Um dia depois de afirmar que não sabia quem era e que nunca ouvira falar em Paulo Preto (Paulo Vieira de Souza, diretor que nomeara para uma importante estatal paulista), o ex-governador e atual candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, não apenas sem lembrou do ex-assessor como também o defendeu de acusações feitas por dirigentes do próprio PSDB e integrantes do comando da campanha presidencial.
Numa reportagem publicada em agosto pela revista IstoÉ, caciques tucanos acusavam Paulo de sumir com R$ 4 milhões que arrecadara para a campanha de Serra. Citada pela presidenciável Dilma Rousseff durante o debate da noite de domingo na Rede Bandeirantes, a denúncia dos tucanos não foi respondida imediatamente por Serra. Na segunda-feira, durante entrevista em Goiânia, o candidato deu a seguinte declaração:
“Eu não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factóide criado para que vocês fiquem perguntando”. Serra disse ainda que não iria gastar horas de um debate nacional discutindo “bobagens”.
Ontem, Serra já sabia quem era Paulo Preto. E garantiu que o diretor de Engenharia da Dersa no seu governo não desviou dinheiro da campanha.
“O Paulo Souza não está trabalhando na área de finanças da campanha, não recolheu dinheiro que não chegou à campanha. Eu teria sabido. Se sou o candidato, eu saberia. Isso não aconteceu. Não existiu nenhum desvio. Ele é totalmente inocente”.
“NÃO COMETAM ESSE ERRO”
Entre as duas declarações de Serra – a de que desconhecia Paulo Preto e a de que “ele é totalmente inocente” –, o próprio Paulo Preto resolveu reaparecer. Em entrevista à Folha de São Paulo, cobrou de Serra que o defenda.
”Não somos amigos, mas ele me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao país, ele tem que responder. (…) Acho um absurdo não ter resposta, porque quem cala, consente”, reclamou Paulo Preto. E lançou uma espécie de advertência aos companheiros tucanos:
”Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro”.
Paulo Preto garantiu à Folha que não arrecadou dinheiro para o PSDB, “mas que criou melhores condições para que houvesse aporte de recursos em campanhas. Isso porque, diz ele, deu a palavra final e fez os pagamentos no prazo às empreiteiras que atuaram nas grandes obras de São Paulo, como o Rodoanel e a ampliação da Marginal” do Tietê.
”Ninguém nesse governo deu condições das empresas apoiarem mais recursos politicamente do que eu”.
Ontem, em entrevista ao portal R7, o advogado de Paulo Preto, José Luis Oliveira Lima, afirmou que seu cliente está processando por danos morais, calúnia a difamação os tucanos que o acusaram de ter arrecadado ilegalmente R$ 4 milhões para a campanha de Serra. Segundo o advogado, os processados são o vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge, e o tesoureiro-adjunto do partido, Evandro Lossacco.
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