Dilma se move: Ciro Gomes é o novo "comandante" da Transnordestina

O ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes está de casa nova. Ele começou a trabalhar nesta terça-feira (3) na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Segundo comunicado divulgado pela empresa, Ciro agora é o "diretor da CSN responsável pela Transnordestina", o número 1 na hierarquia.

De acordo com a Agência Estado, Ciro Gomes deverá assumir formalmente como diretor-presidente em breve. A empresa não informou detalhes da contratação, como o tempo de vigência do contrato e o salário. O ex-ministro está trabalhando no prédio da CSN na Avenida Faria Lima, na capital paulista.

O principal desafio de Ciro Gomes será a conclusão da ferrovia Transnordestina, obra orçada em R$ 7,5 bilhões. O lançamento do projeto aconteceu em 2006, durante o primeiro governo Lula.

A previsão inicial era de que a obra ficasse pronta em 2010. Após sucessivos atrasos, a nova data de conclusão agora é 2017. O projeto foi incluído no PAC-2 durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2015/02/03/internas_economia,558822/ciro-gomes-e-o-novo-comandante-da-transnordestina.shtml

Ex-deputado do PSDB é condenado por lavagem de US$ 3,8 bilhões

O empresário e ex-deputado federal pelo PSDB e PV Vittorio Medioli, de 63 anos, foi condenado a cinco anos e cinco meses de prisão por crime contra o sistema financeiro.

Por Marcelo Portela | Estadão Conteúdo

O ex-parlamentar foi um dos alvos da Operação Farol da Colina, realizada pela Polícia Federal para desbaratar um esquema por meio do qual foram enviados ilegalmente mais de US$ 3 bilhões para o exterior com uso da Beacon Hill Service Corporation.
A sentença contra Medioli foi expedida pela Justiça Federal em Minas Gerais no último dia 28 e divulgada nessa segunda-feira, 2, pelo Ministério Público Federal (MPF), que informou ter recorrido da decisão. A Procuradoria da República solicita ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) o aumento da pena para "patamares próximos ao máximo". O acusado foi condenado a três anos e um mês de prisão pelo crime de evasão de divisas e a dois anos e quatro meses de prisão por "manutenção clandestina de depósitos" no exterior. A lei prevê penas de até seis anos de prisão para cada um dos crimes.
Segundo o MPF, as operações pelas quais Medioli foi acusado foram realizadas em 2002 e totalizaram US$ 595 mil, equivalentes a cerca de R$ 3,8 milhões em valores corrigidos. De acordo com as investigações, o então deputado federal teria entregue a quantia a um doleiro brasileiro, que a enviou para uma conta do empresário na Suíça por meio da subconta Monte Vista, mantida pela Beacon Hill na agência do Banestado em Nova York. Na denúncia, o Ministério Público acusou Medioli de efetuar "operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas" e também de manter "depósito de quantias no exterior sem informá-lo às autoridades competentes".

Revelia

Proprietário da Sempre Editoria, que publica os jornais O Tempo e Super Notícia, e do grupo Sada, entre outras empresas, Medioli alegou em sua defesa que não sabia sobre o envio de recursos para o exterior, assim como sobre o depósito em banco suíço. Mas fez retificação de declaração de renda para informar sobre a conta."Não se revela crível que recursos dessa monta tenham sido enviados e mantidos em conta no exterior de titularidade do acusado, a sua revelia", afirmou a juíza Rogéria Maria Castro Debelli, da 4ª Vara Federal de Belo Horizonte.
Para a magistrada, o empresário "não só detinha pleno conhecimento de sua existência (conta), mas também dos mecanismos de abastecimento dela". "As consequências do crime são graves, tendo em vista que os fatos ora julgados integram-se a um esquema de evasão, sonegação e lavagem de capitais, operacionalizados por intermédio da empresa Beacon Hill Corporation, para o qual o acusado emprestou colaboração, disponibilizando para evasão do País e custódia no exterior, recursos financeiros vultosos", afirmou a juíza.
Medioli não foi encontrado para falar sobre o caso. No escritório de seus advogados, a informação foi de que um dos defensores, Décio Flávio Gonçalves Torres Freire, está viajando e outro, João Felipe Pinto Gonçalves Torres, não estava. Até o fechamento desta edição eles não retornaram os recados. Outro advogado que consta no processo, Fábio Antônio Tavares dos Santos, baseado em São Paulo, não foi localizado. A defesa já apresentou recurso à Justiça.
A Beacon Hill era uma espécie de conta-ônibus, que abrigava diversas subcontas usadas para enviar recursos ilegalmente para o exterior, descoberta pelo então promotor de Manhattan Robert Morgenthau. As investigações no Brasil ficaram a cargo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado, que deu origem à operação Farol da Colina.

