O PSDB nunca foi tão PSDB quanto no apoio aos protestos contra Dilma marcados para o fim da semana.

A nota oficial é a seguinte defende a livre manifestação de opinião e o direito à expressão dos cidadãos e, portanto, apoia os atos pacíficos e democráticos convocados para o próximo dia 15 de março em todo o país".

Maravilha. Os manifestantes poderão contar com a presença ilustre de algum tucano de alto coturno, confere?

Também não é preciso forçar a amizade.

Uma coisa é fazer chantagem, gritar pela moral e os bons costumes na frente de um batalhão de repórteres e jogar gasolina na fogueira. Outra é ter a coragem de sair do muro, dar a cara para bater e se juntar ao que eles chamam de "povo".

Melhor manter tudo na moita, na medida do impossível. O governador Beto Richa, do Paraná, com uma cara de pau do tamanho de seu mullet, debaixo de denúncias de desvio de verbas e o diabo, está defendendo a "admissibilidade do impeachment".

Foi à Rede Massa, do apresentador Ratinho, canal de TV patrocinado pelo governo, e lamentou o estado de degradação de valores do país. Não por acaso, curitibanos estão recebendo volantes com os dizeres "Curitiba vai parar". As moças que entregam o mimo contaram que estão ganhando 50 reais por meio período. Quem está pagando?

O presidente da Juventude de PSDB do Espírito Santo, Armando Fontoura, declara que o evento é "apartidário". Serra, num dos momentos mais patéticos de uma carreira recheada deles, citou um post de um perfil fake de Eduardo Jorge. Depois que foi alertado por seus estafetas, saiu-se com uma possível piada. "Mesmo que Eduardo Jorge não tenha dito, repito: a presença de Dilma na TV funcionou como um chamado para as manifestações do próximo domingo".

É o complexo da demi-vierge, como dizem os franceses ("semivirgem"). E se tudo for um mico? Mesmo na ânsia golpista, não é tão bom o pessoal ser visto com os desequilibrados dos Revoltados On Line ou as adolescentes perturbados do tal Movimento Brasil Livre.

O destaque da operação ficou, como sempre, com o senador Aécio Neves. Novamente com a impostura da indignação, Aécio se ressurgiu contra quem declara se "podemos ou não protestar". "Não estamos proibindo nem proibidos de falar sobre impeachment, mas nesse momento isso não está na agenda", afirma.

Mas se tema do ato é esse e é dado o apoio, como é que não está na agenda?

Agora: você precisa ser um lobão para acreditar que Aécio fosse comparecer. "Não devo ir para não dar força ao discurso do terceiro turno, pelo fato de ter disputado a eleição com a presidente Dilma. Quanto menos partidário, mais expressivo será o movimento".

Os pessedebistas vão esperar o sucesso ou o fracasso de um ato que instigaram para sair da sombra ou voltar a ela. A única certeza é a de que, enquanto a turma estiver batendo panela, Aécio estará na praia porque não é bobo. É domingo, pô. Não enche o saco.

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Nunca antes na historia do Brasil foi repatriado tanto dinheiro roubado

O Ministério Público Federal conseguiu repatriar parte das propinas que o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco havia entesourado em contas na Suíça. Os depósitos de Barusco somavam US$ 97 milhões —mem moeda nacional, isso equivale a mais de R$ 300 milhões. Desse total, já retornaram ao país R$ 139 milhões.

A verba repatriada encontra-se depositada numa conta aberta pela Justiça Federal do Paraná, onde correm os processos da Operação Lava Jato. Só foi possível trazer o dinheiro de volta antes da conclusão do julgamento de Barusco porque o ex-gerente, hoje um corrupto confesso, colabora com a Justiça e concordou em devolver o produto do roubo.

Seria bom se publicassem quanto dessa propina foi recebida antes de 2003.

Porque o MPF e os porcos midiáticos não divulgam?

Mora?

Moro!

