Investimento pode aumentar até 8,5%


A expansão robusta do investimento foi uma das melhores notícias do resultado da produção industrial no primeiro trimestre. Os números revelam uma alta significativa da fabricação de bens de capital e de insumos típicos da construção civil, mostrando o esforço das empresas em ampliar a campanha produtiva. Isso é especialmente importante num momento de crescimento rápido da demanda.

A produção de bens de capital cresceu 3% sobre fevereiro, feito o ajuste sazonal, e 38,4% em relação a março do ano passado. “Esses números confirmam a retomada do investimento”, diz a economista Luiza Rodrigues, do Santander, observando que a produção de bens de capital tem um comportamento bastante pró-cíclico. Caem muito em tempos de crise e se recuperam com força quando a economia reage. Também foi muito bem a produção de insumos típicos para a construção civil. A alta foi de 5,6% sobre fevereiro e de 19,7% sobre março de 2009. Retrato do bom momento do setor é que a produção de bens de capital para a construção avançou 244,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Com esse quadro positivo, a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Marzola Zara, passou a estimar que, no primeiro trimestre, a FBCF vai avançar 8,5% em relação ao quarto trimestre de 2009, feito o ajuste sazonal. Se confirmado, será uma aceleração em relação ao ritmo já bastante expressivo observado nos três últimos meses do ano passado, de 6,6%. Luiza vê uma alta um pouco mais modesta, de 5,5%, mas ainda assim um número robusto. Para 2010, há estimativas de crescimento superior a 20% para a FBCF.
“É uma boa notícia, porque se trata de um crescimento forte que se dá em cima de uma expansão significativa nos trimestres anteriores”, afirma ela. Para Luiza, esse aumento do investimento aponta para uma expansão da capacidade produtiva no fim deste ano ou no começo do próximo, dada a demora de alguns meses para a maturação das inversões.
A alta dos investimentos é fundamental num momento de aumento do nível de utilização da capacidade instalada (Nuci). Na indústria de transformação, o Nuci subiu de 84,3% em março para 85,1% em abril, feito o ajuste sazonal, segundo números da Fundação Getúlio Vargas (FGV),. As inversões são importantes para ampliar a capacidade de oferta na economia, evitando o surgimento de pressões inflacionárias. 

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