Nem o Planalto nem o PT leem PHA

Do amigo navegante Carlos Hanashiro

PHA, você verdadeiro combatente, a voz daqueles que não têm voz.

Incrível, mas lamentavelmente acho que ninguém do planalto (Dilma ou o PT) lê o seu blog.

Entendo por que você teve até que criar o ABC do C Af para não levar uma enxurrada de processos, como já levou, e ter de fazer o blog em tom cômico, como se estivéssemos na época da ditadura: usar palavras quase em código como Fel-lha, detrito da maré baixa, dos chapéus , etc.

Por que alguém que defende o Governo dessa direita golpista é obrigado a se comportar como se fosse um marginal ?

Enquanto o PIG navega com altas verbas do governo ?

Com esse impeachment à vista, parece que tudo o que você, Mino Carta, Rodrigo Viana, Azenha, Paulo Nogueira e muitos outros fizeram com tanto sacrifício está se perdendo pela inacreditável incompetência do PT de se defender.

Cansei, perdi as esperanças.

Se a Dilma e o PT visitassem qualquer um desses blogs, saberiam o que fazer para se defender do PIG.

Dói dizer isso, mas, realmente, essa leva de petistas é incompetente mesmo.

Sim, todos eles: Mercadante, J.Eduardo Cardoso, Arlindo Chinaglia, Marta Suplicy e também o Eduardo, anos e anos no Senado para ficar cantando Blowin' in the wind do Bob Dylan, pensando que é artista como os filhos … etc, etc…

Estou entregando os pontos ! Seja o que Deus quiser !

Antonio Mello: Eduardo Cunha é fantasminha de lençol

Eduardo Cunha é fantasminha de lençol. Sabe podres dos outros, mas esses sabem os dele. É balança mas não cai

Ando meio nostálgico. O que já fica claro no título. Mas não posso ver tanta gente inteligente dando ao novo presidente da Câmara Eduardo Cunha um poder que ele não tem.

Alguém acha que Cunha vai fazer e acontecer? Que vai derrubar Dilma, recém e democraticamente eleita, no maior país da América Latina, um dos seis mais poderosos do mundo, o B do BRICS, apenas porque está na presidência da Câmara?

Ora, já estiveram nesse cargo incompetências e jogadores como Severino Cavalcante e Aécio Neves.

O Congresso, embora em grande parte reaça, corporativo e corrupto é a praça da democracia, por mais que esteja suja, esburacada, com os bancos quebrados.

Boa parte quer o bem do país. Outra, os bens. Mas que Eduardo Cunha não tente confundir uns com outros. Ou cai antes tão estrondosamente quanto se elegeu.

No Executivo há espaço para soluções dramáticas – um tiro no peito, uma renúncia depois de um porre.

No Congresso não. Ali é o lugar da negociação. Não tanto ao mar nem tanto à terra.

O caos não interessa a ninguém. Políticos recém eleitos ou reeleitos vão cobrar do governo Dilma a derrota fragorosa. Mas só quem pode derrubar a presidenta é a própria Dilma.

Como venho repetindo desde a reeleição: Quem se cerca de CardoZzzzzo e Mercadante vai colher merda adiante.

A eleição de Cunha, mais do que um suposto poder dele, mostra a insatisfação que existe em relação ao comportamento político da presidenta, que já passou dos adversários para recentes e antigos apoiadores.

Mas convém não confundir o orifício central com seu entorno. Ou, em menos letras, C com B.

