O livro que desmascarou o Pig

Daqui 100 anos quando historiadores contarem a história da velha(ca) imprensa brasileira, com certeza vão dedicar um capítulo especial para o que aconteceu em 2011.


privatariatucana blogs21 O ano em que um livro desmascarou a imprensa
"Se a Gazeta Esportiva não deu, ninguém sabe o que aconteceu".
(Slogan de um antigo jornal de São Paulo, nos tempos pré-internet, que ainda inspira muitos jornalistas brasileiros).
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2011 foi o ano em que um livro desmascarou o que ainda restava de importância e influência da chamada grande imprensa na formação da opinião pública brasileira.
O suicídio coletivo foi provocado pelo lançamento de um livro polêmico, A Privataria Tucana, do premiado repórter Amaury Ribeiro Júnior, com denúncias sobre o destino dado a bilhões de reais na época do processo de privatização promovido nos anos FHC.
p>Como envolve personagens do alto tucanato em nebulosas viagens de dinheiro pelo mundo, o livro foi primeiro ignorado pelos principais veículos do país, com exceção da revista "Carta Capital" e dos telejornais da Rede Record.
Nos dias seguintes, os poucos que se atreveram a tocar no assunto se limitaram a detonar o livro e o seu autor. Sem entrar no mérito da obra, o fato é que, em poucos dias, A Privataria Tucana alcançou o topo dos livros mais vendidos do país e invadiu as redes sociais, tornando-se tema dominante nas rodas de conversa do Brasil que tem acesso à internet. .
No final de semana, o fenomeno editorial apareceu nas listas de jornais e revistas, mas não mereceu qualquer resenha ou reportagem sobre o seu conteúdo.
Em 47 anos de trabalho nas principais redações da imprensa brasileira, com exceção da revista "Veja", nunca tinha visto nada igual, nem mesmo na época da ditadura militar, quando a gente não era proibido de escrever, apenas os censores não deixavam publicar.
Foi como se todos houvessem combinado que o livro simplesmente não existiria. Esqueceram-se que há alguns anos o mundo foi revolucionado por um negócio chamado internet, em que todos nos tornamos emissores e receptores de informações, tornando-se impossível esconder qualquer notícia.
O que mais me espantou foi o silêncio dos principais colunistas e blogueiros do país _ falo dos profissionais considerados sérios _, muitos deles meus amigos e mestres no ofício, que sempre preservaram sua independência, mesmo quando discordavam da posição editorial da empresa onde estão trabalhando. Nenhum deles ousou escrever, nem bem nem mal, sobre A Privataria Tucana, com a honrosa exceção de José Simão.
Alguns ainda tentaram dar alguma desculpa esfarrapada, como falta de tempo para ler e investigar os documentos publicados no livro, mas a grande maioria simplesmente saiu por aí assobiando e mudando de assunto.
O que aconteceu? Faz algum tempo, as entidades representativas da velha mídia criaram o Instituto Millenium, uma instituição voltada à defesa dos seus interesses e negócios, o que é muito justo.
Sob a bandeira da "defesa da liberdade de expressão", segundo eles sempre ameaçada por malfeitores do PT e de setores do governo federal, os barões da mídia promoveram vários saraus para denunciar os perigos que enfrentavam. O principal deles, claro, era "a volta da censura".
Pois a censura voltou a imperar escandalosamente na semana passada, só que, desta vez, não promovida por orgãos do Estado, mas pelas próprias empresas jornalísticas abrigadas no Millenium, que decidiram apagar do mapa, não uma reportagem ou uma foto, mas um livro.
O episódio certamente será um divisor de águas no relacionamento entre a grande imprensa e seus clientes. Por mais que cada vez menos gente acreditasse nessa conversa, seus porta-vozes sempre insistiam em garantir que a mídia grande era independente, apartidária, isenta, preocupada apenas em contar o que está acontecendo e denunciar os malfeitos do governo, em defesa do interesse nacional e da felicidade de todos.
Agora, caiu definitivamente a máscara. Neste final de semana, ouvi de várias pessoas, em diferentes ambientes, que vão cancelar assinaturas de publicações em que não confiam mais.
Como jornalista ainda apaixonado pela profissão, fico triste com tudo isso, mas não posso brigar com os fatos. Foi vergonhoso ver o que aconteceu e não deu para esconder. Graças à internet, todo mundo ficou sabendo.
E agora? O que vão dizer aos seus ouvintes, leitores e telespectadores?
por Ricardo Kotscho

