Fabiana Ribeiro
O mercado de trabalho brasileiro está no melhor momento dos últimos oito anos. Em agosto, a taxa de desemprego das seis principais regiões metropolitanas do país surpreendeu analistas e atingiu 6,7% — abaixo de 6,9% de julho e de 8,1% de igual mês do ano anterior.
Trata-se da menor taxa apurada desde que o IBGE iniciou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em março de 2002. E os ganhos dos trabalhadores também foram recorde: o rendimento médio está em R$ 1.472,10, numa alta de 1,4% frente a julho e de 5,5% em relação a agosto de 2009.
Segundo economistas, os números do mercado de trabalho apontam para novas quedas na desocupação que, contudo, podem pressionar a inflação.
— Os números apontam para um cenário econômico com dinamismo. Mais 115 mil pessoas passaram a fazer parte dos ocupados em agosto, frente a julho. Na comparação com agosto do ano passado, foram quase 700 mil. Mais gente está trabalhando e o vigor de antes da crise voltou — disse Cimar Azeredo, gerente da PME, frisando que o destaque foi São Paulo, com desocupação de 6,8%, a menor da série.
Ainda que os desempregados somem 1,6 milhão de pessoas, os números mostram que o mercado de trabalho ganha qualidade.
Dos ocupados, 46,2% são empregados com carteira — estabilidade frente a julho e avanço ante agosto de 2009 (44,5%). Das 691 mil vagas abertas entre agosto de 2009 e mês passado, 685 mil são com carteira assinada.
Para analistas, a ampliação do estoque formal tem se dado pela geração de novos postos, mas também pela formalização de postos informais já existentes.
Azeredo, do IBGE, lembra ainda que, na média de janeiro a agosto, a taxa de desocupação de 7,2% também foi a menor para os oito primeiros meses do ano desde o início da série.
— É de se esperar, como em anos anteriores, que dezembro apresente taxa inferior. E ainda deve haver efeito de eleições — afirmou ele, ressaltando que, em 2008, a taxa de desocupação do Brasil era a segunda maior entre as maiores economias do mundo; em 2009, após a crise, passou a ser décima.
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