José Cruz/ABr"O que ele foi? Ele não pode dizer que a biografia dele não passa pelo governo FHC...”
“...A minha biografia é o governo Lula. Eu carreguei o piano nesses cinco anos [na Casa Civil], eles não podem me tirar isso".
Dilma falou aos repórteres Valdo Cruz e Maria Cristina Frias. Duas horas de conversa. Tratou-se sobretudo de economia.
Vão abaixo os principais trechos, disponível na Folha.
O signatário do blog contrapôs as ideias de Dilma às de Serra, já explicitadas em discursos e entrevistas.
- Política Econômica: Atenta às dúvidas que o mercado levanta sobre suas posições, Dilma diz que manterá o tripé que combina metas de inflação, câmbio flutuante e rigor fiscal. "É mais do que compromisso", ela declara. "Por que eu iria abandonar? O que eu ganharia com isso? Vou manter as bases da nossa estabilidade". O rival dela, José Serra, também declara que vai manter o tripé. Mas diz que o modo como o governo gere a coisa toda não é o mais adequado. Sugere que fará diferente.
- Juros altos: Dilma diz que ambiciona a redução dos juros. Mas avisa que não se deve esperar dela nenhuma tentativa de "dar um golpe de forma artificial nos juros". Por quê? “Você não pode sair por aí reduzindo os juros feito maluco". Uma estocada em Serra, crítico feroz da política monetária gerida pelo presidente do BC, o ex-tucano Henrique Meirelles. Noutros tempos, Dilma também torcia o nariz para a estratégia de Meirelles. Agora, diz que a redução, se for “artificial”, "não é sustentável".
- Autonomia do BC: Dilma diz que, eleita, não planeja alterar o modelo de autonomia informal adotado no governo Lula. "Acho que a lei que existe hoje é muito boa. Não pretendo passar nenhuma lei [sobre autonomia do BC], não vejo por quê. A que existe hoje é perfeita". Nesse ponto, Serra ostenta posição idêntica.
- Pós-Meirelles: Perguntou-se à candidata quem será o substituto de Henrique Meirelles num eventual governo Dilma. E ela: "Isso, de ficar sentando na cadeira antes, ficar escolhendo nomes antes, não dá sorte".
- Câmbio: Dilma informa que, ainda sob Lula, serão trazidas à luz novidades nessa área. Serão ajustes destinados a reduzir o custo da produção de manufaturados. "Mesmo sabendo que o que puxa a economia brasileira é o mercado interno, nós vamos ter de dar uma força imensa na ampliação das exportações, dar prioridade para os manufaturados". Para Serra, o câmbio é, hoje, um dos grandes problemas da gestão econômica. Ele acha que o Real está sobrevalorizado.
- Estímulo às fusões: Dilma sai em defesa da política adotada sob Lula, que permite ao BNDES injetar verbas públicas em operações de fusão de grandes empresas nacionais. Coisa ocorrida, por exemplo, na compra da Brasil Telecom pela Oi. "Não inventamos ninguém, fundiram-se aqueles que tinham envergadura para isso", ela declara. “Se você me pergunta se foi bom, eu digo que, na área de petroquímica, ou ganhamos escala ou não competimos internacionalmente". Discorre sobre outros setores: "Em celulose, tem de ter escala. No de carnes, é bom que tenha escala. Na telefonia, também". Nessa matéria, Serra pensa, de novo, de maneira diversa. Não se opõe às fusões que resultam na formação de grandes empresas nacionais. Mas discorda que o BNDES entre com dinheiro.
- Serra pode fazer melhor? Dilma responde à interrogação, tônica do discurso do tucanato, com um repto: "Vou dizer o seguinte: convence. Convence os empresários, os prefeitos. Sabe qual a diferença? Nós fizemos, eles [empresários] sabem que nós fizemos, e sabem das dificuldades que enfrentamos".
- Reforma tributária: Dilma informa que pretende tratar do tema na campanha. Mas não parece levar fé. Pondera: Os "empresários sabem da dificuldade de se fazer reforma tributária no Brasil por conta da questão federativa". E quanto à desoneração da folha de pagamentos. Após alguma hesitação, ela soa peremptória: “É fundamental, temos de caminhar para isso, temos de buscar a desoneração, é uma distorção que temos. Agora não é coisa simples de fazer. É o bom senso". Serra tangenciou o tema no discurso de lançamento de sua candidatura, no sábado (10). Não desceu a detalhes. Mas insinuou que não há espaço para aumento de tributos.
- Câmbio: Dilma informa que, ainda sob Lula, serão trazidas à luz novidades nessa área. Serão ajustes destinados a reduzir o custo da produção de manufaturados. "Mesmo sabendo que o que puxa a economia brasileira é o mercado interno, nós vamos ter de dar uma força imensa na ampliação das exportações, dar prioridade para os manufaturados". Para Serra, o câmbio é, hoje, um dos grandes problemas da gestão econômica. Ele acha que o Real está sobrevalorizado.
- Estímulo às fusões: Dilma sai em defesa da política adotada sob Lula, que permite ao BNDES injetar verbas públicas em operações de fusão de grandes empresas nacionais. Coisa ocorrida, por exemplo, na compra da Brasil Telecom pela Oi. "Não inventamos ninguém, fundiram-se aqueles que tinham envergadura para isso", ela declara. “Se você me pergunta se foi bom, eu digo que, na área de petroquímica, ou ganhamos escala ou não competimos internacionalmente". Discorre sobre outros setores: "Em celulose, tem de ter escala. No de carnes, é bom que tenha escala. Na telefonia, também". Nessa matéria, Serra pensa, de novo, de maneira diversa. Não se opõe às fusões que resultam na formação de grandes empresas nacionais. Mas discorda que o BNDES entre com dinheiro.
- Serra pode fazer melhor? Dilma responde à interrogação, tônica do discurso do tucanato, com um repto: "Vou dizer o seguinte: convence. Convence os empresários, os prefeitos. Sabe qual a diferença? Nós fizemos, eles [empresários] sabem que nós fizemos, e sabem das dificuldades que enfrentamos".
- Reforma tributária: Dilma informa que pretende tratar do tema na campanha. Mas não parece levar fé. Pondera: Os "empresários sabem da dificuldade de se fazer reforma tributária no Brasil por conta da questão federativa". E quanto à desoneração da folha de pagamentos. Após alguma hesitação, ela soa peremptória: “É fundamental, temos de caminhar para isso, temos de buscar a desoneração, é uma distorção que temos. Agora não é coisa simples de fazer. É o bom senso". Serra tangenciou o tema no discurso de lançamento de sua candidatura, no sábado (10). Não desceu a detalhes. Mas insinuou que não há espaço para aumento de tributos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário