Vergonha de alguns parentes

Acabo de ver a postagem de uma prima que, depois de alguns entreveros, eu nem sabia que ainda era minha "amiga virtual".

Apareceu no meu feed, bem no comecinho da manhã, o vídeo do depoimento que um pastor chamado Caio Fábio concedeu a um dos sites mais antipetistas e antilulistas que existem.

Como o personagem do vídeo é identificado? Como irmão do Lula! O título do vídeo é alguma coisa do tipo "Irmão do Lula explica porque Lula é um bandido"...

Eu vi pela foto de capa dela que ela se apresenta como  coaching (supostamente deve ter muito a ensinar sobre coisas da vida e negócios). Então eu pensei em fazer um favor pra ela: alertá-la de que o Lula tem 17 irmãos. Nenhum deles é o abençoado que fala no vídeo. Fica mal pra uma "coaching", né? Eu acho.

Quer postar material antilula? Fique à vontade. Aliás, material contra o Lula é o que não falta. Mas não precisa vir com essas mentirinhas pra induzir o engano dos parvos. Compartilhar coisas assim só demonstra que a pessoa é, na melhor das hipóteses, preguiçosa porque uma simples "googada" já seria suficiente pra checar a veracidade da informação e, mesmo com essa facilidade ela ainda espalha lixo na rede social dela. Desculpa, mas pra alguém que se pretende "coaching" tá ruim.

Eu ia dar essa dica pra ela, mas depois pensei: deixa pra lá, deixa passar vergonha.

Quase quatro anos atrás, foi com outro primo. Esse já não é mais "amiguinho virtual". O cara só postava coisas de futebol e cerveja. Aí, um belo dia, em ano de eleição, surge o cientista político que existia dentro dele. Claro, antipetista.

O cara descascou uma proposta de reforma curricular apresentada pelo governo Dilma. Curiosamente, esse primo não tem doutorado em Educação, não é especialista em políticas públicas para educação, nada. Acho que só concluiu o ensino médio. Mas, no feicibuqui, era a autoridade máxima em Ensino.

By Rafael Patto

Resposta de sociólogo deixa jornalista da Globo embabascada



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Bom dia!

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Lula, o corrupto, por Rita Almeida





Acabei de visitar uma página aqui do facebook onde comparavam a popularidade e a comoção em torno de Lula, com a do movimento nazista em torno de Hitler...
Não é novidade que grandes líderes, sejam eles políticos ou religiosos, arrebatem multidões em seu entorno. De Jesus Cristo a Gandhi, de Stalin a Mandela, de Zumbi a Lampião, de Cleópatra a Anita Garibaldi, todos capazes de seduzir muitas mulheres e homens em torno de si, com maior ou menor devoção. A paixão por seguir grandes líderes é do humano, uma das formas de lidarmos com nosso mal-estar de existir, já dizia Freud. Ter um mestre que nos oriente e nos diga o que fazer, resgata em todos nós um certo lugar infantil, que nos conforta e apazígua, especialmente em tempos difíceis. Portanto, não há pós-modernidade ou "avanço cultural" que nos livre desse encantamento que grandes líderes são capazes de nos provocar.
Todavia, é um erro pensar que os líderes simplesmente nos arrastam para seus próprios pensamentos e ideias, ao contrário, o mais correto é dizer que eles catalisam para si aquilo que é o desejo de uma coletividade. O líder não faz seus seguidores, ele é muito mais inventado e construído por eles.
Lula esteve corretíssimo em seu discurso antes da prisão ao dizer que é um catalizador de sonhos, uma ideia coletiva. Grandes líderes possuem esse carisma, essa capacidade de se abrir ao desejo de uma coletividade, e, muitas vezes, abrindo mão do seu próprio. E Lula soube e sabe fazer isso de uma maneira extraordinária. Lula não fala para nós, ele fala através de nós, ou pelo menos através de nós que, nas últimas décadas, desejamos mudar o rumo da história do Brasil.
Podem tecer sobre Lula todas as críticas e acusações, mas, ninguém em sã consciência, ou que não esteja movido pelo preconceito e pelo ódio, pode negar que, ascender um nordestino, retirante, faminto e semianalfabeto à presidência do maior País da América Latina, não é uma subversão qualquer. Lula representa uma virada de mesa impensável, a encarnação das vozes que ficaram historicamente excluídas das decisões deste País. Lula é o grande apanhador da ideia de uma nação mais justa para os que só podiam, até então, ter como destino, a servidão a uma elite egoísta, esnobe, patrimonialista e escravocrata. E é necessária muita ignorância ou desonestidade intelectual para afirmar que o governo Lula não se dedicou a ser porta-voz desses que o inventaram, ainda que isso tenha lhe custado negociar com essa mesma elite, que jamais aceitou perder seus privilégios. Lula foi acusado de negociar com os poderosos ao invés de desbancá-los, mas, se foi um negociador que escolhemos, o que poderíamos esperar?
Nesse sentido, comparar Lula com Hitler é desonesto, estúpido e imoral, afinal, o que o movimento nazista queria dizer por meio de Hitler é absurdamente diverso do que o povo brasileiro pretendeu e pretende dizer através de Lula. Lula ainda é um líder capaz de catalisar os sonhos de uma geração que pensou num Brasil que pudesse se parecer mais com sua maioria.
Dizem que Lula é o maior corrupto da nação. Eu concordo que seja. Lula co-rompeu toda a estrutura de poder do Brasil. Lula co-rompeu a linha de continuidade de mais de 500 anos de história e co-rompeu seu próprio destino que seria a invisibilidade, a servidão e o silêncio. E foi exatamente por ter co-rompido o que seria o estado natural das coisas, é que ele precisou ser barrado da forma que foi. Porque, quem ainda não está certo de que sua condenação, sendo justa ou não, só aconteceu sob um regime de exceção está completamente cego. Ou não quer ver porque se acha parte da elite que precisa desbancá-lo (o que corresponderia a menos de 10% da população), ou porque não suporta se ver no espelho.
Pitaco da Vovó Briguilina: Nos sentido do que o texto expõe podemos afirmar que Lula é corrupto e corruptor do sonho de um país mais igual e com oportunidades menos desiguais para todos. Isso é que a elite 1% não aceita de maneira alguma. Pior que existe o pobre imbecil que concorda e apoia essa gente de mentalidade escravocrata. Triste.
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Tijolaço

