Fiquei apreensivo, hoje, depois de ver o programa de Dilma na televisão. Poderia fazer muitas observações, a começar do óbvio que seria criar um bloqueio de separação do programa de Serra que, todo mundo sabe, usa e abusa da técnica de terminar com uma baixaria sempre que antecede o de Dilma. Mas não, começa com aquelas cenas aéreas, já cansadas e batidas. Posso até ser primário, por não ser especialista em técnicas de propaganda e cinema, mas se a linha agora é comparar, temos de ser coerentes desde o primeiro minuto, colocar um “freio de arrumação” do tipo “agora acabou a hora da baixaria e da promessa furada; começa aqui o programa do Brasil que mudou de verdade, o programa de Lula e Dilma, para o Brasil seguir em frente”.
Acho que as coisas têm de ser abordadas mais diretamente, e Dilma reagir exigindo o respeito que merece e tem direito. E falar, como a gente diz aqui no Rio, “na lata”:
- Olha, vocês não sabem o que estou passando para não dizer o que certas pessoas mereciam ouvir. Estão me desrespeitando como pessoa, como mulher, como mãe e como avó. O problema é que eles não têm a coragem de enfrentar o Lula, de criticar o Governo Lula, de dizer que são inimigos do Lula e acham mais fácil tentar atingir a minha honra. Mas se eles acham que eu vou entrar neste esquema de baixaria, podem tirar o cavalo da chuva. Porque eu não estou aqui para fazer teatrinho, e o que eu tenho para garantir o que digo são os oito anos do governo do qual eu participei, com muita honra, e eles não tem para mostrar, porque fizeram parte de um Governo que saiu vendendo o Brasil, que demitiu trabalhadores, que arrochou os salários e que tinha de pedir a bênção do FMI.
E estamos conversados. Dilma não tem que parecer boazinha, nem docinha com esta gente. O povo sabe que a estão atacando e ela, sem baixar o nível, tem todo o direito de reagir.
Mas, na essência, o que está está faltando – e acho inexplicável – é a entrada em cena do ator principal desta história. Dilma não estaria ali se não fosse a candidata do Lula e, se é a candidata do Lula, ele não pode ser tolhido – pelos políticos ou pelos marqueteiros – de estar ali, falando claro e direto como sabe falar.
Que ninguém se iluda, os adversários de Dilma fogem, desde o início da campanha, de se apresentarem como adversários do Lula, como o são.
Lula, portanto, não pode deixar de fazer isso se tornar claro. Dilma já teve tempo e oportunidades – e o fez, com sobras – de mostrar que tem identidade, capacidade e preparo para governar.
Agora é a hora da onça beber água, definitivamente. Esta batalha do segundo turno não pode prescindir mais do general. Se a vencermos, venceremos com ele e por ele. Mas se nos arriscamos a perder, pela sua ausência, ele perderá também. Se os inimigos do Brasil, que não têm escrúpulos de qualquer ordem, abocanharem o poder, é a ele, Lula, e não a Dilma, que desejarão destruir ante o povo brasileiro.
Escrevi, que com o debate da Band – e será assim no próximo, escrevam – Dilma nos fez recuperar as energias depois do desapontamento de não vencermos – e todos sabemos à custa de que expedientes sórdidos isso aconteceu – no primeiro turno. Os votos que permaneceram com Dilma, quase o suficiente para a vitória no primeiro turno, não ficaram por serem suscetíveis de se perderem com a campanha de sujeiras. Ficaram porque são votos valentes e lúcidos e só se poderá perdê-los pelo desânimo e por concessões que nos tirem a altivez e o orgulho de sermos parte desta mudança no Brasil.
Agora, o povo brasileiro precisa olhar e ver seu líder, sem medo e sem temores, chamando-o para a batalha.Precisamos ver Lula falando diretamente: se vocês confiam no que eu fiz, confiem em Dilma como eu confio. Quem confia no Lula, vota na Dilma.
E veremos dizer isso, logo e já, tenho certeza.
do Tijolaço
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