Por Carlos Chagas
É bom o governo prestar atenção na mais recente farpa enviada pelo ministro Gilmar Mendes sobre o presidente Lula, exortando a Justiça Eleitoral a agir com critério único diante das representações contra abusos praticados nas campanhas, inclusive sua antecipação.
O presidente do Supremo Tribunal Federal criticou a hipótese de padrões diferentes nesses julgamentos, quer dizer, rigor excessivo quando se trata de processos contra parlamentares e prefeitos, mas leniência dali para cima.
O recado foi direto, pois as declarações de Gilmar Mendes coincidiram com mais uma denúncia do PSDB e do DEM, esta semana, contra o presidente Lula e Dilma Rousseff, precisamente por antecipação da campanha.
O primeiro-companheiro e a ministra tomam pouco cuidado quando, em viagens pelo país, inauguram e fiscalizam obras. Nada tem de sutis as referências do Lula à continuidade dos programas em desenvolvimento e até as afirmações sobre haver chegado a vez de uma mulher assumir o palácio do Planalto. A candidata, por sua vez, aceita a carapuça dourada e comporta-se como num ringue de boxe, atacando os tucanos e demais adversários.
Não passa pela cabeça de ninguém que o Tribunal Superior Eleitoral venha considerar o presidente culpado e determine a cassação do seu mandato. No auge da popularidade, nem com dinamite ele seria afastado. Até porque, qualquer sentença daquela corte seria submetida ao Supremo Tribunal Federal, onde, dos onze ministros, o Lula já nomeou sete. Mesmo assim, um sinal foi enviado por Gilmar Mendes. Resta saber se vai ser recebido.
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