Se afaste da mentes vazias
Dos sorrisos forçados
Dos sentimentos falsos
E das pessoas sem valores
Que apenas o que for bom e sincero
Ocupe nossas mentes e corações.
Na grande crise de 2003, a imprensa foi atrás de todos os ex-presidentes. Três deles se comportaram como ex-presidentes, chamando a opinião pública à razão. Foram eles José Sarney, Itamar Franco e Fernando Collor de Mello. Independentemente de história e linha de pensamento, comportaram-se com a responsabilidade que se exige de um ex-presidente. O único carbonário foi FHC, pequeno, mesquinho.Não parou por aí. Sua vida pós-presidência tem sido um exercício permanente de mesquinharia, agora, aproveitando-se de uma releitura oportunista da mídia sobre seu governo – meramente devido à necessidade de se criar um contraponto ao governo Lula.FHC tem colaborado, de forma pertinaz, para destruir sua reputação perante os observadores isentos da história. Fala pelos cotovelos, sem observar nenhuma regra mínima de conduta que se espera de um ex.Sua última obra prima é esse primor de lógica política:
Se Dilma não conseguir as reformas, também não conseguirá governar. A saída que tem, então, é se oferecer para o altar de sacrifícios: se o Congresso der as reformas, ela ofereceria, em troca, seu cargo de presidente, renunciando. Com esse gesto de desprendimento, ela recuperaria sua força política, diz esse gênio da análise política.E de que serviria recuperar, sendo ex-presidente? Provavelmente para poder participar do chá das 5 na Academia Brasileira de Letras.Não é fácil para aliados forçar interpretações sobre a era FHC. Ele poderia facilitar a vida dos amigos e aliados não se expondo tanto assim ao ridículo.
Quanto a escolha do Ministro para o STF, eu acho que os governos do PT não entendiam ou continuam não entendendo o que é o Poder Judiciário. Os critérios que devem ser obedecidos em primeiro lugar são os que estão na Constituição: notável saber jurídico e reputação ilibada. Ao obedecer esses critérios, a escolha deve ser feita por quem melhor se adéqua ao meu governo. Assim é nos Estados Unidos. Não há lá a possibilidade de um presidente republicano indicar um democrata, e um democrata indicar um republicano. E isso não torna o indicado o indicado, o nomeado, parcial. O presidente Roosevelt tinha o programa do New Deal, com programas sociais e programas de combate ao racismo. A Suprema Corte era um obstáculo. Só que o presidente Roosevelt ficou quatro mandatos, e assim teve a oportunidade de montar uma Suprema Corte de acordo com o programa do partido democrata. Não há nisso crime, e não há nisso desonestidade, e não se pode dizer que esses ministros sejam parciais. Alguém acusa a Suprema Corte americana de ser aparelhada?*Deputado federal (PT-RJ), ex-presidente da OAB