Boa noite

Frase da hora

De agora
E para sempre

Alex Castro - como funciona o privilégio

Um filme só sobre homens é um filme.
Um filme só sobre mulheres é um filme feminino.
Um ensaio fotográfico só de mulheres brancas é um ensaio de mulheres.
Um ensaio fotográfico só de mulheres negras é um ensaio negro.
Um romance sobre um casal hétero é um romance.
Um romance sobre um casal homossexual é um romance gay.
Quantas vezes não somos nós mesmas, na nossa fala e nas nossas ações, a perpetuar esse tipo de normatização tirânica?

Ricardo Kotscho - Aécio Campos ou Eduardo Neves: qual é a diferença?

Vira e mexe, eu me confundo com os nomes dos candidatos de oposição, e não é para menos. Ambos jovens e com pinta de galãs, netos de políticos célebres, Aécio Neves e Eduardo Campos _ agora acertei! _ fazem campanhas semelhantes, com o mesmo discurso de ataques ao governo Dilma e as peregrinações pelo alto empresariado industrial e financeiro de São Paulo para vender seu peixe e tornar mais competitivas suas candidaturas.

Até nas poucas propostas apresentadas até aqui, Aécio e Eduardo falam a mesma língua, como destaca o colega Fernando Rodrigues, em sua coluna da "Folha" neste sábado: defendem o fim da reeleição, mandatos de cinco anos e coincidências de disputas eletivas, de vereador a presidente da República.

Sem entrar no mérito da proposta, não se trata propriamente de uma novidade e não é o tipo de mensagem capaz de comover o eleitor a ponto de mudar seu voto. Fora isso, a dupla propõe um ajuste na economia para baixar os juros e a inflação, cortar gastos públicos e ministérios, sem afetar os programas sociais implantados pelos governos petistas, com a manutenção dos níveis de emprego e renda, mas ainda não explicaram como pretendem fazer isso.

Desta forma, como constatou Marcos Coimbra em artigo publicado na última edição da "Carta Capital", "apesar da piora na avaliação da presidenta, a oposição permanece imóvel nas pesquisas eleitorais".

Por isso mesmo, tendo apenas a metade das intenções de voto de Aécio (20 a 11, segundo o último Ibope, frente a 40 de Dilma), a terceira via de Eduardo Campos resolveu esta semana romper o "acordo de cavalheiros" que mantinha com o tucano desde o ano passado. O pretexto foi a disputa estadual em Minas, em que cada um deve lançar o seu próprio candidato, mas o fato é que o ex-governador pernambucano nada tinha a ganhar fazendo parcerias com seu principal concorrente a uma vaga no segundo turno.

Agora, é cada um por si e ambos contra Dilma, diferenciando-se apenas para ver quem bate mais na presidente. É esta a disputa que travarão daqui para a frente, já que o debate político propriamente dito tem se resumido mais a mostrar os erros dos outros do que as próprias virtudes.

Na próxima semana, começam a chegar as seleções que vão disputar a Copa no Brasil. A Câmara já avisou que não haverá sessões em dias de partidas em Brasília e quando a seleção brasileira jogar. Na semana de 16 a 20 de junho, vai ser difícil encontrar algum parlamentar em Brasília. Além disso, é o mês das festas juninas que levam os nobres parlamentares a seus redutos eleitorais, principalmente no nordeste. A CPI da Petrobras já começou esvaziada, com apenas três senadores marcando presença.

Diante deste cenário, a campanha presidencial e os índices nas pesquisas devem ficar congelados até o final da Copa, no dia 13 de julho. Só depois disso, Aécio e Eduardo terão a atenção da plateia para mostrar quais são, afinal, as diferenças nos seus projetos para ocupar a cadeira de Dilma no Palácio do Planalto. O palco daqui para a frente será ocupado por Felipão e seus 23 comandados em busca do hexa.

Eleição 2014

De setembro de 2013 para cá, Aécio Neves, do PSDB, foi de 20% para… 20%, com pequenas variações no intervalo. Ao longo de nove meses, mexeu-se um pouco para a frente, um pouco para trás, e acabou no mesmo lugar.

Eduardo Campos, do PSB, fez igual, embora em patamar inferior. No período, passou de 10% para… 10%. Ele e o tucano disputam o campeonato da estabilidade, ou, mais exatamente, do não crescimento.

Marcos Coimbra

Sem opções para montar chapa de Aécio, tucanos não sabem a quem recorrer

Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o senador Aécio Neves, de Minas Gerais, está às voltas com uma velha maldição tucana: achar um candidato a vice minimamente viável. Não tem sido nada fácil, dadas as opções disponíveis.

A aposta mais recente atende pelo nome de Ronaldo Luís Nazário de Lima, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno, dublê de empresário e cristão-novo nos ataques à preparação para a Copa do Mundo – da qual, aliás, ele faz parte – como forma de apoiar o amigo.

Os dois andam juntos desde o tempo que Aécio, governador, também cumpria mandato informal de embaixador de Minas Gerais no Rio. Mas o jogador e o candidato não são só parceiros de baladas, como revelou Ronaldo em entrevista ao jornal Valor Econômico. Também iam à praia, sabe-se agora.

Em 2012, o jornalista Bruno Astuto, da revista Época, havia antecipado essa chapa, supostamente avalizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O mesmo balão de ensaio voltou a ser aquecido no último final de semana, em Porto Alegre, quando Aécio compareceu ao lançamento da senadora Ana Amélia Lemos (PP) ao governo gaúcho.

