Economia e política

Bancos privados fazem oposição à presidente Dilma Roussef porque perderam espaço para Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil

Por Diego Sartorato, da RBA

Não são apenas os partidos e candidatos que formulam projetos a serem debatidos durante as campanhas eleitorais: organizações da sociedade civil e entidades privadas também avaliam quais mudanças na condução do poder público são necessárias para garantir o atendimento de interesses singulares ou coletivos.

Algumas dessas plataformas “setoriais” são tornadas públicas, mas nem todas, especialmente quando se referem a interesses empresariais, seja pelo sigilo do planejamento nos negócios, seja porque há objetivos patronais inconfessáveis à opinião pública, a regra é que os interesses econômicos de setores poderosos sejam discutidos privativamente.

Para as eleições presidenciais deste ano, porém, empresas do mercado financeiro, central no capitalismo e no jogo político brasileiro, romperam o silêncio habitual e têm tomado posição agressivamente contrária à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Nas últimas semanas, o banco espanhol Santander divulgou análise em que previa cenário econômico negativo caso Dilma se reeleja, mesma prática adotada por diversas consultorias que atendem a investidores do mercado financeiro.

Por meio de estudo encomendado ao Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e divulgado pela Folha de S.Paulo, o setor chegou até a conferir valor concreto a cada ponto percentual perdido por Dilma nas pesquisas eleitorais: seriam US$ 801 milhões a mais investidos em ações de estatais a cada vez que a vitória da oposição se mostrasse mais provável do que no levantamento anterior.

Um dos motivos para a campanha agressiva do setor financeiro, como visto apenas às vésperas da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2002, está em estudo divulgado pelo Dieese sobre o desempenho dos bancos em 2013.

De acordo com o levantamento, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, ambos públicos, conquistaram 48,1% do mercado de crédito no país no ano passado e seguem ampliando as carteiras de crédito em ritmo duas vezes superior aos bancos privados nacionais (que detêm 38% das carteiras) e três vezes superior ao crescimento das empresas estrangeiras (com 13,9% dos contratos de crédito). Não conta, para o levantamento do Dieese, o BNDES que, em 2013, investiu R$ 514,5 bilhões em consumo e infraestrutura.

As instituições públicas foram as principais responsáveis pelo crescimento, entre 2002 e 2013, da relação entre volume de crédito e Produto Interno Bruto (PIB). Há 12 anos, o crédito disponível no país somava 23,8% do PIB; hoje, são 55,8%. Entre 2008 e 2013, mudou também o perfil do microcrédito: se há seis anos os pequenos empréstimos tinham 73% do volume destinados ao consumo, em 2013 apenas 10% foram voltados a essa modalidade. Os outros 90% foram empenhados em micro e pequenas empresas (MPEs), setor que mais cria emprego e renda no Brasil – em 2013, de acordo com o Sebrae, 85% dos empregos com carteira assinada foram abertos nele.

O momento e a motivação dos bancos públicos e privados são bastante distintos: enquanto os primeiros seguem a diretriz do governo federal de ampliar o acesso e baratear o crédito com o objetivo de fortalecer o poder de consumo das famílias e evitar os piores efeitos da crise econômica mundial, os bancos privados seguem a direção oposta. Demitem trabalhadores (foram 10 mil dispensas em 2013) e ampliam taxas e juros para garantir a rentabilidade.

O Itaú, por exemplo, que teve o maior lucro da história do sistema financeiro brasileiro no ano passado (R$ 15,6 bilhões), aumentou em 12,8% seus ganhos, principalmente por meio de cobranças de serviços e taxas. Já o Banco do Brasil, por meio da ampliação de sua atuação no mercado, foi relativamente mais bem-sucedido e aumentou o lucro líquido em 29,1% em relação a 2012.

