A matéria pertence a cientistas políticos e a sociólogos, mas é bom meter a colher na panela: que força estranha será essa impulsionando candidatos sem a menor chance de vitória a concorrer às eleições presidenciais?
Não se fala dos picaretas e dos vigaristas ávidos de quinze segundos de exposição nas telinhas, megalômanos sem a menor importância. Importa indagar por que, por exemplo, Marina Silva, pelo PV, e Plínio de Arruda Sampaio, pelo Psol, insistem em apresentar-se sabendo que nem por milagre seriam eleitos?
O leque contém opções diversas: a defesa de uma idéia ou de um programa, a possibilidade de participarem de debates com os demais concorrentes, com chance de superá-los na retórica e no conteúdo, a fidelidade a princípios tradicionais, a vontade de mesmo inutilmente demonstrar ao eleitorado o erro em que irá incorrer.
Tem sido assim no passado, continuará ser assim no futuro. São profundas as raízes dessa força estranha que expôs líderes como Ulysses Guimarães, Mário Covas, Aureliano Chaves, Ciro Gomes, o próprio Leonel Brizola, a correrem para a derrota inevitável. O problema é que Marina Silva fará falta, no Senado, e Plínio de Arruda Sampaio, na Câmara.
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