Por afinidade ideológica, Aécio a queria como companheira de chapa. Seria bom para ele reafirmar a opção preferencial pelo Estado mínimo, o neoliberalismo e o empenho em tomar as tais "medidas impopulares", que tem apregoado. Ana Amélia, um símbolo vivo desses ideais, não quis.

Ao ser cogitado, Ronaldo prestou um serviço ao amigo, obrigado a conter o coro de "com quem será" e evitar o assédio de gente como o deputado federal Jair Bolsonaro, do PP do Rio de Janeiro, que se ofereceu para a vaga por ver em Aécio um legítimo representante da direita nacional. Ou mesmo para fugir de aliados sem carisma algum, como o atual governador de Minas, Alberto Pinto Coelho, também do PP.

A escolha de Ronaldo, contudo, é condizente com os planos que Aécio costuma fazer quando lhe faltam opções. Para o governo do Rio, ele tentou, sem sucesso, um esportista de sucesso semelhante ao de Ronaldo, mas afeito a cortadas e bolas levantadas na rede: Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho.

O técnico da seleção brasileira masculina de voleibol, em entrevista ao Valor, declinou ao convite de forma retumbante. "Deixar minha vida, que é onde ganho dinheiro junto com meus patrocinadores, e viver pisando em ovos, com cartão de gastos corporativo, sem saber o que pode gastar ou não pode gastar, divulgar meu patrimônio. Ia dar uma confusão", previu.

O fato é que vice não é coadjuvante. Não precisa ser amigo e sim influenciar pessoas. A vaga representa o apoio de um setor da sociedade ou de um partido político articulado nacionalmente. Basta ver o peso de Marina Silva na campanha de Eduardo Campos, pré-candidato do PSB.

Aécio sabe que lançar mão de uma chapa puro sangue seria um limitador, mesmo se a escolha pender para a deputada Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo, que representa o importante segmento social das pessoas com deficiência. A opção por Aloysio Nunes Ferreira ou, se Aécio tiver coragem, José Serra, serviria apenas para acomodar a dissidência à candidatura de Aécio dentro do PSDB.

A ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie, também cogitada, faria falta na chapa tucana no Rio de Janeiro. E os boatos sobre o nome de FHC apenas sinalizam como a situação está difícil para achar um nome.

Aécio se auto intitulou "candidato do agronegócio" e tem procurado empresários diariamente. Mas cometeu o erro de criticar o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que tem sido a base da política industrial e fornecedora de maquinário para os agricultores. Erros como este, o de recitar a pauta dos bancos, dificulta ter um "representante do PIB", como se costuma dizer, ao seu lado.

Talvez lhe reste mesmo Bolsonaro. Aliás, um parceiro ideal para quem pretende reduzir o Ministério da Justiça ao da Segurança.

Da Redação, da Agência PT de Notícia

Sobre orgulho e vergonha

Comentário do amigo navegante Luis Fernando no Conversa Afiada

Perguntem aos 9,5 milhões de estudantes matriculados no Enem se sentem Orgulho ou Vergonha do país.

Perguntem aos milhares de operários da construção civil, crescente a cada dia, se sentem Orgulho ou Vergonha.

Perguntem aos milhões de trabalhadores que compraram carro 0 nos últimos anos se sentem Orgulho ou Vergonha.

Perguntem aos mais humildes atendidos pelo Mais Médicos se estão sentindo Orgulho ou Vergonha.

Perguntem aos jovens formados pelo Pronatec se sentem Orgulho ou Vergonha.

Perguntem aos milhares de empregados da Petrobras se sentem Orgulho ou Vergonha.

Perguntem aos mais de 50 mil trabalhadores da construção naval se estão Orgulhosos ou Envergonhados.

Pergunte à dona Luiza Trajano, representante dos grandes empresários brasileiros, se sente Orgulho ou Vergonha do Brasil.

Perguntem aos milhares de brasileiros que foram ao feirão da Caixa se estão Orgulhosos ou morrendo de Vergonha ao comprar sua casa própria.

Perguntem aos milhões de beneficiados pelo Minha Casa Minha vida se estão sentindo Orgulho ou Vergonha.

Agora, pergunte também:

Perguntem aos funcionários da globo se sentem Orgulho ou Vergonha de serem vítimas de irregularidades trabalhistas de seus patrões.

Perguntem aos ex-funcionários, recentemente demitidos da Abril, se estão Orgulhosos ou Envergonhados da empresa que trabalhavam.

Perguntem aos chefões da mídia se estão orgulhosos ou envergonhados da queda acentuada de sua audiência.

Perguntem aos funcionários públicos mineiros se estão orgulhosos ou envergonhados do tratamento dedicado a eles pelo governo do estado.

Perguntem ao povo paulistano se sentem Orgulho ou Vergonha de pagar por uma água que não chega em sua torneira.

Quem sente vergonha desse país é aquele doutorzinho que não atende os mais humildes e agora tem o Juan, a Margarida, o Pablo para fazê-lo.

É a dondoca do trânsito que para seu carro importado no sinal e se enraivece ao ver parando ao seu lado um trabalhador simples com seu 0 quilômetro do lado dela.

Sente vergonha do Brasil aquele representante da Big House que pega um avião pra Miami e que olha para o lado e lá está o porteiro do prédio vizinho indo fazer as mesmas compras que ele.

No Brasil de hoje, ocorreu uma inversão canina curiosa.

Nós, cidadão comuns e trabalhadores viramos cães de raça.

Os mais abastados, transformaram-se em simples vira-latas.