Agora vai, Rui Barbosa é a favor da regulamentação da mídia

A saburra de Pasquino

Por Rui Barbosa (17 de outubro de 1900)

A difamação pela publicidade irresponsável dos a-pedidos, no jornalismo brasileiro, figura o alcoice agregado a casa de família. O contraste entre as virtudes indefectíveis da redação e a insensibilidade moral da empresa nas folhas mais graves faz da honestidade, da imprensa, entre nós, um capítulo singular das extravagâncias humanas. Nas colunas à ação do jornalista , inalterável seriedade; venda franca da consciência, nas colunas de aluguel. Figura-nos um estabelecimento, em cujo sobrado se pratique o culto ao lar, enquanto no pavimento inferior se negocia a crápula em benefício dos donos da casa, cônjuges exemplares, excelentes pais, cidadãos austeros. É a Vênus dada entretanto à hipocrisia da castidade da matrona: a marafona sustentado a vestal.

Contra essa gafeira do nosso periodismo seria mister uma reação nacional, como a que lutou contra a escravidão e a extinguiu. A repressão do anonimato mercenário não seria uma lei contra a imprensa, mas uma lei a seu favor; não restringiria a liberdade da palavra; coarctaria a liberdade do pasquin; não diminuiria a independência do jornalismo: emancipá-lo-ia do predomínio do balcão. Mas a política nacional, o governismo de todas as situações perderia uma das pernas, se lhe tirasse esse recurso.    

Duas Imprensas

Por Rui Barbosa  (16 de outubro de 1900)

...O anonimato dos a-pedidos, esse ignóbil vêzo de converter o jornalismo em lavanderia geral de roupa suja, é instituição privativamente brasileira. A intuição dos fundadores da República, admiravelmente perspicaz, anteviu os imensos benefícios morais da propagação da mazela, e, para a desenvolver, fez o mesmo que as outras coisas dignas de animação legal: proibiu-o na constituição. Não podia haver receita mais feliz. Depois que o pacto republicano anatematizou dos nossos códigos a morte, conhecemos os degoladores do Rio Grande, os fuziladores do Rio de Janeiro, os matadoiros do Paraná, os queimadoiros de Canudos. Depois que a constituição federal excomungou da imprensa o anonimato, o anonimato fez da imprensa a sua ceva. Se essa constituição banisse a República, é possível que começássemos a ter o regime republicano.

Todos os nossos homens de governo hoje sabem às mil maravilhas o jeito de  explorar esse tesouro. Quando a administração tem grandes culpas, e necessita, por isso, de recorrer a um estratagema diversório; quando se defronta com um antagonista formidável pela sua reputação, e, para o anular, há mister em enxovalhá-lo; quando a increpam verídicamente de um atentado, e, não podendo exculpar-se, tem interesse em desonrar o acusador; quando, em suma, se trata de liquidar improbamente um nome respeitável, e a empreitada é vil em demasia, para obter os serviços ostensivos da redação de um jornal condescendentemente, aluga-se um instrumento qualquer, useiro nessas execuções, encomenda-se lhe a tarefa, e a obra de fancaria, ou de arte, conforme o oficial, se traz a público na secção livre da folha ortodoxa à custa do tesouro, por qualquer das inúmeras verbas do orçamento suscetíveis da sangria clandestina.  

Qual a lição de Ética/Honestidade mais importante que você recebeu na vida?

Meu pai é médico militar e seus superiores pediam a ele que assinasse laudos falsos. Ele não assinava, era ameaçado, mas mantinha suas convicções. Essa foi a lição mais importante que aprendi na vida...
Luciana Tamburi - funcionária pública do Rio de Janeiro (Detran), que não acredita em deus de toga


É o Brasil do trabalho e da produção contra os interesses estrangeiros, a mídia e os rentistas

por Walfredo Carneiro ·  

Kátia Abreu representa o Brasil da produção, precisamos encontrar um equilíbrio entre a agricultura familiar e a corporativa, pois ambas são importantes para o povo brasileiro, não são inimigas, mas complementares. 

O mesmo vale para grandes indústrias e microempresas. 

Quem produz tem que estar unido, pois os inimigos externos e os rentistas são poderosos, detém a mídia e formaram uma cultura de economia que sufoca o Estado, que transforma o Tesouro Nacional em caixa de reserva do Banco Central. Precisamos de um TESOURO NACIONAL INDEPENDENTE de banqueiros e agiotas. O controle de inflação nunca pode ser realizado com o aumento de juros. Isso nunca deu certo, essa fórmula é usada sem sucesso por aqui a muitas décadas. Todos os países sérios controlam a inflação mantendo juros próximos de zero. Para controlar a inflação mantendo juros próximos de zero basta aumentar o depósito conpulsório dos bancos, aumentar o iof sobre operações financeiras, facilitar a importação de produtos em falta no mercado ou providenciar o aumento da produção nacional. Inflação se combate com aumento da oferta, nunca com diminuição do consumo.



do Luxo ao lixo

A doce e fria vingança do Marajá

Por Marco St.

Essa história é tão extraordinária e cheia de simbolismos que parece ter sido extraída de um livro do tipo "Mil e uma noites".

Mas não é ficção. Aconteceu de fato nos anos 30 do século passado.

Marajá Jai Singh

Houve uma época em que a marca de carros mais famosa e luxuosa do mundo, a Rolls-Royce foi associada com o lixo.

Tudo começou com um famoso comprador de carros de luxo, o marajá de Alwar, India. Ele tinha por costume sempre comprar, ao menos,  três carros de cada vez.