Desde 2008, quando os mercados de capitais se desequilibraram nas potências econômicas, o Brasil aplica políticas anticíclicas de incentivo ao setor produtivo e ao consumo, com manutenção de um baixo índice de desemprego e intensificação da transferência de renda, solução oposta à adotada pela zona do Euro e no campo de influência dos Estados Unidos. Nesses países, houve corte de investimentos públicos e distribuição de pacotes de amparo ao sistema financeiro. O FED, banco central norte-americano, por exemplo, injeta US$ 75 bilhões mensais no mercado financeiro atualmente.

Os bancos brasileiros, que atuam nas mesmas linhas gerais de suas contrapartes internacionais, parecem estar à espera do mesmo tratamento: tanto Aécio Neves quanto Eduardo Campos, candidatos a presidente por PSDB e PSB, sinalizaram ao setor financeiro que estão dispostos a tomar medidas “impopulares” para a economia, eufemismo para reformas no sentido de reverter a política focada na geração de empregos e maior aproximação com o modelo econômico norte-americano.

Já os governos petistas, a partir de 2003, embora tenham garantido lucros astronômicos ao setor (que foi de um lucro global de R$ 4,8 bilhões em 2000 para R$ 46,6 bilhões em 2010), tomaram decisões importantes para que os bancos públicos fossem capazes de induzir e equilibrar o mercado financeiro, e, para tanto, até impediram privatizações. Em 2008, o então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), colocou à venda o último banco público do governo estadual, a Nossa Caixa. Luiz Inácio Lula da Silva, então em seu segundo mandato como presidente, acertou a compra da empresa pelo Banco do Brasil por R$ 5,3 bilhões. Em 2009, o Banco do Brasil pagou mais R$ 4,3 bilhões por 50% do Banco Votorantim, em nova ação agressiva de tomada de mercado.

O estudo do Dieese aponta, como um dos indicadores do sucesso da aposta no crédito, o fato de que 2013 registrou os patamares de inadimplência mais baixos já observados, com média de 3% de compromissos financeiros descumpridos por clientes de bancos privados e na casa de 1% entre clientes de bancos públicos. O cenário é próximo do descrito pela presidenta Dilma em pronunciamento para o 1º de maio de 2012, quando enviou recado bastante direto para o sistema financeiro.

A diferença mais expressiva é que, à época, o Brasil operava com a menor taxa Selic, índice definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e que serve de base para os juros ao consumidor, da série histórica, a 8%. O barateamento da captação de dinheiro por parte dos bancos, no entanto, não foi acompanhada de redução dos custos da tomada de crédito nas instituições privadas, que mantêm, no Brasil, um dos índices de spread bancário mais altos do mundo. O spread é a diferença entre os juros que o banco paga quando toma emprestado (as cadernetas de poupança, por exemplo, rendem 6,8% ao ano) e quanto paga quando empresta dinheiro (o cheque especial tem juros em torno de 200% ao ano).

Após campanha intensa na mídia tradicional em torno das taxas de inflação, o Banco Central cedeu e a taxa Selic está em 11%, sem previsão de que vá retomar a tendência de queda.



Não se trata apenas de uma questão de fatia de mercado. Como os juros de cerca de dois terços dos títulos emitidos pelo governo federal para arrecadar dinheiro estão atrelados à variação da Selic, o aumento do índice eleva a dívida pública. De acordo com o economista Amir Khair, especuladores financeiros teriam até US$ 220 bilhões investidos em títulos brasileiros, com lucro médio de US$ 10 bilhões graças aos juros. No ano passado, o superávit primário do governo, quantia reservada ao pagamento dos juros da dívida pública, foi de R$ 75 bilhões. A dívida pública, que representava 60,4% do PIB em 2002, hoje está em torno de 33% da riqueza nacional, de acordo com a Receita Federal.

Dilma na CNI

Humor?

No Alto do Bode, o bodegueiro e comunicador social autodidata Chico Capote grita para o garotinho de dez anos criado por ele:

- Banqueiro, traga água aqui para dona Maria.

- E por que o apelido dele é banqueiro? - pergunta dona Maria.

- É porque desde pequenininho ele tem a mania de ficar com dinheiro que não lhe pertence.

