentes e o esforço empenhado por quase todos os bancos que operam no Brasil em dar, ao mesmo tempo que procuram atrair e fidelizar esse público, orientação sobre consumo e crédito responsáveis.

Neste cenário, completam os especialistas na área, o papel dos pais também é fundamental, a fim de que seja garantida uma relação saudável com o novo mundo do qual os jovens passaram a fazer parte.

Anchieta Dantas Jr.

Crônica dominical de Luis Fernando Veríssimo

Inúteis
As eleições para o Parlamento Europeu que acontecem neste fim de semana são um plebiscito disfarçado sobre o futuro da Comunidade Europeia. Entre os candidatos pedindo votos há um forte e barulhento grupo — talvez uma maioria — que é contra a comunidade e, portanto, quer ser eleito para uma instituição que pretende destruir.

As razões para sabotar a União Europeia vão desde o nacionalismo emocional até a reação da Europa do Norte ao atraso que representam as economias letárgicas da Europa do Sul e à ameaça de admissão de mais países problemáticos à comunidade, favorecendo a invasão de mão de obra barata do Leste. E passando pelo ressentimento de muitos com o domínio da Alemanha de Merkel sobre todos. A receita de frau Merkel para a saúde geral da comunidade é apfelstrudel,apfelstrudel e não tem conversa.
Assim, boicotada por dentro, a Comunidade Europeia caminha para ser outra Nações Unidas, um monumento à inutilidade de uma boa ideia. As Nações Unidas também nasceram como um projeto de congraçamento, para substituir as guerras pelo debate e o embate irracional pela razão.
É só lembrar todos os conflitos que acometeram o mundo desde que as Nações Unidas existem, sem que a organização pudesse evitá-los ou condicionar a política de grandes potências, para desesperar a Humanidade.
A ONU faz um trabalho valioso nas áreas da saúde e da alimentação internacionais e continua lá, no seu imponente prédio à beira do East River, mas, no seu propósito principal, fracassou. A Comunidade Europeia também tem um vistoso Parlamento, em Bruxelas, simbolizando sua própria frustração.
É difícil imaginar um retrocesso radical e imediato do seu projeto de união — embora até a permanência do euro, a moeda única de uma nação fictícia longe de ser única, esteja sendo posta em dúvida — mas o resultado das eleições deste fim de semana pode muito bem sinalizar o prelúdio de um suicídio.

A televisão francesa não para de mostrar razões para ninguém ir ao Brasil, na Copa ou em qualquer outro momento. Ao mesmo tempo as agências de viagens não param de vender pacotes para franceses irem à Copa. E a música do Brasil está em alta como nunca em Paris, até em lugares inesperados.
Três cantoras francesas e uma guitarrista fizeram um show há dias no Teatro Bouffes du Nord só de compositores brasileiros, de Villa-Lobos a Hermeto Pascoal e incluindo “Tico-tico no fubá”. Uma cantora francesa chamada Malu le Prince está resgatando a obra injustamente esquecida do Johnny Alf. E um show da Stacey Kent com um quarteto de cordas no Teatro Chatelet não só tinha uma maioria de canções do Tom Jobim e outros brasileiros como acabou em batucada. Você acreditaria na Stacey Kent tocando agogô?

Ellus do pessimismo

Crônica de um povo que resiste ao "caos"
O Brasil precisa mudar mais. E não voltar a ser o paraíso dos mervais, jabores, aécios, armínios e dos patéticos que amam a Ellus e detestam o povo brasileiro.
por Rodrigo Vianna
Povão não segue o modismo patético: mal-humorada, e mal-educada, é a elite brasileira
Começo da noite numa quinta-feira friorenta em São Paulo. O barbeiro que cuida do que restou de meu cabelo recebe-me preocupado: “Rodrigo, o que tá acontecendo no Brasil?” E ele mesmo responde: “acho que estão querendo derrubar o PT”.

O barbeiro está ressabiado com a onda de violência e pessimismo. Além da barbearia, mantem um pequeno sítio no interior paulista – onde produz mel. Comprou, com financiamento do PRONAF, caminhonete nova para transportar o produto… Longe de ser petista, ele se tornou fã de Lula. E observa tudo, inclusive a onda midiática antiBrasil, como um apicultor observa suas abelhas: há muito zumbido, risco de picadas; mas é preciso produzir o mel.

