Lula descarta "terrorismo eleitoral"


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem terça-feira (2) em almoço com representantes da indústria automobilística em São Paulo que as eleições não podem mais causar um “cenário de terrorismo” no Brasil. Segundo ele, “não existe possibilidade de alguém estragar o que está construído no país”.

Em seu discurso, Lula afirmou ter sofrido preconceito nas eleições que disputou. “Não acreditem e não aceitem aquele ideia imbecil que se falava nesse Brasil que se ganhar fulano ‘vai estragar tudo’. Não existe essa hipótese. A tendência é fazer mais e melhor, e no momento certo tenho certeza que isso vai ficar claro para a sociedade brasileira”, afirmou.

Em outro momento do discurso, Lula fez críticas indiretas a seus antecessores, comparando, por exemplo, dados do crédito disponível no Brasil em 2003, quando ele tomou posse em substituição a Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, com dados atuais. Segundo ele, em 2003 havia R$ 381 bilhões disponíveis no Brasil para financiamento. Hoje, esse volume é de R$ 1,4 trilhão, disse.
“Éramos um país capitalista vivendo em um regime de crédito como se fosse a velha União Soviética”, declarou, acrescentando que o governo nada mais fez do que o “óbvio”. “Nós não fazíamos o óbvio porque entendíamos que havia coisas mais difíceis para serem feitas.”

O presidente destacou as parcerias que tem feito com outros países em desenvolvimento, como Guatemala e El Salvador, e com nações da África. “Eu nunca vi mascate vender roupa na Avenida Paulista. Ele vai para Pirituba, Itaquera”, afirmou.

O presidente acrescentou ainda, em mais uma referência indireta ao governo anterior que o desafio colocado atualmente é “não permitir que a gente volte ao passado”.

No almoço, Lula foi homenageado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) pelo combate da crise econômica feita pelo governo. Segundo dados da associação, a venda de veículos no mercado interno cresceu 11% em 2009 em relação a 2008.

O presidente da associação, Jackson Schneider, fez elogios ao presidente, que os retribuiu em seu discurso aos empresários. "Pela primeira vez na história da indústrria automobilística, para não falar na história do Brasil, as filiais estão melhores que as matrizes", disse Lula, lembrando que por muito tempo teve "brigas homéricas" com a indústria automobilística. Segundo ele, o confronto resultou em "aprendizado".

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT à Presidência, não falou de eleição em seu discurso. Dilma citou apenas projetos do governo pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "O grande problema do PAC é que ele não estava no papel. Consciente disso, o presidente Lula definiu que providenciássemoss projetos para as próximas etapas, ou seja, deixássemos aqui, para quem fosse suceder o presidente, um conjunto de projetos."

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