Eduardo Campos, um político que promete

Aos 45 anos, neto do revolucionário Miguel Arraes, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, guarda sempre um discurso calculado e conciliador. Presidente, controla o PSB, o que mais cresceu nas eleições de 2010. Reeleito com 83% dos votos, Campos frequenta, como a estrela principal, os comerciais do partido agora transmitidos em rede nacional. E diz que não está em campanha para a Presidência. Proclama, desde já, seu apoio à candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014, e declara que não está se descolando do PT. "Não há como descolar o que não está colado" - afirma o governador de Pernambuco. Elogia Lula, mas lembrando, a todo instante, o legado de Fernando Henrique Cardoso.

"O cenário para 2014 aponta como natural a reeleição da presidente Dilma" Eduardo Campos, governador de Pernambuco

Aliança com o PT

"o cenário para 2014 aponta como natural a reeleição da presidente Dilma. Estamos no projeto dela. Fizemos uma aliança estratégica com o PT, mantendo nossa identidade. Nunca tivemos uma posição subserviente. Essa posição fez o PSB crescer. Fomos o partido que mais cresceu nas últimas eleições. Não temos por que alterar esse rumo estratégico. Na política, não tem fila. Temos uma aliança política, mas temos identidades próprias", disse.

Consenso

Campos afirma que o País "foi caminhando, conquistamos a democracia, a Constituição, direito a ter regras estáveis, a estabilidade econômica, agora a causa da sustentabilidade, a responsabilidade fiscal. Há um grande consenso brasileiro sobre esses valores. O governo do PSDB ajudou a estabilidade fiscal. O governo Lula ajudou colocando o dedo na desigualdade. No PSB, queremos ser uma opção, um caminho para governar cidades, estados", acrescentou.

Seu dia vai chegar

Usa uma linguagem favorável a Dilma e ao PT, mas, diante da insistente pergunta "E a Presidência?", não foge: "E um dia será natural. Acredito que o dia do PSB não é em 2014". Também avalia a inchação da base governista e o enfraquecimento da oposição. "A oposição foi se deslocando da pauta real e foi ficando com uma pauta muito institucional. A campanha foi das mais despolitizadas. Quando isso acontece, quem ganha sai muito fortalecido, porque quem perde não deixa um pensamento".

Político realista

Eduardo Campos acredita que essa falta de perspectiva, depois da terceira derrota consecutiva, justifica o movimento do prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, de sair do DEM com o objetivo de fundar um novo partido, para o qual está arrebanhando políticos sem compromissos ideológicos. "Tudo isso levou o governo a ficar muito forte e a oposição muito fragilizada" - afirma, indagando: "Isso é constante? Não. Esse quadro é muito dinâmico".

Homem calculista

A linguagem do governador Eduardo Campos é a de um realista e calculista, que aceita as imposições factuais, mas espera que chegue seu dia, mais cedo ou mais tarde.
por Tarcísio Holanda

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