Corte para 24 horas antes. A moça que faz a limpeza em casa pede pra ir embora mais cedo. “Está uma bagunça na zona sul, Seu Rodrigo. O terminal de ônibus está fechado. Esse povo não tá contente com nada?”. Ela faz planos de abrir um pequeno comércio com o marido. Não leva uma vida maravilhosa. Longe disso. Mas sabe avaliar o que era o Brasil há 10 anos. E o que é hoje.

Conto isso tudo para meu filho, de 18 anos. E ele diz que o garçom – que o atendia dia desses num boteco em São Paulo -  também mostrava desconfiança diante do “caos” que emana das telas e das ruas: “isso aí é jogada política, pra mudar de governo na eleição.”

Sim, o povão está começando a fazer sua leitura dos fatos… Como dizia Brizola (clique aqui, para relembrar o discurso memorável do velho Leonel, durante campanha no Rio, em que ele dizia como enfrentar a Globo e seus aliados): 
“As pessoas sozinhas, apenas com seus valores originais de ser humano, no uso da razão e do bom senso, sozinhas, se defendem, constroem uma espécie de uma carapaça, de uma proteção entorno da sua mente, de seus valores culturais, daquilo que é original na nossa gente, esse povo assimila o que lhe interessa e se defende da pressão [midiática] contra sua cultura, contra seus valores, contra seu pensamento autêntico.”
Novo corte. Recolho umas camisas sociais, e sigo até a lavanderia perto de casa. A placa salta da vitrine: ”precisa-se de ajudante”. Lá dentro, fila de clientes. O atendimento é gentil e eficiente: típico do povo brasileiro (entre numa lavanderia em Paris ou Londres, e compare).

Mal-humorada é a elite que compra as camisetas da Ellus… A marca – acusada de usar trabalho escravo – estampa em suas camisetas: “abaixo este Brasil atrasado”.

Penso na taxa de desemprego no Brasil (abaixo de 5%), enquanto sigo para outro bairro. Tento parar o carro num estacionamento lotado. Nova placa: “precisa-se de manobrista”. Converso com o rapaz que me atende: “tá faltando gente pra trabalhar?” E ele: “o patrão subiu até o salário inicial, acho que agora vai conseguir um pra me ajudar aqui com os carros”.

Volto a minhas conjecturas. Quem só convive em círculos de classe média deve acreditar que o Brasil está à beira do caos. A classe média está com raiva, muita raiva. E a cobertura midiática reflete essa raiva. Insufla a raiva, dissemina a raiva.

Parte do povão acaba contaminada pelo clima de “caos”. Mas outra parte, enorme, observa tudo com muita inteligência – feito o garçom, a moça da limpeza ou o meu barbeiro. Matreiro, ele encerrou a conversa na quinta-feira com uma piscadela: ”eles querem derrubar a mulher do Lula [assim ele chama a Dilma], mas a gente está entendendo bem o que tá acontecendo…”

Essa desconfiança com o que se vê nas telas da TV, e essa impressionante resistência ao bombardeio midiático são a explicação para que Dilma siga com 40% dos votos em meio ao clima de “pega, esfola e mata”.

Dilma e Lula não travaram o combate simbólico, não mostraram de forma didática que 30 milhões de brasileiros saíram da miséria graças a políticas públicas. Esse salto gigantesco não veio (apenas) do esforço individual. É fruto da política. A mesma “política” esculhambada nas rodas de bar, nas ruas, nas telas e nos comentários-padrão de leitores de grandes portais da internet.

Fiz essa pergunta a Lula, na entrevista aos blogueiros há pouco mais de um mês. “Por que o PT abriu mão do combate simbólico?” E ele: “combate simbólico? mas minha eleição e a de Dilma já são o símbolo”.

O operário-presidente. A mulher-presidente. Símbolos poderosos, de fato… Talvez isso também explique porque uma parte gigantesca da população brasileira permaneça   impermeável à onda de ódio e pessimismo.