By Neno Cavalcante

Mensagem da madrugada

Quatro coisas que torna a vida mais leve e bela:

1-) Bom humor, para encarar o que der e vier.

2-) Fé, temos a capacidade de acreditar.

3-) Saúde, para ter disposição durante a vida.

4-) Amor, pois sem ele não somos nada.

TCU a serviço da oposição , condena diretor da Petrobras que não era mais diretor

Blog do Zé Dirceu

Não é que uma semana depois da votação daquele relatório sobre a compra da refinaria da Petrobras em Pasadena (Texas-EUA) o Tribunal de Contas da União (TCU ) descobriu que fez uma grande confusão, cometeu um erro crasso, grosseiro, daqueles que não há a menor possibilidade de justificativa?

No julgamento durante a votação do relatório, o TCU condenou (com o bloqueio dos bens e ao pagamento de multas) Ildo Sauer como um dos 11 ex-diretores da Petrobras responsáveis pela compra da refinaria, parte em 2006 e a outra parte em 2009. Pois acaba de descobrir, avisado pelo próprio Ildo,  que ele não era mais diretor da Petrobras em 2009. Havia sido substituído na diretoria de Energia e Gás da empresa por Maria das Graças Foster, atual presidente da estatal.

Agora o TCU afirma que vai "apurar se houve equívoco".  Terá que rever, então, a punição, no caso de Ildo Sauer – é o mínimo que se espera. A condenação dele, apesar de não ser mais diretor da empresa na época, só reforça, então, o obviedade de que  o TCU sequer sabia quem eram os diretores da Petrobras naqueles anos. Mas os puniu!

Reforça, também, o que temos escrito sempre aqui no blog do ex-ministro José Dirceu: a decisão do TCU quanto as condenações não tem base legal e nem factual. O imbróglio só mostra o quanto a decisão é uma prova prova de má fé,  um claro indício de ilegalidade cometida pelos ministros do tribunal.

A compra da refinaria foi uma decisão de negócios e não há nada que prove que as perdas da empresa com a mudança da situação no mercado de petróleo não possam ser recuperadas com lucros nos próximos anos. E mesmo que tenha dado prejuízo, não há como concluir que os diretores foram irresponsáveis , temerários ou incompetentes, se há fatos supervenientes que comprovam mudanças no ambiente de negócios que levaram às perdas – recuperáveis.

"Nada é mais vergonhoso que atacar crianças dormindo", Ban Ki-moon

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, condenou hoje (30) o ataque de Israel a uma escola que servia de abrigo da ONU para refugiados em Gaza, que matou pelo menos 16 palestinos, inclusive crianças.

"Nada é mais vergonhoso que atacar crianças dormindo", Ban Ki-moon ao desembarcar na Costa Rica, para uma visita oficial, segundo informações da Agência de Notícias da ONU. "Foi um ataque condenável. É injustificável. E exige responsabilização e justiça", acrescentou.

De acordo com o chefe da ONU, a localização da escola foi comunicada por 17 vezes militares israelenses, inclusive na noite de ontem (29), horas antes do ataque.

A escola é gerenciada pela Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês). O chefe da agência, Pierre Krähenbühl, disse que o ataque ao abrigo foi "uma afronta" e motivo "de vergonha universal".

Resposta do Primeiro Ministro do Estado Nazista de Israel:

Se não acordaram é porque não quiseram. As nossas bombas fazem muito barulho.

Paulo Henrique Amorim: Dilma dá uma aula na CNI

No encerramento de sua exposição na Confederação Nacional da Industria, Dilma Rousseff deu uma breve demonstração dos  seus  atributos de executiva, "gerentona", "mãe do PAC", Presidenta e estadista.

Teve a vantagem de os antecessores na tribuna serem abismalmente despreparados: o aecioporto, que talvez venha a ser "cristianizado" pelo Cerra; e o Dudu, que deixou o "unzinho" da Bláblá atropelar a "nova política".

Ela voltou a mencionar a política de compras governamentais, que regula, principalmente, as encomendas da Petrobras: 60% tem que ter conteúdo nacional.