Triste país onde Gilmar Mendes vira humanista

vaso

Reportagem de Reynaldo Turollo Jr, na Folha, a mais lida neste momento em seu portal, dá ideia da monstruosidade que se formou nas elites deste país. Quando se chega ao ponto de que uma figura sombria e autoritária acaba em porta-voz da dignidade humana, é sinal de que as instituições tornaram-se mais que tolerantes, verdadeiras cúmplices da barbárie.

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta terça-feira (10) que pessoas que ficam indignadas com o fato de a cela do ex-presidente Lula ter um vaso sanitário, por considerarem isso um privilégio, sofrem de algum tipo de perversão.
"Onde estamos com a cabeça? Aonde foi a nossa sensibilidade? É um tipo de perversão que pessoas que foram alfabetizadas, tiveram três ou quatro alimentações durante toda a vida, se comportem dessa maneira, animalesca", afirmou.

É assustador que um homem de direita, conservador e elitista seja um dos poucos que tem espaço para dizer esta verdade evidente, porque os demais "donos da voz" neste país revezam-se, quase todos, nos jornais e televisões para chamar de "privilégios" os direitos que deveriam se de qualquer ser humano.

Aliás, chega-se ao ponto de um candidato (e não só um) dizer que alguém preso já não é um ser humano.

Óbvio que remendam essa monstruosidade dizendo que os outros não têm. Neste caso, como há pessoas com fome, deveríamos abolir seus "privilégios" de comer três vezes por dias?

Isso não brotou do nada. Embora a semente do mal, dizem alguns, esteja disseminada em muitos, ela só viceja se lhe dão alimento e temperatura para romper a casca de civilização que, há milênios, a humanidade vem formando.

A classe dominante brasileira – e nesta não está só o capital, o rentismo, mas também os estamentos que a ele se agarram como cracas, inclusive na minha profissão – volta a assumir os seus jamais esquecidos ares de senhores de engenho, onde a senzala e o eito bastavam para os escravos e, num gesto de liberalidade, algo melhor só se alcançaria pela docilidade que os fizessem mucamas e feitores.

Esta deformação se reproduz em parte da classe média – até com mais desfaçatez. Outro dia um cidadão foi mostrado, nas redes sociais, lamentando não se poder mais "pegar uma menina de 13, 14 anos" no interior, pô-la a trabalhar como doméstica, pagar-lhe com comida e trapos e, pasmem, ainda correr o risco de ser um violador por fazer sexo com ela.

O século 19 é no 21.

O chicote desta nova servidão é, ninguém duvide, a mídia.

E quem o brande são os senhores promotores e juízes, transformados em bestas-feras, que sequer disfarçam mais o ódio, com seu discurso hipócrita.

Tão hipócrita que faz de Gilmar Mendes, o tosco ministro, alguém melhor, do ponto de vista humano, do que os Dallagnols, Bretas, Moros, Fachins, Barrosos e Carminhas.


Briguilinas

Charge do dia

 "A prisão não são as grades e a liberdade não é a rua. Existem homens livres, na prisão, e homens presos, na rua. É uma questão de consciência!
Neimar de Barros
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