O Vaticano se mexe

Os apelos do papa Francisco
Ele parece estar redesenhando algumas diretrizes da Igreja, mas o faz à sua maneira, em aparência desenvolta, mas, sem dúvida, muito refletida. Um dia ele faz uma confidência leve. Noutro, dirige-se ao mundo inteiro com veemência a favor da paz na Síria. Ou ainda, um de seus ministros solta uma ideia e essa ideia é uma "bomba" (o questionamento do celibato dos padres). Em outras ocasiões, ele permanece em silêncio enquanto se aguarda a sua palavra. Em suma, o papa Francisco é um comunicador excepcional.
 
O celibato dos padres. Nada de novo. Fala-se disso há dois mil anos. É assunto requentado. Há muito que os teólogos nos informam de que essa regra não é um dogma, mas uma decisão tardia (século 11) tomada para evitar complicações sobre a herança dos filhos de padres. E, com certeza, um teólogo é muito inteligente, mas não é um homem de governo.
 
CELIBATO
Alguns dias atrás, porém, a hipótese do fim do celibato foi evocada não por um filósofo, mas por um homem do aparelho, o novo secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin. Em outros tempos, se um prelado se aventurasse a semelhante derrapada teria sido chamado às falas no mesmo dia, com uma advertência glacial. Nada disso, desta vez. Entretanto, como há alguns dias Francisco defendeu o celibato, as pessoas ficaram perplexas.
Gilles Lapouge

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