El País

Em entrevista ao jornal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos 34 congressistas investigados pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, disse que a "porteira da corrupção" na estatal foi aberta pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB):
"Desde que alteraram o regulamento de licitações da Petrobras. Ela deixou de obedecer a Lei 8666 [das licitações públicas] e passou a ter um regulamento próprio, por carta convite. A partir disso se formaram os carteis e foi a porteira da corrupção", disse Cunha, referindo-se ao Decreto Nº 2.745, assinado por Fernando Henrique em 1998.

Capitão do mato é analfa em história Paulo Nogueira

Deu a louca no mundo.

Ou, pelo menos, deu a louca em Joaquim Barbosa.

No Twitter, ele conseguiu comparar o atual momento brasileiro às vésperas de duas revoluções, a Francesa e a Russa.

Nesta visão turvada e obtusa, é como se na França de 1789 a insatisfação revolucionária houvesse partido da aristocracia. E na Rússia de 1917 da corte czarista.

Que JB era insuficiente em direito já sabíamos. Que era incapaz de articular frases que fizessem sentido, também.

Mas que era analfabeto em história é uma novidade.

O Brasil de 2015 se aproximaria da França de 1789 e da Rússia de 1917 se os privilegiados estivessem na iminência de ser varridos.

Mas não.

Os privilegiados brasileiros – cujo porta-voz é a mídia – se batem ferozmente para derrubar um governo popular.

Na verdade, o Brasil de 2015 lembra, sinistramente, o Brasil de 1954 e o Brasil de 1964. A plutocracia, mais uma vez, se insurge contra a democracia.

Repetem-se muitas coisas.

O demagógico e seletivo discurso anticorrupção, por exemplo. Aécio chegou a empregar uma expressão de Lacerda, o Corvo, contra Getúlio: mar de lama.

Não pude notar se ele não ficou vermelho ao falar em mal de lama. Mas deveria. Aécio construiu um aeroporto privado com dinheiro público. Colocou, pelas mãos da irmã, dinheiro público nas rádios da família quando governador de Minas. Viu ser exposta a monumental roubalheira de seus eminentes colegas de PSDB no metrô de São Paulo.

Agora mesmo, escapou por um triz de entrar na lista de Janot, da qual não escapou sua cria, Anastasia.

Mesmo assim, ele posa de Catão. Ou de Catão 2, dado que o Catão 1 é FHC, o homem que comprou a emenda de reeleição. Essa compra está toda documentada, nos detalhes mais patéticos, graças ao depoimento milimétrico de um comprado.

O repórter que tratou solitariamente do assunto na era FHC disse, recentemente, que seu trabalho recolheu não evidências – mas "provas".

Alguns personagens de 54 e 64 estão presentes em 2015, uma demonstração de quão pouco as coisas mudam no Brasil.

A Globo, por exemplo. Sabotou Getúlio, sabotou Jango, sabotou Lula e agora sabota Dilma.

Neste longo percurso de sabotagem, os donos da Globo acumularam a maior fortuna do Brasil.

Se o Brasil vivesse uma situação parecida com a França e a Rússia pré-revolucionárias, como escreveu Barbosa, os Marinhos estariam de malas prontas para recomeçar a vida em outro país.

Eles e todo o grupo que tanto tem feito, ao longo da história, para dar ao Brasil as feições classicamente definidas por Rousseau como as perfeitas para uma insurreirão popular: aquelas marcadas pelos "extremos de opulência e de miséria".

Com diferentes nomes, figuras como Joaquim Barbosa participaram das tramas de 1954 e de 1964.

Eram os mistificadores.

Eles fingiam defender os interesses da voz rouca das ruas, mas na verdade estavam do lado dos poderosos, dos exploradores, dos predadores sociais.

Em 1789, para voltar ao início, Barbosa não derrubaria a Bastilha.

Estaria do outro lado, como um fâmulo dos plutocratas.