José Dirceu: para proteger tucanos, imprensa esconde escândalo de 1,5 bi

Impressionante a forma discreta, escondida mesmo, a verdadeira conspiração do silêncio montada pela mídia para noticiar (ou melhor, praticamente não noticiar) hoje o bloqueio de bens do conselheiro tucano do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), Robson Marinho. Marinho é investigado sob a acusação de ter recebido propina da multinacional francesa Alstom.
O bloqueio judicial também atinge uma empresa do grupo Alstom, a Cegelec, e mais outra empresa a Acqualux, usada para o repasse de propina, segundo a Promotoria paulista. Marinho e a Alstom são investigados no cartel tucano paulista, o escândalo de corrupção dos transportes em São Paulo, que operou na área durante 10 anos nas gestões dos governadores tucanos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin que há mais de 20 anos se revezam à frente do governo do Estado.
Robson Marinho é um dos fundadores do PSDB. Foi o principal secretário de Estado do 1º governo Covas – foi chefe da Casa Civil, de janeiro de 1995 a abril de 1997, quando foi nomeado e deslocado para o TCE-SP.
Na mídia o fato de  arrolados serem tucanos, do PSDB, é escondido
Sabem a quanto monta o valor dos bens bloqueados do conselheiro Marinho? R$ 280 milhões. A ação judicial pede, ainda, uma indenização correspondente ao valor do contrato e mais multa, o que totaliza, hoje, R$ 1,1 bilhão. Vejam, o bloqueio de bens no valor de R$ 280 milhões num processo que envolve, também, um pedido de indenização de R$ 1,1 bi e a mídia dá tudo isso em pequenas notas apenas. Os valores são altíssimos, a medida judicial do mais alto significado, e a imprensa noticia o fato como se trata de um caso de um cadáver sem autoria do crime.
Além do bloqueio dos bens de Marinho e de sua mulher, a juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública da capital, determina bloqueio de bens de outras seis pessoas acusadas de envolvimento no esquema montado para ajudar a Alstom a conseguir um contrato sem licitação com estatais paulistas de energia em 1998, no governo Covas, segundo o Ministério Público estadual.
Se considerarmos os fatos e procedimentos, a própria justiça já vem tratando do caso, há tempos,  com a máxima benevolência. Os deputados e o senador que chegaram a ser citados e foram arrolados como envolvidos com o caso aos poucos vão sendo inocentados. Apesar do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), de indiciamento e abertura de processo, já foram arquivadas as denúncias contra o senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP) e os deputados Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Edson Aparecido (PSDB-SP) – os dois deputados, inclusive, tornaram-se secretário de Estado deste novo governo Alckmin, nesta 4ª vez que ele governa São Paulo.
Contra gente do PSDB, pedidos de indiciamento e de processos são arquivados
Também caminham para arquivamento as denúncias contra o ex-deputado José Aníbal (PSDB-SP) e Rodrigo Garcia (DEM-SP) – os dois foram secretários de Estado no governo anterior de Alckmin. A votação na turma do STF que aprecia o acolhimento ou arquivamento da denúncia contra os dois está empatada em 2 a 2. A votação final e desfecho foram suspensos pelo pedido de vista do ministro Luiz Fux.
Quer dizer, há uma verdadeira  ocultação das responsabilidades dos governadores e do PSDB. Os 5 tucanos denunciados, – três do PSDB, um do PPS  e outro do DEM – pelo PGR ao STF podem dormir tranquilos. Tudo será arquivado, como já aconteceu com três – senador Aloysio e deputados Jardim e Edson Aparecido – e os outros dois estão quase conseguindo. Todos podem dormir tranquilos.
Os governadores Mário Covas, José Serra (agora senador, PSDB-SP) e Geraldo Alckmin, lógico, não sabiam de nada, nem têm nada a ver…Aqui neste caso, então, não vale a teoria do domínio do fato e nem as teses que agora juristas apresentam para justificar até um pedido de impeachment contra a presidente Dilma.



