No dia 23 de setembro de 2002, em meio à acirrada disputa presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra, o empresário Eugênio Staub, um tucano de carteirinha na época, concedeu entrevista à Folha de S. Paulo afirmando que Lula seria um estadista e declarando seu voto ao candidato petista.
Hoje, após pouco mais de oito anos e no apagar das luzes do segundo mandato de Lula, Staub não tem dúvidas em afirmar que acertou todas as previsões feitas há oito anos.
Naquela entrevista, Staub afirmava que Lula seria o único nome capaz de juntar empresários, trabalhadores e a classe média, o que provocou, na época, uma reação indignada de muitos dos seus pares.
“Não há dúvida que o Lula mostrou-se um estadista”, afirmou Staub ao iG. “Acertei sim todos os pontos daquela entrevista, até nos detalhes.”
Para Staub, Lula acertou, por exemplo, ao ter melhorado a projeção do País no cenário internacional, ao ter tomado decisões importantes no mercado interno, como na crise de 2008, quando transformou o tsunami numa marolinha, e, principalmente, na diminuição sensível da desigualdade social, com a incoporação de dezenas de milhões de pessoas no mercado de consumo, além de ter devolvido a auto-estima aos brasileiros.
“Lula também mostrou-se um estadista, na responsabilidade fiscal e financeira. Não foi um irresponsável fiscal como muitos achavam”, afirmou Staub. “E, ao contrário do que as pessoas falavam há oito anos, sempre trabalhou muito, de forma incansável.”
Outro ponto que Staub destaca do governo Lula foi o de ter percebido que a grande alavanca para o desenvolvimento num País é o investimento público, coisa que, a seu ver, os americanos e os europeus só concluíram agora, após a crise de 2008.
O empresário afirma que é evidente que Lula não resolveu todos os problemas do País, mas promoveu um grande avanço. “Ele conhecia e conhece os problemas do Brasil como ninguém”.
Segundo Staub, há oito anos, Lula tomava posse em meio a muita desconfiança e desesperança dos empresários, e, agora, ele deixa o cargo consagrado tanto no meio empresarial como em todo o País.
O empresário diz que as mesmas previsões otimistas para Lula ele repete para Dilma Rousseff.
“Dilma vai fazer um governo igual ou melhor que o de Lula“, diz Staub. “Dilma é uma pessoa muito competente e responsável e que vai construir sobre esse alicerce enorme que Lula fez”.
Para Staub, “Lula colocou o País numa trajetória positiva de crescimento e de melhora de todos os parâmtros importantes e Dilma vai dar sequência a isso”.
O detalhe é que a empresa de Staub, a Gradiente, não recebeu nenhum benefício durante os oito anos do governo Lula - “muito pelo contrário”, diz ele – e enfrenta hoje sérias dificuldades, que ele tenta reverter há alguns anos. A empresa se encontra em recuperação extrajudicial e Staub promete anunciar em janeiro um plano para sua volta ao mercado em grande estilo.
Veja a entrevista de Staub à Folha em 2002 Aqui
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