E deu uma canelada nos que dizem que isso é "protecionismo".

Ela citou a política do Estado americano do "buy American".

Não estou falando do "Estado Mínimo", não, ela disse.

"Estou falando de Estado Eficiente".

Explicou que a National Security Agency tem debaixo dela 39 mil empresas para produzir tecnologia.

39 mil !!!

Mais do que o BNDES, Urubóloga !

A NSA começou com uma política militar, de Defesa e se tornou, progressivamente, sob seu guarda-chuva, um centro propulsor de tecnologia de informação.

(Ela quer uma banda larga igual à da Coreia do Sul. Os portugueses da BrOi, os espanhóis da Telefônica e o Slim vão ter que rebolar …)

É o que o Governo brasileiro passou a fazer: passou a montar uma forte indústria de Defesa, que se torna, simultaneamente, um canteiro de germinação de tecnologia de ponta.

Leia aqui e aqui sobre  indústria de Defesa que o Brasil monta, à sombra da Defesa do pré-sal (que o Cerra e os tucanos queriam entregar à Chevron.)

(Imagine, amigo navegante, quando o Brasil, brevemente, se tornar um dos cinco produtores mundiais de submarinos a propulsão nuclear…)

Depois ela enfrentou o pessimismo.

Esse, que no "debate" – foi um massacre – na Fel-lha ela comparou àquele pessimismo do camarote do Itaúúú e que se arrebentou porque prometeu o fracasso da Copa.

Ela lembrou que o Brasil enfrentou essa gigantesca crise econômica internacional com fundamentos sólidos.

Com uma taxa de juros que é a mais baixa da Historia do Brasil !

A mais baixa !

E tomou medidas que não prejudicaram o trabalhador.

(Como disse o Lula do FHC e do Arrocho Never: segurar a inflação com destruição de emprego é mole )

Enquanto os países "ricos", nessa crise, destruíram 60 milhões de postos de trabalho, o Brasil empregou 11 milhões de trabalhadores – clique aqui para ler "com o aluguel e desemprego em baixa, ainda querem ganhar a eleição".

Aí, ela deu um show.

Ela ouviu falar ali das maravilhas do gás de xisto, o shale gás americano que, segundo uns merválicos adrianos  vai dar aos Estados Unidos uma capacidade competitiva irresistível.

(E quem sabe, dizem os adrianicos, tornar o pré-sal um elefante branco…)

Explicou ela.

Os Estados Unidos proíbem a exportação de shale gás e de petróleo bruto.

O preço interno do shale gas NÃO é o preço internacional.

Aqui, os "pessimistas"da industria do açúcar e do álcool querem que ela pratique o preço internacional.

Tudo parelho com o preço do petróleo BRENT.

Pra que possam nadar de braçada – e o consumidor que se li-xe !

Ah, é ?

E por que os Estados Unidos não fazem isso ?

Porque são uns otários ?

(A Presidenta é um pouco mais elegante que o ansioso blogueiro e não usou essas palavras mais toscas …)

Nos Estados Unidos, eles cobram US$ 4 por um milhão de BTUs.

Na Ucrânia, o preço é US$ 13, por milhão de BTUS.

Porque os Estados Unidos são a Economia mais protegida do mundo !!! – na opinião deste ansioso blogueiro.

E na hora em que a "verdade do mercado", os preços do mercado se aplicarem ao shale gas ?

Vai ser essa maravilha das maravilhas ?

Aí, ela se virou para o Jorge Gerdau Johannpeter, que estava na primeira fila, e desejou que ele, nas indústrias que tem nos Estados Unidos, pudesse comprar shale gás a US$ 4 …

Ele respondeu que compra a Us$ 3,80 …

Ela respondeu: então tá, vamos comparar o que for comparável …

Ou seja: Binho Ometto, vá ser pessimista na Ucrânia !

Em tempo – pergunta ao Arrocho Neves o que é BTU. Ele vai achar que um sub-produto da Johnny Walker.