por Carlos Chagas
Gilmar Mendes perdeu o bom-senso, fala pelos cotovelos e acusa o ex-presidente Lula de querer melar o julgamento do mensalão. Acrescenta que gangsteres tentam desmoralizar e constranger o Supremo Tribunal Federal. Defende-se de acusações não comprovadas sobre seu envolvimento com Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira, misturando a defesa com a honra da mais alta corte nacional de justiça. Pratica o corporativismo, pretendendo que ataques e suposições contra sua pessoa signifiquem agravos contra o Poder Judiciário. Convenhamos, é muita areia para um caminhão só.
No reverso da medalha, o PT denuncia manobra daqueles que querem desmoralizar o partido e o Lula, com notórios objetivos eleitoreiros. Falando pouco, o ex-presidente revela-se indignado e acrescenta jamais haver pressionado o Supremo.
O presidente do PT, Rui Falcão, restringe a crise às eleições municipais, esquecido de que os companheiros candidatos às prefeituras das capitais vão de mal a pior nas pesquisas, jamais se justificando o julgamento do mensalão como fator da derrota petista.
Seria olhar a confusão com binóculos invertidos.
Na verdade, o PT e o Lula gostariam que o julgamento do mensalão não se realizasse este ano, para não tornar ainda mais desastrosa a performance dos candidatos do partido, com ênfase para a prefeitura de São Paulo e as pretensões de Fernando Haddad.
Também é certo que, no Supremo, os ministros não nomeados por Lula e por Dilma, a começar por Gilmar Mendes, solidarizaram-se com ele. Celso de Mello e Marco Aurélio Mello não pouparam o ex-presidente da República, mas os nomeados por ele e a sucessora rejeitam o corporativismo. Não se ouviram manifestações de Carmem Lúcia, César Peluso, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Dias Tofoli, Luis Fux e Rosa Weber. O próprio presidente da casa, Ayres Brito, só falou que ninguém põe a faca no pescoço do Supremo.
Do jeito que as coisas vão, entre tantas agressões e desacatos, emergirá uma explicação maior. O causador de toda essa pantomima que desmoraliza as instituições só pode ser o dr. Silvana, o arqui-inimigo da Humanidade, aquele que imagina antecipar o fim do mundo acabando com o Brasil. Aliás, há quem julgue estar disfarçado de Carlos Cachoeira...
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