3 comentários:

  1. O Brasil encerrou o mês de novembro com 236,08 milhões de linhas de celulares, de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira, 19, pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Nos últimos 12 meses, foram habilitados 38,54 milhões de acessos de telefonia móvel, com crescimento de 19,51% em relação ao período anterior. Com isso, a chamada "teledensidade" no País chegou a 120,81 linhas a cada 100 habitantes. Fonte: Estadão

    A esquerda, em qualquer parte do mundo, e principalmente no Brasil, insiste em manter o país no atraso tecnológico, econômico e principalmente social.

    Estamos sempre vendo críticas da esquerda contra o programa de privatização de governos anteriores. Acusam seus adversários de corrupção durante o processo de privatizações, mas após nove anos no poder não moveram nem uma ação sequer contra as supostas irregularidades no processo.

    Das duas uma, ou as irregularidades não existiram ou o governo lulo petista foi e é conivente com as irregularidades cometidas.

    Não se pode negar, pelo que lemos da notícia acima, que as privatizações só trouxeram benefícios para a sociedade. Na telefonia, provocou a democratização da mesma tornando o telefone acessível a todos os brasileiros.

    Quem não se lembra da época da telefonia estatal quando o telefone era um bem apenas acessível as elites?

    Temos hoje no Brasil um crescimento pífio, um programa social degradante, um sistema de saúde pública que não atende minimamente a população carente.

    Ou o Brasil acaba com esta esquerda retrógrada ou a esquerda acaba com o Brasil.

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  2. Briguilino - Você já leu o livro ou continua repetindo o que ouve dos seus chefes do PT?

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  3. Não vou fazer aqui uma crítica ao livro "A Privataria Tucana" pelo fato de não ter lido o livro, Sem ler o livro não há como fazer uma crítica contra ou a favor.

    Se fizer uma crítica contra, só por não simpatizar com o autor, vou estar agindo como os nazistas que queimavam livros em praça pública devido ao fato dos autores serem judeus ou inimigos do regime nazista.

    Se fizer uma crítica favorável com base apenas no título do livro ou no resumo do que está nas orelhas do livro, seria muita irresponsabilidade. Estaria apoiando uma ideia a qual desconheço.

    A crítica que faço aqui é para os comentários que tenho visto na Internet, comentários de Ricardo Kotscho, José Dirceu e outros. Espero que eles tenham lido o livro antes de recomendar sua leitura.

    O problema é que o pessoal do PT busca incansavelmente crimes e mal feitos feitos por integrantes do governos anteriores para justificar os seus crimes e esconder o que ocorre hoje. Se esquecem que crimes cometidos no passado não justificam crimes cometidos hoje.

    Uma pergunta que geralmente faço nos blogs e aos jornalistas que defendem o governo lulo petista é a seguinte:

    Se as denuncias de mal feitos no governo de FHC ou nos governos anteriores são verdadeiras, por que o governo lulo petista, através do Ministério da Justiça, não iniciou um inquérito da Policia Federal e não moveu processo contra os mal feitores?

    As dúvidas que ficam são: O lulo petismo não tomou providências por ser conivente com os mal feitos? O governo lulo petista não tomou providências por incompetência, ou será que foi porque estges mal feitos não exisitiram?

    Com a palavra os defensores do governo mais corrupto de nossa história.

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