Mário Marona
Já haviam decidido que o PT militante tinha acabado. Sete anos de exercício do poder teriam causado acomodação, acrescentado barriga e roubado barbas e fartas cabeleiras dos barulhentos petistas dos anos 80. De fato, poucos barbudinhos foram vistos no 4º Congresso Nacional do partido. Eles estão grisalhos, ou simplesmente carecas. Mas uma geração escanhoada e nem por isso menos ruidosa, que às vezes faz lembrar mais um acampamento do Campus Party do que as velhas e intermináveis assembleias do século passado, se comovia entoando palavras de ordem no lançamento da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência, na manhã deste sábado.
O PT mudou muito. Se nos anos 80 sonhava em chegar ao poder, hoje sonha em permanecer nele, pelo tempo que lhe for possível. O velho ruído da militância voltou porque o partido sabe que, desta vez, não há lugar para derrotas honrosas com Lula ou vitórias consagradoras com Lula. Desta vez, não há Lula lá. O PT vai precisar da militância embandeirada nas ruas, como nos velhos tempos.
O PT não mudou tanto assim. Continua celebrando a luta interna como uma de suas mais importantes catacterísticas. Escanhoados ou calvos, os integrantes das várias tendências do partido, não importa com que novas siglas, continuam brigando por suas bandeiras históricas – todas de esquerda, naturalmente, que aqui não é lugar de tucano.
O PT, na verdade, não mudou nada. Do embate entre suas tendências resultam conceitos, teses e propostas tão modernas e progressistas quanto, muitas vezes, inaplicáveis – não pelos adversários, mas pelo próprio PT quando está no poder. Em que partido de massas seria diferente?
Não se faz política com caderno de normas. Neste caso, é bastante simples a relação das centenas de milhares de filiados, de um lado, com o governo do partido, de outro: a gente empurra vocês para frente aqui e vocês vão fazendo o máximo possível por aí. Os quase 80% de aprovação do governo indicam que até agora funcionou. E como!
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