23 de agosto de 2001
O senador Álvaro Dias criticou o modelo de privatizações adotado pelo governo federal, por estar causando prejuízos ao país. Ele citou como exemplo a venda, em agosto do ano passado, de 14,5% das ações ordinárias da Petrobras. "Foram arrecadados R$ 7,2 bilhões, mas o governo perdeu mais de R$ 5 bi porque neste período de um ano as ações valorizaram entre 70 a 77%", calculou.
O prejuízo gerado pela venda das ações da Petrobras, na avaliação do senador, não ficará nos R$ 5 bilhões, mas aumentará na medida em que as ações continuarão rendendo lucros e dividendos para seus compradores. Ele também lembrou que o governo negociou as ações na Bolsa de Nova York na mesma madrugada do dia em que o Senado votaria projeto de lei, de sua autoria, que propunha a proibição da venda das ações da empresa.
- Na calada da noite o governo, de forma surpreendente, antecipou-se e vendeu as ações. Quando chegamos para votar o projeto, surgiu a notícia de que as ações tinham sido vendidas - lamentou.
Para Álvaro Dias, o modelo de privatizações do governo também falha ao permitir que multinacionais utilizem recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para adquirir estatais brasileiras, especialmente as do setor de energia. Ao invés disso, defendeu, o governo deveria estimular empresas privadas a investir na expansão do setor energético para competir com as geradoras de energia pertencentes aos estados. Ele discordou da possibilidade da utilização de moedas podres, como precatórios, na compra das estatais.
As conseqüências da privatização, na opinião de Álvaro Dias, se farão sentir mais ainda a partir de 2003, quando as grandes multinacionais que adquiriram estatais brasileiras remeterão seus lucros para o país de origem, em dólar. Ele registrou que as empresas estrangeiras não têm nenhum compromisso de natureza social com o povo brasileiro, mas apenas visam o lucro.
Quem te viu, quem te vê!
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