Ciro prevê crise política em 2011

Leia o que diz Ciro Gomes sobre a política que impera no país. Concordo com ele quanto a questão da crise política que se avizinha. Discordo quanto a ele ser candidato. Na minha opinião ele deveria ser o vice da Dilma, era o melhor que poderia acontecer para ele, dilma e o Brasil.


Tenho dito ao Lula: "Olha, com essa base aí, até com você tá dando pra ir. Agora eu não aguento, a Dilma não agüenta, o Serra não aguenta, a Marina não aguenta".

Ciro antevê o pior: “Se a gente não mudar essa equação, está marcada uma crise política pra bem aí, em 2011”.

Que equação? Esse modelo político que leva legendas como PT e PSDB a se elganfinharem numa “radicalização paroquial”. Ciro foi ao ‘x’ da questão:

Quando um chega ao poder, o outro recusase a dialogar, forçando a realização de alianças “com tudo que não presta na política brasileira”.

Como exemplo do que “não presta” citou um deputado dos mais influentes: Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na tribo pemedebê, Eduardo Cunha é da etnia fluminense. Porta-se como uma espécie de feiticeiro da aldeia.

Costuma lançar feitiços na direção das arcas de Furnas. Ciro traçou-lhe um bom retrato:

“Eu não sei de onde esse cara tirou tanto prestígio. Ele é o relator da CPMF, ele é relator da isenção do IPI de exportação...”

“...Ele é relator dos trambiques que se fazem nas medidas provisórias, ele foi presidente da Comissão de Justiça. E o que se fala dele não é publicável”.

Deputado desde 2006, Ciro revelou-se na palestra desencantado com o seu ambiente de trabalho.

Disse que, na Câmara, discute-se muito e produz-se pouco. “Vocês não sabem como é chocante. Eu não quero mais, eu quero ir embora dali ontem. É exasperante”.

Curioso. Eleito em 2006 por 667 mil cerearenses que o imaginaram capaz de fazer a diferença no Congresso, Ciro paga os votos com ausência e desencanto.

Ciro falou para uma platéia de lojistas. Disse que luta “há tantos anos para ser presidente” justamente porque desea já alterar o modelo.

“É preciso encerrar isso”. Só não diz como um candidato de partido pequeno como o dele vai fazer para produzir o milagre da purificação da política.

De resto, Ciro deixou entreaberta uma porta de saída. Admite retirar-se do páreo nacional se Dilma Rousseff virar um portento nas pesquisas.

“Se a Dilma, representando nossas forças, disparar, a ponto de ter uma chance de ganhar no primeiro turno, minha responsabilidade muda...”

“...Minha responsabilidade passa a ser não dividir e sim garantir a vitória”. Parece descrer da hipótese de a candidata de Lula alçar vôo tão alto.

"A minha candidatura será essencial, seja para ganhar os valores que esse projeto [de Lula] representa, seja para dar a garantia de um segundo turno...”

Um segundo round “em que o [candidato] que for ao segundo lugar, terá o apoio do terceiro”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário