O afago de Serra à direita truculenta

Os tucanos passaram os últimos 7,5 anos criticando a criação de ministérios e a contratação de servidores públicos pelo governo Lula. Mas, seu candidato e da oposição a presidente da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS), já prometeu criar dois ministérios: o da pessoa com deficiência e agora o da segurança pública.

Este último ele prometeu em entrevista ao programa do José Luiz Datena, da Rede Bandeirantes de TV. Para ser objetivo, eu tenho que reconhecer que sobre segurança o candidato da oposição não tem nenhuma autoridade para falar, já que em 15 anos de tucanato, São Paulo não avançou nessa questão. Isso nem novidade é, porque esse Ministério da Segurança ele já prometeu na campanha de 2002 quando perdeu a eleição ao Planalto para o presidente Lula.

A única novidade agora é a linguagem chula e agressiva, que lembra a direita, sobre a repressão. O enfrentamento que ele propõe e outros termos que usou no programa são nomes bonitos ou de impacto para simplesmente dar ordem para matar suspeitos ou bandidos. Essa dureza que ele promete no combate aos bandidos é de fácil apelo popular, mas não resolve a questão da segurança. Apenas soa como música em programas de rádio e TV popularescos, para as chamadas "bancadas (parlamentares) da bala" e para a direita mais truculenta e reacionária.

Nós, paulistas, conhecemos os discursos dos ex-governadores Paulo Maluf (PP) e Orestes Quércia (PMDB), e depois Fleury Filho (PMDB, agora PTB) e  Geraldo Alckmin (PSDB), sobre mais polícia, mais ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) na rua, mais repressão. E sabemos seu resultado: zero em matéria de segurança. Mas, são políticas que deixaram milhares de mortos pela polícia, o que faz com que a retórica de Serra sobre direitos humanos - ele alternou e também a usou no programa da Band - seja só para constar em seu currículo.

Quando ele fala em “engaiolar” seres humanos, ele os está tratando como animais. Tivemos assim, nessa entrevista, um bom exemplo do que vem por aí na campanha tucana: explorar o medo dos cidadãos que eles não protegeram durante 16 anos de um São Paulo governado por tucanos. Ou, ao longo de 28 anos, se contarmos desde o governo Franco Montoro a partir de 1983. São 16 ou 28 anos de fracasso nas políticas de segurança tucanas e que eles -  seu candidato e o tucanato paulista - agora procuram esconder.

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