ELEIÇÃO NÃO É DUELO DE ESPADACHINS!

1. No mundo todo, a imprensa cobre as campanhas eleitorais como uma luta de espadachins ou uma corrida de cavalos. Apresenta as declarações, performances, opiniões dos candidatos como um duelo. Aqui no Brasil não é diferente.
                    
2. O problema não está nesse tipo universal de cobertura. O problema está nos candidatos competitivos acreditarem que são espadachins e que estão em um duelo. Quem entra nesse jogo, em geral, perde a eleição. Atinge seu adversário com um golpe de espada e está certo que esse é o caminho do sucesso. Não é.
                    
3. Quem desfere os golpes mortais nesse ou naquele espadachim, é o eleitor. É um duelo curioso, que é o distinto público que escolhe o vencedor. E escolhe conversando com as pessoas que tem contato, sempre ou eventualmente. Um golpe forte de um espadachim fazendo sangrar o adversário pode ser percebido pelo público, vitimando quem foi golpeado, e anotando pontos a favor desse.
                    
4. Portanto, não é tão simples como um duelo, a lógica e dinâmica eleitorais. Os contendores devem estar sempre pensando se seus golpes e seu comportamento estão chegando às centenas de milhares de eleitores, e como estes estão reagindo em seu círculo social. Ou seja, se ele duela em nome dos eleitores e com o entusiasmo desses. A lógica do espadachim pode não ser a lógica do eleitor.
                    
5. Muito mais importante que o espadachim ficar olhando para as câmeras de fotos e TV, ficar fitando apenas seu adversário ou mirando os que estão na área VIP assistindo o duelo, é entender que ele é parte de um todo, com o qual deve interagir, e é mesclado a esse todo que conseguirá a vitória. E não sua habilidade no manejo da espada.

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