Mas é um erro contar apenas com a resistência e a capacidade de análise do povão brasileiro. Ele parece ter compreendido que não há (ainda) um outro projeto para o país. E que a turma sem projeto quer botar fogo no que conseguimos construir a duras penas…

O povão resiste. Mas é preciso oferecer novo projeto: com mais mudança, mais democracia, mais justiça.

O Brasil precisa mudar mais. E não voltar a ser o paraíso dos mervais, jabores, aécios, armínios e dos patéticos que amam a Ellus e detestam o povo brasileiro.

O Brasil precisa de uma liderança que aponte caminhos. Dilma precisa ser a Dilma do Primeiro de Maio, e não a Dilma do omelete com Ana Maria Braga.
Dilma e Lula precisam ser mais Brizola… Aliás, no mesmo discurso citado acima, o líder trabalhista explicava didaticamente:
“A causa deles é tão ruim, é tão miserável, é tao infeliz, que com tudo isso [o aparato midiático] na mão, eles não conseguem pressionar praticamente a ninguém.”

Luiza Trajano, garota propaganda do Planalto?

O negócio tá ruim, tão ruim assim? Então vende e vai embora para o país que tu tanto adora!

Empresária mantém o viés otimista pelo Brasil, conta como a empresa precisou se reorganizar depois de quase dobrar de tamanho e diz ser garota-propaganda daquilo que dá certo

Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, presidente do conselho de administração da rede de lojas Magazine Luiza, é diferente da maioria dos empresários brasileiros. Não só pelo fato de ser mulher — é uma das poucas na posição —, mas pelo viés otimista que enxerga o Brasil. Enquanto boa parte da iniciativa privada adota tom mais ácido ao falar das ações do atual governo, essa paulista de Franca afirma que prefere ver o copo “meio cheio” em vez de “meio vazio”e diz não temer ser vista como garota-propaganda do Planalto.

De tão identificada com a rede que comanda, Luiza é associada à marca. Na realidade, o nome vem da tia, Luiza Trajano Donato, que comprou uma pequena loja de presentes em 1957, A Cristaleira, com o marido Pelegrino José Donato.

Depois de quase dobrar de tamanho entre 2007 e 2010, a empresa sentiu as dores do crescimento. Em 2012, amargou prejuízo de R$ 6,7 milhões, resultado que empurrou o preço das ações para baixo e obrigou a empresa a diminuir o ritmo de expansão. Novas aquisições estão fora dos planos este ano, diz Luiza.

A meta em 2014 é crescer de forma sustentada. Para isso, conta com o bom desempenho das vendas no Rio Grande do Sul, que costuma visitar com bastante frequência. O hino rio-grandense ela já sabe de cor. Falta só aprender a tomar chimarrão.
Enquanto outras redes destacam a qualidade do produto ou o preço mais barato, o slogan da Magazine Luiza faz um convite: vem ser feliz!. Luiza Trajano é uma mulher feliz?


Eu sou muito feliz (risos). Felicidade é muito você aceitar as coisas da maneira como vêm. Há quatro anos, perdi meu marido subitamente e foi muito triste. Mas acredito que as coisas sempre vêm para que as pessoas possam desenvolver, melhorar. Lógico, sofremos, temos problemas. Mas felicidade é muito simples. É preciso querer ser feliz. Agradecer o que acontece de bom. Detesto a frase “era feliz e não sabia”. Quando meu marido morreu, a única coisa que me consolava era isso. Eu era feliz e tinha sabido aproveitar isso.


O que a faz rir à toa?
Meus netos e boas vendas. Fico muito alegre vendo as pessoas crescendo e conseguindo vencer os obstáculos. Pessoas com garra e determinação, que não reclamam muito das coisas. Gente que faz acontecer, de princípios, que luta por uma causa.

Uma de suas marcas é o otimismo sobre o Brasil. É avaliação de cenário ou é nato?

Não é que eu seja otimista e ache que tudo está certo. Apenas costumo ressaltar também as coisas positivas. Vivemos uma onda de pessimismo. O Brasil incluiu 5 milhões de pessoas no mercado de trabalho e parece que não foi nada. Uma década atrás, quando tínhamos uma loja com 50 vagas ficavam 2 mil pessoas na fila por um emprego.

E agora, mudou?
Agora abrimos uma outra filial na mesma cidade no interior de São Paulo, Rio Preto, tinha só 100 pessoas. E metade já tinha emprego. Sou daquelas que gosta de ver o copo do lado cheio. O lado vazio tem muita gente para mostrar. O Brasil precisa de líderes que também saibam ver o lado positivo.

Há motivos para as queixas dos empresários?
Eu costumo dizer para os colegas empresários que pensam muito negativo: “Está tão ruim? Então, vende o negócio e muda de país”. Trabalha aqui, ganha dinheiro aqui e acha que está tudo ruim? O Brasil é nosso. Não adianta eu reclamar de mim mesma. À medida que eu estou reclamando do país eu estou reclamando de mim. O que eu posso fazer para ajudar? Não é um otimismo sem participação. É se sentir responsável por construir um país melhor. Quem se sente responsável não aponta dedo.

Há um certo ranço do mercado em relação ao governo?
A campanha eleitoral começou muito cedo este ano e isso traz muita coisa à tona. Temos muitos problemas para vencer. A infraestrutura está sendo enfrentada. Mesmo assim, temos conquistas. O país passou por uma crise global (2008) quase ileso. Afetou todo mundo e nós não sentimos. Dia desses recebi um empresário espanhol que me contou que os jovens na Espanha não têm emprego. E nossos jovens têm. Há coisas para melhorar, mas só nós conseguiremos isso. A renda triplicou em 10 anos.

A senhora fez sucesso nas redes sociais quando corrigiu Diogo Mainardi, no programa Manhattan Connection, sobre inadimplência no varejo. Mandou mesmo o e-mail a ele?


Nunca mandei um e-mail ou carta de retorno para ele. Tudo que andam dizendo na internet é mentira. A única coisa que fiz foi agradecer as milhares de mensagens de apoio que recebi. Tenho um respeito muito grande por toda a equipe do Manhattan. O que aconteceu é que eu sou uma pessoa preocupada com a inadimplência. Toda segunda-feira, recebo dados atualizados, tanto da minha empresa quanto dados gerais. Inadimplência é igual a cupim, corrói o negócio por dentro. Nem sou tão ligada em números, mas esse tema é algo que acompanho muito de perto. Mesmo tendo certeza do contrário, quando o Diogo Mainardi disse que a inadimplência havia aumentado eu não retruquei. Apenas disse que ia encaminhar o e-mail. Mas nunca enviei. O que tem é muita gente aí escrevendo mensagens falsas no meu nome.

Por que a resposta da senhora fez sucesso entre os jovens?
Eu me assusto com o pessimismo dos jovens. Eles vivem uma fase sem esperança, e de repente alguém mostra o copo cheio, o que o país tem de bom. E também porque o número que eu dei estava certo. E na semana seguinte foram divulgados dados mostrando que o país estava com os índices mais baixos de inadimplência.

O estilo da resposta contribuiu para a repercussão?
A forma como conduzi, firme, sem ser agressiva, também ajudou. Não sou analista de comunicação, mas acho que foi isso. Era uma coisa que tinha de ser. Não me preparei. Tinha chegado aquele dia mesmo dos Estados Unidos. Nunca mais vou ser tão inocente (pausa). Apesar de que, no programa do João Dória, fui do mesmo jeito (risos).

A inadimplência preocupa? Os índices voltaram a subir no início deste ano…
Continua em queda. A prova disso é que os bancos têm aprovado mais crédito. Teve um pouquinho de alta sim, o que é comum para o período.

Ainda há espaço para expandir o consumo no Brasil?
Falar em opção por consumo ou por infraestrutura é um erro. Infraestrutura é necessária, mas para garantir não é preciso abrir mão do consumo. Sem consumo não tem emprego. No Brasil só 54% da população tem máquina de lavar, só 10% tem televisão de tela plana e só 1% tem ar-condicionado. E ainda precisamos construir 23 milhões de casas para ter um nível satisfatório de igualdade social para um país em desenvolvimento. Nenhuma indústria vive sem consumo. Nos Estados Unidos, as pessoas já estão na oitava geração de TVs de tela plana. A gente ainda precisa de uns 20 anos de progresso.

(…)