Operação-abafa protege partido e seus governadores
Com esta ocultação do escândalo de corrupção do chamado cartel de São Paulo – a mídia nunca o chama de cartel ou escândalo do PSDB ou tucano – temos, assim, mais uma operação-abafa, ou operação-esconde, patrocinada pela grande mídia que durante toda a investigação (as primeiras denúncias desse cartel são de 2008) operou para proteger o PSDB e seus governadores nestes 20 e tantos anos que eles governam São Paulo.
O pedido de restrição patrimonial foi feito à Justiça em ação de improbidade proposta pelos promotores José Carlos Blat e Silvio Antonio Marques. A ação pede indenização correspondente ao valor do contrato e mais multa, no valor total de R$ 1,1 bilhão. Segundo Blat, a decisão “mostra que há provas robustas sobre o esquema de corrupção que envolveu o conselheiro do tribunal de contas e grandes empresas”.
Nada vazou das investigações e inquérito, nem mesmo do processo. O espaço da mídia dedicado ao caso – que, insistimos, envolve um bloqueio de bens de R$ 280 milhões e um pedido de indenização de R$ 1,1 bi – é irrisório e caminhamos para um final feliz para o tucanato.Fazem de tudo para sepultar o maior escândalo de corrupção tucano dos últimos 20 anos.
O absurdo dessa situação é, também, que as irregularidades ocorreram, tudo está provado, todo o escândalo já foi apurado, o propinoduto na área funcionou por 10 anos…menos quem se beneficiou com os bilhões desviados. Só aparecem nomes de funcionários de segundo escalão, exceção de um político do alto escalão tucano do passado, hoje “aposentado” no TCE-SP.

Quanto vale a Petrobras

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Os Civita e os irmãos Marinho afundam uma P-56 por semana!

Por Mauro Santayana

O adiamento do balanço da Petrobras do terceiro trimestre do ano passado foi um equívoco estratégico da direção da companhia, cada vez mais vulnerável à pressão que vem recebendo de todos os lados, que deveria, desde o início do processo, ter afirmado que só faria a baixa contábil dos eventuais prejuízos com a corrupção, depois que eles tivessem, um a um, sua apuração concluída, com o avanço das investigações.

A divulgação do balanço há poucos dias, sem números que não deveriam ter sido prometidos, levou a nova queda no preço das ações.

E, naturalmente, a novas reações iradas e estapafúrdias, com mais especulação sobre qual seria o valor — subjetivo, sujeito a flutuação, como o de toda empresa de capital aberto presente em bolsa — da Petrobras, e o aumento dos ataques por parte dos que pretendem aproveitar o que está ocorrendo para destruir a empresa — incluindo hienas de outros países, vide as últimas idiotices doFinancial Times – que adorariam estraçalhar e dividir, entre baba e dentes, os eventuais despojos de uma das maiores empresas petrolíferas do mundo.

O que importa mais na Petrobras?

O valor das ações, espremido também por uma campanha que vai muito além da intenção de sanear a empresa e combater eventuais casos de corrupção e que inclui de apelos, nas redes sociais, para que consumidores deixem de abastecer seus carros nos postos BR; à aberta torcida para que "ela quebre, para acabar com o governo"; ou para que seja privatizada, de preferência, com a entrega de seu controle para estrangeiros, para que se possa — como afirmou um internauta — "pagar um real por litro de gasolina, como nos EUA"?

Para quem investe em bolsa, o valor da Petrobras se mede em dólares, ou em reais, pela cotação do momento, e muitos especuladores estão fazendo fortunas, dentro e fora do Brasil, da noite para o dia, com a flutuação dos títulos derivada, também, da campanha antinacional em curso, refletida no clima de "terrorismo" e no desejo de "jogar gasolina na fogueira", que tomou conta dos espaços mais conservadores — para não dizer golpistas, fascistas, até mesmo por conivência — da internet.

Para os patriotas, e ainda os há, graças a Deus, o que importa mais, na Petrobras, é seu valor intrínseco, simbólico, permanente, e intangível, e o seu papel estratégico para o desenvolvimento e o fortalecimento do Brasil.

Quanto vale a luta, a coragem, a determinação, daqueles que, em nossa geração, foram para as ruas e para a prisão, e apanharam de cassetete e bombas de gás, para exigir a criação de uma empresa nacional voltada para a exploração de uma das maiores riquezas econômicas e estratégicas da época, em um momento em que todos diziam que não havia petróleo no Brasil, e que, se houvesse, não teríamos, atrasados e subdesenvolvidos que "somos", condições técnicas de explorá-lo?