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Frase do dia

O povo gosta e merece debates fortes, acalorados. Mas, fortes nas razões, nos argumentos. Quem semeia ódio e difamação, não tem razão. Tem inveja, rancor!

Tarso Genro

MP com reajuste da tabela do Imposto de Renda é publicada no Diário Oficial

O Diário Oficial da União publica hoje (11) a Medida Provisória (MP) 670, que traz os reajustes da tabela do Imposto de Renda das Pessoas Físicas. O acordo para o reajuste tabela foi fechado ontem (11) entre líderes do Congresso e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
A MP vai estabelecer a correção escalonada na tabela: nas duas primeiras faixas salariais, o imposto de renda será reajustado em 6,5%. Na terceira faixa, o reajuste será de 5,5%; na quarta faixa será reajustado em 5%; e na última faixa – que contempla os salários mais altos – será reajustado em 4,5%.
Com a correção, quem ganha até R$ 1.903,98 estará isento do imposto. Na faixa entre R$ 1.903,99 e R$ 2.826,65, o contribuinte pagará 7,5% de IR. A alíquota de 15% passará a incidir sobre as rendas entre R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05. Na quarta faixa, estão os cidadãos que ganham entre R$ 3.751,06 e R$ 4.664,68, que pagarão imposto de 22%. A maior alíquota, de 27,5% passa a ser aplicada a quem recebe a partir de R$ 4.664,69.
De acordo com a MP, a correção vale a partir de abril do ano-calendário de 2015 ou seja, não terá efeito para as declarações que estão sendo entregues até o dia 30 de abril.

O comércio do impeachment

O "Braddock do impeachment e o que o pig não apura

Finalmente, apareceu um jornal espanhol para fazer (em parte) o que a imprensa brasileira não faz: um perfil do “Braddock” dos tais “Revoltados Online”, o cidadão Marcello Cristiano Reis.
Foi Afinso Benites, no El País.
Diz-lhe  Marcelo que vive da venda de camisetas e, com elas, obteve os R$ 20 mil para alugar o trio elétrico de suas manifestações, além de, é claro se manter (mora no mesmo prédio em que o Ministro da Justiça tem apartamento, na Belavista paulistana) e suas viagens país afora.
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Infelizmente, o repórter do jornal espanhol não perguntou como é que ele e a sua organização atuavam no mercado de precatórios e da “compra de títulos do ICMS”, um negócio paralelo e sombrio, no qual acontecem coisas de arrepiar os cabelos.
Aliás, o Azenha e o Paulo Nogueira já haviam mencionado isso.
Mas agora estão as imagens, irrefutáveis.
Foi neste mercado de precatórios que ele diz que ganharam , espontaneamente, R$ 650 mil em precatórios (valor de 2010), de um misterioso “revoltado”.
Uma fortuna que, corrigida hoje pela Taxa Selic chega a R$ 1 milhão, doação digna daquelas “boas” de bancos e empreiteiras a candidatos presidenciais.
Haja camiseta!
A imagem e o link estão aqui, para o caso de algum jornalista se interessar em saber que destino teve esta suposta fortuna, uma vez que precatórios são títulos judiciais contra os Estados ou  a União e sua transferência só se pode dar com registro em escritura pública.
Aí está um rascunho do personagem.
E aonde estão os jornalistas?
Abaixo, um trecho da matéria de Afonso Benites no El País, que pode ser lida na íntegra clicando no título.
Fernando Brito - Tijolaço

O comércio do impeachment

Afonso Benites, no El País
Um empresário de São Paulo que se diz falido pelo Governo do PT. Uma publicitária que mora no Mato Grosso e vive “de renda”. Esses são alguns dos comerciantes que se aproveitam do movimento que pede o impeachment de Dilma Rousseff (PT) para ganhar dinheiro ou para financiar os protestos. Vendendo camisetas a 99 reais e adesivos a 3,50, Marcello Reis, de 40 anos, e Letícia Balaroti, de 28, estão na linha de frente dos produtos anti-Dilma.