O Conversa Afiada tinha prometido não tratar mais do Farol de Alexandria: ele derruba a audiência.
Mas, como diria o Barão de Itararé: o problema não é mudar de idéia, mas não ter idéias para mudá-las.
O ódio de FHC ao Lula jamais se manifestou de forma tão explícita e exasperada quanto no artigo engordurado (*) que escreveu no Estadão, na pág. 2 de titulo “Cara ou coroa” ?
(Como o Lula é o “cara”, segundo o presidente dos Estados Unidos, isso quer dizer que o Farol chama a Dilma de “coroa” ?)
O artigo é para extravasar o ódio ao Lula – clique aqui para ler a tabelinha que compara os oito anos do FHC a sete do Lula – é de verter lágrimas de sangue.
O artigo é para dizer que o Lula não presta e o que fez de bom foi ele, o Farol, quem fez.
O centro do argumento é que não tem essa de o Serra dizer que é amiguinho do Lula, não.
O Serra tem que vestir a camisa do governo FHC, porque o FHC é muito diferente do Lula.
Um é a cara, Lula.
E o outro, o coroa, o FHC – é isso ?
Interessante.
Por que o Serra não leva o Farol para o Pavão-Pavãozinho, no Rio, para a Brasília Teimosa, em Recife ?
Por que ele não leva o FHC ao Jardim Romano alagado ?
Não leva o FHC para se encontrar com os professores e policiais de São Paulo, que recebem o salário “PSDB” – o Pior Salário Do Brasil ?
Por que em 2002 o Serra expulsou o FHC do palanque ?
Por que em 2006 o Alkimin vestiu a camisa do Banco do Brasil e da Petrobrás ?
Por que ninguém diz que é FHC desde criancinha ?
Só o PiG (**).
Mas, o “Príncipe dos Sociólogos”, como gosta de dizer o Mino Carta, o Príncipe dos Sociólogos se trai no final, como um tenor cansado que não atinge mais o Dó maior.
Ele diz que o Serra é a Luz.
E o Lula e a Dilma são “o controle policialesco” (sic), com a “ingerência de forças partidário-sindicais” (sic).
E o que mais ?
O Lula e a Dilma são a corrupção deslavada.
SIVAM, Pasta Rosa, Privatização do Daniel Dantas, a compra da re-eleição, o Eduardo Azeredo, o Ricardo Sergio, venda do Banespa, Petrobrax – ou seja, isso tudo é petismo na veia.
Se o Farol soubesse escrever ou tivesse um grama adicional de coragem diria o que está submerso na cabeça dele: a Dilma é o Koba, o Stalin terrorista.
É isso o que ele quer dizer e ficou entalado na garganta dele.
Que o PTB é corrupto, vai instalar uma republica petebo-sindicalista e a Dilma (o Jango) é o Koba.
É exatamente o que o FHC diria no IPES, aquele “Instituto Millenium”, que, em 1963, reunia intelectuais como o “seu Frias” para tramar a queda do Jango.
Para entender um pouco mais como o FHC de hoje diz o que o IPES dizia, leia em notável trabalho de Luiz Claudio Cunha.
O interessante é que nas páginas A12 e A13 Dilma Rousseff dá substanciosa entrevista ao Estadãoe mostra que o terrorista, o Koba, dessa história é outro: é o FHC, que, como o Serra, é Golpista e terá “um fim melancólico”.
Paulo Henrique Amorim
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