Quanto vale a formação, ao longo de décadas, de uma equipe de 86.000 funcionários, trabalhadores, técnicos e engenheiros, em um dos segmentos mais complexos da atuação humana?

Quanto vale a luta, o trabalho, a coragem, a determinação daqueles, que, não tendo achado petróleo em grande quantidade em terra, foram buscá-lo no mar, batendo sucessivos recordes de poços mais profundos do planeta; criaram soluções, "know-how", conhecimento; transformaram a Petrobras na primeira referência no campo da exploração de petróleo a centenas, milhares de metros de profundidade; a dezenas, centenas de quilômetros da costa; e na mais premiada empresa da história da OTC – Offshore Technology Conferences, o "Oscar" tecnológico da exploração de petróleo em alto mar, que se realiza a cada dois anos, na cidade de Houston, no Texas, nos Estados Unidos?

Quanto vale a luta, a coragem, a determinação, daqueles que, ao longo da história da maior empresa brasileira — condição que ultrapassa em muito, seu eventual valor de "mercado" — enfrentaram todas as ameaças à sua desnacionalização, incluindo a ignominiosa tentativa de alterar seu nome, retirando-lhe a condição de brasileira, mudando-o para "Petrobrax", durante a tragédia privatista e "entreguista" dos anos 1990?

Quanto vale uma companhia presente em 17 países, que provou o seu valor, na descoberta e exploração de óleo e gás, dos campos do Oriente Médio ao Mar Cáspio, da costa africana às águas norte-americanas do Golfo do México?

Quanto vale uma empresa que reuniu à sua volta, no Brasil, uma das maiores estruturas do mundo em Pesquisa e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, trazendo para cá os principais laboratórios, fora de seus países de origem, de algumas das mais avançadas empresas do planeta?

Por que enquanto virou moda — nas redes sociais e fora da internet — mostrar desprezo, ódio e descrédito pela Petrobras, as mais importantes empresas mundiais de tecnologia seguem acreditando nela, e querem desenvolver e desbravar, junto com a maior empresa brasileira, as novas fronteiras da tecnologia de exploração de óleo e gás em águas profundas?

Por que em novembro de 2014, há apenas pouco mais de três meses, portanto, a General Electric inaugurou, no Rio de Janeiro, com um investimento de 1 bilhão de reais, o seu Centro Global de Inovação, junto a outras empresas que já trouxeram seus principais laboratórios para perto da Petrobras, como a BG, a Schlumberger, a Halliburton, a FMC, a Siemens, a Baker Hughes, a Tenaris Confab, a EMC2 a V&M e a Statoil?

Quanto vale o fato de a Petrobras ser a maior empresa da América Latina, e a de maior lucro em 2013 — mais de 10 bilhões de dólares — enquanto a PEMEX mexicana, por exemplo, teve um prejuízo de mais de 12 bilhões de dólares no mesmo período?

Quanto vale o fato de a Petrobras ter ultrapassado, no terceiro trimestre de 2014, a EXXON norte-americana como a maior produtora de petróleo do mundo, entre as maiores companhias petrolíferas mundiais de capital aberto?

É preciso tomar cuidado com a desconstrução artificial, rasteira, e odiosa, da Petrobras e com a especulação com suas potenciais perdas no âmbito da corrupção, especulação esta que não é apenas econômica, mas também política.

A PETROBRAS teve um faturamento de 305 bilhões de reais em 2013, investe mais de 100 bilhões de reais por ano, opera uma frota de 326 navios, tem 35.000 quilômetros de dutos, mais de 17 bilhões de barris em reservas, 15 refinarias e 134 plataformas de produção de gás e de petróleo.

É óbvio que uma empresa de energia com essa dimensão e complexidade, que, além dessas áreas, atua também com termoeletricidade, biodiesel, fertilizantes e etanol, só poderia lançar em balanço eventuais prejuízos com o desvio de recursos por corrupção, à medida que esses desvios ou prejuízos fossem "quantificados" sem sombra de dúvida, para depois ser — como diz o "mercado" — "precificados", um por um, e não por atacado, com números aleatórios, multiplicados até quase o infinito, como tem ocorrido até agora.

