Com um papel realmente imprescindível e insubstituível no debate e na mobilização da cidadania para engajamento pró-reforma política, os jornais felizmente começam a cumpri-lo. À sua maneira, mantendo suas posições, as vezes até reacionárias, quanto a questão, mas discutem as mudanças, incitam a iniciativa popular e são unânimes num ponto: a reforma é inadiável.
O Estadão já fez inúmeros editoriais. Ainda ontem publicou o principal do dia com o título "O Disparate do Distritão" dizendo que este é o tipo de sistema que só interessa aos oligarcas do PMDB. De maneira geral, os grandes jornais posicionam-se contra o fim da reeleição. Consideram sua vigência recente (a partir de 1998), que ela precisa ser testada e, nas vezes em que o foi até agora, mostrou-se eficiente. Estão todos, também, contra o distritão e a coligação proporcional.
A Folha faz editorial hoje em apoio ao voto distrital misto - título "Voto distrital" (para assinantes) - externando, ao final, posições com as quais nós, do PT, concordamos. Vejam o que diz o jornal: "Esta Folha defende a adoção do voto distrital misto. Nesse sistema, cada eleitor faz duas escolhas: a de uma lista partidária e a do nome de um candidato individual, nos distritos específicos."
Distrital misto possibilita maior fiscalização do eleitor sobre eleitos
"Com o segundo voto - destaca o editorial - cria-se um mecanismo fiscalizador mais eficiente sobre a atuação do legislador - seus eleitores no distrito e os adversários que anseiam por substituí-lo. A reforma política parece ser uma das prioridades do novo governo no Congresso. É a oportunidade para discutir o aperfeiçoamento das regras para eleições legislativas no país. Não há razão para excluir o modelo distrital misto dos debates."
O jornal O Globo, também, reiteradas vezes já tomou posição sobre a reforma política (leiam post abaixo). Quer o fim das coligações proporcionais, a vigência da cláusula de barreira, a manutenção da fidelidade partidária e o fim do suplente de senador - isto todo mundo quer.
Mas, O Globo critica e não aceita nenhuma das propostas relativas ao distritão e voto em lista e é contra o financiamento público de campanhas eleitorais - estas duas últimas, propostas já aprovadas na 1ª reforma política que o Senado encaminhou à Câmara.
Como se vê pelas posições assumidas por três dentre os grandes jornais do país, a conclusão que se confirma é que o PT está certo na defesa do voto distrital misto ao lado do voto em lista. Estas, na reforma política, realmente devem ser consideradas como as principais propostas por nós petistas.
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