Eko dos rojões

Por Luciano Martins Costa 

A revista inVeja lançou seu candidato à vice-presidência da República em 2010. A entrevista com o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (edição 2100, de 18/2/2009) não sairia mais adequada à posição política adotada pela revista – e pela maioria da imprensa brasileira – se tivesse sido produzida pela assessoria de imprensa do próprio senador. Mas o resultado da operação, por enquanto, é nulo.

Apesar de algumas notas publicadas no fim de semana, aquilo que deveria ser uma jogada bombástica vai se diluindo na geléia geral da política, como diz nos jornais de segunda-feira (16) o outro ícone da moralidade, o senador Pedro Simon.

O que Jarbas Vasconcelos disse à inVeja não constitui novidade [ver aqui, para assinantes]. A novidade é um senador dizer que a maioria dos integrantes do seu partido só pensa em ganhar dinheiro com a corrupção – e não ser expulso do partido. Pois, segundo os jornais de segunda-feira, o PMDB deve imaginar uma punição a Jarbas Vasconcelos mas não deverá lhe dar de presente a expulsão, que o colocaria no palanque para a eleição presidencial de 2010.

Até mesmo o senador Pedro Simon, tido como a grande reserva moral do partido, minimizou as declarações de Vasconcelos, dizendo que a corrupção está presente em outras agremiações, citando PT, PSDB, DEM, PPS e PTB.

Eco dos rojões

Então, qual é a jogada?

O lance da inVeja é apresentar Jarbas Vasconcelos como a última flor no lodaçal do PMDB, capaz de grudar o maior partido do Brasil a um projeto político diferente do atual governo.

Na resposta à última pergunta da entrevista, como se estivesse cumprindo o roteiro de sua assessoria de imprensa, o senador pernambucano afirma que não tem mais gosto de seguir disputando cargos na política, exceto se viesse a ser engajado na candidatura do governador de São Paulo, José Serra, à presidência da República.

Acontece que, isolado, ele pouco acrescentaria à candidatura da oposição. Aquilo que poderia ser uma bomba a rachar o PMDB acaba tendo um efeito nulo. Os líderes do partido, entre eles o presidente do Senado José Sarney, citado pessoalmente na Veja, se fingiram de mortos. E o próprio Jarbas Vasconcelos, procurado por jornalistas para especificar os casos de corrupção a que se referiu na entrevista, disse que não acrescentaria mais nada.

Para os leitores que se entusiasmaram com as declarações fortes do senador, fica apenas o eco dos rojões. Sem acusações concretas, fica a sensação de mais um factóide. Pirotecnia política.

2 comentários:

  1. O PMDB não mordeu a isca e o "balão de ensaio" murchou. Outros serão lançados, muito em breve.

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  2. O PMDB vai falar o que? O que foi dito por Jarbas Vasconcelos é verdade e merda quanto mais meche mais fede. O melhor é ficar calado e fingir de morto esperando que a coisa passe.

    Afinal de contas um gambá cheira o outro daí a união dos corruptos do PT com os do PMDB

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