As cifras estratosféricas (de 10 a dezenas de bilhões de reais), que contrastam com o dinheiro efetivamente descoberto e desviado para o exterior até agora, e enchem a boca de "analistas", ao falar dos prejuízos, sem citar fatos ou documentos que as justifiquem, lembram o caso do "Mensalão".

Naquela época, adversários dos envolvidos cansaram-se de repetir, na imprensa e fora dela, ao longo de meses a fio, tratar-se a denúncia de Roberto Jefferson, depois de ter um apaniguado filmado roubando nos Correios, de o "maior escândalo da história da República", bordão esse que voltou a ser utilizado maciçamente, agora, no caso da Petrobras.

Em dezembro de 2014, um estudo feito pelo instituto Avante Brasil, que, com certeza não defende a "situação", levantou os 31 maiores escândalos de corrupção dos últimos 20 anos.

Nesse estudo, o "mensalão" — o nacional, não o "mineiro" — acabou ficando em décimo-oitavo lugar no ranking, tendo envolvido menos da metade dos recursos do "trensalão" tucano de São Paulo e uma parcela duzentas menor que a cifra relacionada ao escândalo do Banestado, ocorrido durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, que, em primeiríssimo lugar, envolveu, segundo o levantamento, em valores atualizados, aproximadamente 60 bilhões de reais.

E ninguém, absolutamente ninguém, que dizia ser o mensalão o maior dos escândalos da história do Brasil, tomou a iniciativa de tocar, sequer, no tema — apesar do "doleiro" do caso Petrobras, Alberto Youssef, ser o mesmo do caso Banestado — até agora.

Os problemas derivados da queda da cotação do preço internacional do petróleo não são de responsabilidade da Petrobras e afetam igualmente suas principais concorrentes.

Eles advém da decisão tomada pela Arábia Saudita de tentar quebrar a indústria de extração de óleo de xisto nos Estados Unidos, aumentando a oferta saudita e diminuindo a cotação do produto no mercado global.

Como o petróleo extraído pela Petrobras destina-se à produção de combustíveis para o próprio mercado brasileiro, que deve aumentar com a entrada em produção de novas refinarias, como a Abreu e Lima; ou para a "troca" por petróleo de outra graduação, com outros países, a empresa deverá ser menos prejudicada por esse processo.

A produção de petróleo da companhia está aumentando, e também as descobertas, que já somam várias depois da eclosão do escândalo.

E, mesmo que houvesse prejuízo — e não há — na extração de petróleo do pré-sal, que já passa de 500.000 barris por dia, ainda assim valeria a pena para o país, pelo efeito multiplicador das atividades da empresa, que garante, com a política de conteúdo nacional mínimo, milhares de empregos qualificados na construção naval, na indústria de equipamentos, na siderurgia, na metalurgia, na tecnologia.

A Petrobras foi, é e será, com todos os seus problemas, um instrumento de fundamental importância estratégica para o desenvolvimento nacional, e especialmente para os estados onde tem maior atuação, como é o caso do Rio de Janeiro.

Em vez de acabar com ela, como muitos gostariam, o que o Brasil precisaria é ter duas, três, quatro, cinco Petrobras.

É necessário punir os ladrões que a assaltaram?

Ninguém duvida disso.

Mas é preciso lembrar, também, uma verdade cristalina.

A Petrobras não é apenas uma empresa.

Ela é uma Nação.

Um conceito.

Uma bandeira.

E por isso, seu valor é tão grande, incomensurável, insubstituível.

Esta é a crença que impulsiona os que a defendem.

E, sem dúvida alguma, também, a abjeta motivação que está por trás dos canalhas que pretendem destruí-la.

Porque Gilmar Dantas sentou no financiamento privado de campanha

Como sempre Luis Nassif vem com floreios para não dar nome aos bois.

O fato é:

Financiamento por empresas de campanhas eleitorais é a raiz da corrupção, da roubalheira que a iniciativa privada prática contra o Estado brasileiro.

Portanto, sem lenga-lenga, rapapés ou panos quentes:

Quem apoia o financiamento privado em campanhas eleitorais é corrupto ou corruptor, ou os dois.