[...] O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Penal 470, vulgarmente conhecida como “Mensalão”, tem personagens que se assemelham, em muito, a Corte Suprema judaica nos tempos de Cristo. O rito sumário, o julgamento sem provas, a sentença capital. Por tudo isto é possível comparar o ministro Joaquim Barbosa com o sumo-sacerdote Caifás. A atuação de ambos não visa conhecer a verdade. O objetivo, naqueles dias e hoje, é o da condenação.
E quem era superior a Caifás naquele julgamento de Cristo senão o governador romano Pôncio Pilatos? Pois tal e qual, o presidente do STF, Carlos Ayres Brito, lava as suas mãos diante do festival de grosserias e impropriedades cometidas pelo ministro Joaquim Barbosa no decorrer do julgamento.
Assim como Caifás, o ministro Joaquim Barbosa joga com a plateia. Com apoio da mídia ultra-conservadora e da TV Justiça, instiga a população contra os réus. Ele não julga, condena. E não apenas condena, instiga o povo ao linchamento moral dos acusados, à mesma maneira que Caifás ordenou o suplício do Galileu.
Não há Cristo ou salvadores sendo julgados no STF. Mas há alí, homens e mulheres que foram privados de sua humanidade. Sua dignidade e seus direitos foram vilipendiados. Ao condenar com base em evidências, e não com base em provas é como se o Supremo-Relator bradasse: “Toda presunção de inocência será negada”!
Ao seu tempo, Caifás estava a serviço da reação. Seu objetivo era claro: evitar o surgimento de uma nova religião entre os judeus. E o que está por detrás, pergunto eu, do açodamento do relator e da passividade do presidente?
- Por que o “Mensalão Tucano” foi desmembrado, ou seja, será julgado inicialmente em primeira instância e só depois, eventualmente pelo STF, enquanto ao dito “Mensalão Petista” foi negada a possibilidade de julgamento em duas instâncias?
- Por que a compra de votos feita pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para a aprovação da emenda da reeleição nunca foi julgada?
- Por que os processos contra o PT e seus aliados correm mais céleres?
- Por que há dois pesos e duas medidas.
O mesmo Cristo, ensinou: “com a medida que medires, também serás medido”.
Convenhamos, Caifás não ocupa o melhor lugar na história. Será assim que Joaquim Barbosa gostaria de ser lembrado? Leia a íntegra do artigo Aqui
Essa sua comparação entre o julgamento do mensalão e Caifás fez-me lembrar de Honoré Daumier, por sinal crítico da justiça e do sistema e, por isso, amargou anos na cadeia.
ResponderExcluirAté Fernando Hadad, candidato do PT a prefeito de São Paulo reconhece a culpa do réus do mensalão e não quer ser associado a eles.
ResponderExcluirJá o Briguilino e outros nazi petralhas, massa de manobras da máfia do PT, não se importam em defender bandidos.
A campanha de Fernando Haddad (PT), candidato à Prefeitura de São Paulo, declarou à Justiça Eleitoral ser “manifestamente degradante” para ele ser associado aos colegas de partido José Dirceu e Delúbio Soares e ao deputado federal Paulo Maluf (PP), que integra sua chapa. Dirceu e Delúbio encabeçam a lista de réus políticos do processo do mensalão.