Um dia, durante visita a Londres, o Marajá Jai Singh andava vestido como um cidadão indiano comum e anônimo na famosa Bond Street, na capital inglesa.

Na ocasião, ele se deteve em um showroom da Rolls Royce e entrou para perguntar sobre o preço e as características dos carros de luxo. Os afetados vendedores ingleses do showroom o tomaram por um indano pobre e miserável. Então o ofenderam e o expulsaram da loja.

Após este incidente, o Marajá, sem se abalar,  voltou para o  quarto de hotel e pediu aos seus servos para comunicar a gerência do tal showroom que o Marajá de Alwar estava interessado em comprar alguns carros e compareceria pessoalmente ao local.

Depois de algumas horas, o Marajá voltou ao showroom da Rolls Royce, desta vez magnificamente trajado como uma realeza indiana. O showroom tinha providenciado um tapete vermelho no chão para acolher o Marajá e todos os vendedores se curvaram respeitosamente diante dele.

O Marajá comprou simplesmente todos os seis carros que estavam expostos  naquele momento e pagou o valor total com os custos de entrega, à vista.

Imagine a alegria dos vendedores...

Pois bem, negócio fechado, de volta  à Índia, o Marajá ordenou ao departamento municipal que usasse  todos os veículos Rolls Royce adquiridos para a limpeza e transporte de lixo da cidade. Isso mesmo: transporte de lixo.

Número um dos carros de luxo no mundo, os Rolls Royce estavam sendo usados para o transporte de resíduos e limpeza de uma paupérrima cidade do terceiro mundo. A notícia se espalhou por todo o planeta e a reputação da Rolls Royce tornou-se motivo de chacota.

Sempre que alguém começava a se gabar na Europa ou nos EUA de que possuía um caríssimo e exclusivo Rolls Royce, as pessoas costumavam rir dizendo: "Qual? O mesmo que é usado na Índia para transportar o lixo da cidade? " Após este grave dano à reputação da marca,  as vendas de carros Rolls Royce caíram rapidamente e as receitas da empresa mostraram um declínio assustador.

Os proprietários da empresa Rolls Royce, desesperados,  enviaram um telegrama para o Marajá na Índia, quando descobriram o real motivo que havia provocado a atitude do milionário indiano. Pediram sinceras desculpas e rogaram para que parasse de usar os carros Rolls Royce como veículos de transporte de lixo. Não só isso, eles também ofereceram mais seis carros novos para o Marajá, livres de qualquer custo.

Quando o Marajá Jai Singh decidiu que a empresa Rolls Royce havia aprendido a lição, pagando inclusive um alto preço por isso, ele enfim decidiu encerrar a sua doce vingança contra a empresa britânica.

Rir é o melhor remédio

Seu Lunga estava num restaurante tomando sopa quando perguntam pra ele:
-Tomando sopa, Seu Lunga?

E seu Lunga levantando o prato de sopa e derramando em cima dele mesmo responde:
 -Não, Tô tomando banho!!!

Caminhada


Insisto, persisto e nunca desisto da caminhada. 
O que não faço é ficar parado, estacionado, ao relento.
E se amanhã ou depois de amanhã o que sonhei, o que planejei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola.
E refaço.
E colo.
E pinto.
E bordo.
Porque a força de dentro é maior.
Muito maior que todo mal que existe no universo.
Maior que todos os ventos e contra ventos contrários.
É maior porque é do bem.
E nisso sim, acredito até o fim.
Meu destino e minha felicidade foi traçada cedo, bem antes que eu chegasse ao berço.

by Caio Fernando Abreu

Quem faz análise aborta sem traumas

E ainda ganha dinheiro fazendo campanha a favor da legalização do aborto!

Publicado na tpm. A autora é Nina Lemos, e seu texto é parte de uma campanha da revista pela legalização do aborto.
image
Sabia que é possível ter feito um aborto e não guarder nenhum trauma da experiência? Lide com isso. Estou aqui para provar. Tenho um monte de traumas, mas ter feito um aborto aos 20 anos não está na lista deles. Aceite.
Talvez eu não tenha trauma porque quando fiz um aborto minha familia soube e me apoiou. Eu já fazia análise. Meu namorado pagou e foi comigo. Eu descobri muito no início. Voltei ao médico depois e ela, a favor da legalização do aborto, garantiu que estava tudo bem.
De acordo com a legislação brasileira, eu sou uma criminosa e todos os que me ajudaram também: minha família, minha médica, minha analista.
Foi meu único aborto. E eu não faria um depois dos 40 porque não. Não quero ter filhos mas nao abortaria. Mas isso é uma decisão minha. Pessoal.
Muitas das minhas amigas, mas muitas mesmo, também fizeram aborto. Também não acho que elas sejam traumatizadas. Faz muito tempo. Nem falamos mais nisso.
Na verdade só lembramos quando alguma mulher como a Jandira morre tentando fazer um aborto. Eu sinto muita raiva pela Jandira ter morrido e por seu ex, amigo, que a ajudou, agora ser tratado como criminoso. Muita raiva mesmo. A Jandira poderia ser eu E poderia ser você.
Ninguém nunca vai me convencer de que ela morreu tentando efetuar um crime. Assim como ninguém, eu disse NINGUEM vai me convencer de que eu cometi um crime aos 20 anos.
Jandira não foi uma criminosa.
Eu não sou uma criminosa.
E nem nenhuma das mulheres corajosas que assumiram na Tpm que são a favor do aborto e que já fizeram. Nós somos foda. Muito orgulho de todas nós. Legalize, legalize já!