por Zé Dirceu

A crise não é no Brasil

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A grande crise econômica global é na Europa e nos Estados Unidos, e nós estamos sofrendo seus efeitos. Sem entender e sem assumir isso, o Brasil vai continuar atendendo aos apelos - na verdade, pressões - dos articulistas do tucanato e da mídia (em sua maior parte de oposição), e subindo os juros para alegria dos rentistas e do sistema financeiro e bancário. Para eles - oposição, mídia e sistema financeiro - não há nada de imediato a fazer em relação ao câmbio. Só a médio prazo e aí, como sabemos, estarão todos mortos na expressão de Keynes.

Para que vocês tenham uma ideia do tamanho da crise econômica fora do nosso país, na Europa, países de PIB parecido com o Brasil, tem os seguintes déficits e dívida pública: Grã Bretanha, 10,4% de déficit e 80% de dívida pública; França, 7% e 81,7%; Itália, 4,6% e 119%; Espanha, 9,2% e 60,1%; e Portugal, 9,1% e 93%. Outros países, como a Holanda, com 1/3 de nosso PIB, tem 5,4% de déficit e 62,7% de dívida pública. Mesmo a Alemanha - é, ela mesma! - tem 3,3% e 83,2%% respectivamente.

Na Ásia, o déficit do Japão é de 9,8% e sua dívida pública corresponde a 225.8% de seu PIB. A própria Índia (economia emergente e BRIC como nós), tem 5,1% de déficit e 55,9% de dívida pública.

Medidas adotadas pelo governo Lula foram fundamentais

Finalmente, para fechar a série de exemplos, os Estados Unidos tem 9,8% de déficit e 56,9% de dívida pública. E vejam: a despeito desses percentuais, esses países continuam tomando medidas monetárias para estimular o emprego e o crescimento, inundando o mundo de dólares cada vez mais baratos.

Aliás, não podemos esquecer das próprias medidas que o governo passou a adotar a partir da vitória de Lula, e que foram fundamentais para que nos encontremos hoje na situação em que estamos, apesar de sentirmos os efeitos da crise internacional.

Medidas, é bom que sempre nos lembremos, nas áreas de  infra-estrutura, política industrial, inovação, redução tributária para investimentos e produção, redução dos juros e crédito dirigido (vejam a nota Por que caem as exportações e sobem as importações)

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