Oposição não desiste de tentar ganhar no tapetão
CONTRA DILMA
Comentário de Carlos Antonio Paes
Rede Globo demite jornalista que critica pauta da empresa
Um dia antes de ser demitido pela GloboNews, Sidney Rezende escreveu em seu blog que há “uma obsessão em ver no governo o demônio, a materialização do mal, ou o porto da incompetência”, situação que “está sufocando a sociedade e engessando o setor produtivo”; na emissora desde 1997, um dos fundadores da CBN, o jornalista declarou no texto Chega de notícias ruins que “uma trupe de jornalistas parece tão certa de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é noticiar o fato, perseguir a verdade”; na nota em que informa o fim do contrato, a Rede Globo admitiu que “só tem elogios à conduta profissional de Sidney, um jornalista completo”
A relação da oposição com Cunha
A palavra
por Janio de Freitas
na Folha de São PauloO deputado Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara, fez o seu espetáculo de rompimento com o apoio a Eduardo Cunha. O jornalista Ilimar Franco ("O Globo") desmascarou-o. Contou, com precisão até de horários, que na terça-feira Carlos Sampaio foi cedo à casa de Eduardo Cunha, acompanhado de Mendonça Filho, do DEM, e Paulinho da Força, do Solidariedade, e os três garantiram o apoio da oposição à defesa de Cunha em troca do impeachment de Dilma. No começo da noite, "dobrado pela bancada", Carlos Sampaio "procurou microfones, câmeras e luzes" e "anunciou o rompimento".Eduardo Cunha, mais uma vez, depois de "mais de cinco encontros secretos" com aqueles oposicionistas nos últimos 30 dias, disse-lhes que responderia até quinta-feira. O negócio imoral ficou sem resposta.
Frase do dia
Pode me condenar
Meus crimes
São
Diferentes dos teus
Mas
No final das contas
Somos criminosos
A diferença é quê eu assumo
E tu enruste
Hipócrita!
Sidney Rezende - Chega de notícias ruins
Em todos os lugares que compareço para realizar minhas palestras, eu sou questionado: "Por que vocês da imprensa só dão 'notícia ruim'?"
O questionamento por si só, tantas vezes repetido, e em lugares tão diferentes no território nacional, já deveria ser motivo de profunda reflexão por nossa categoria. Não serve a resposta padrão de que "é o que temos para hoje". Não é verdade. Há cinismo no jornalismo, também. Embora achemos que isto só exista na profissão dos outros.
Os médicos se acham deuses. Nós temos certeza!
Há uma má vontade dos colegas que se especializaram em política e economia. A obsessão em ver no Governo o demônio, a materialização do mal, ou o porto da incompetência, está sufocando a sociedade e engessando o setor produtivo.
O "ministro" Delfim Netto, um dos mais bem humorados frasistas do Brasil, disse há poucas semanas que todos estamos tão focados em sermos "líquidos" que acabaremos "morrendo afogados". Ele está certo.
Outro dia, Delfim estava com o braço na tipoia e eu perguntei: "o que houve?". Ele respondeu: "está cada vez mais difícil defender o governo".
Uma trupe de jornalistas parece tão certa de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é noticiar o fato, perseguir a verdade, ser fiel ao ocorrido e refletir sobre o real e não sobre o que pode vir a ser o nosso desejo interior. Essa turma tem suas neuroses loucas e querem nos enlouquecer também.
O Governo acumula trapalhadas e elas precisam ser noticiadas na dimensão precisa. Da mesma forma que os acertos também devem ser publicados. E não são. Eles são escondidos. Para nós, jornalistas, não nos cabe juízo de valor do que seria o certo no cumprimento do dever.
Se pesquisarmos a quantidade de boçalidades escritas por jornalistas e "soluções" que quando adotadas deram errado daria para construir um monumento maior do que as pirâmides do Egito. Nós erramos. E não é pouco. Erramos muito.
Reconheço a importância dos comentaristas. Tudo bem que escrevam e digam o que pensam. Mas nem por isso devem cultivar a "má vontade" e o "ódio" como princípio do seu trabalho. Tem um grupo grande que, para ser aceito, simplesmente se inscreve na "igrejinha", ganha carteirinha da banda de música e passa a rezar na mesma cartilha. Todos iguaizinhos.
Certa vez, um homem público disse sobre a imprensa: "será que não tem uma noticiazinha de nada que seja boa? Será que ninguém neste país fez nada de bom hoje?". Se depender da imprensa brasileira, está muito difícil achar algo positivo. A má vontade reina na pátria.
É hora de mudar. O povo já percebeu que esta "nossa vibe" é só nossa e das forças que ganham dinheiro e querem mais poder no Brasil. Não temos compromisso com o governo anterior, com este e nem com o próximo. Temos responsabilidade diante da nação.
Nós devemos defender princípios permanentes e não transitórios.
Para não perder viagem: por que a gente não dá também notícias boas?