A presidente Dilma Rousseff atacou os adversários na corrida presidencial e afirmou que não foi eleita “para tirar direito de trabalhador” ou “adotar medida ‘antipopular’”.
“O PDT conviveu e lutou ao longo de toda sua história contra o udenismo e o golpismo. Conhece suas artimanhas. Trabalhismo só nós temos. Só tem um grupo político, uma corrente no Brasil, que é capaz de combater o retrocesso, a volta atrás, o arrocho salarial, o desemprego, a recessão, que é o nosso lado”, afirmou Dilma, em discurso na convenção do PDT em Brasília para selar o apoio à sua reeleição.
“Nós somos capazes de avançar, somos capazes de aprofundar a distribuição de renda, garantir crescimento com estabilidade”, afirmou.
Dilma rebateu as críticas à política econômica e afirmou que o país manteve o nível de emprego mesmo com a segunda maior crise economia internacional desde 1929.
“Mantivemos o emprego crescendo. Só no meu período chegamos, até agora, a 4,9 milhões [de empregos criados], e certamente vamos chegar a mais de 5 milhões. É uma conquista inegável. Quando todos os países aumentaram o desemprego para estimular o crescimento, nós não combatemos a crise assim”, disse.
A presidente também afirmou que a inflação em seu governo e no do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi menor que nos dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que governou de 1995 a 2002.
“Hoje tem uma campanha que diz sistematicamente que a inflação está sem controle no Brasil. Todo mundo sabe que a inflação é cíclica. Em junho, julho, agosto, ela sobe. Até fevereiro estaciona, depois dá uma caída. É o fluxo da inflação, há 15 anos acontece assim”, disse. “A inflação está sob controle e o país tem todas as condições de manter crescimento constante e contínuo a partir de agora.”
Oportunismo “do mais deslavado nível”
Em seu discurso, Dilma afirmou ainda que os adversários mostram um oportunismo “do mais deslavado nível” ao afirmarem agora que programas do governo, que antes eles criticaram, não são monopólio da atual gestão.
“O povo do 'não vai dar certo', geralmente faz o seguinte: quando a gente lança o programa, eles falam 'não vai dar certo'. Aí fazemos o programa, e eles malham, dizem que não está dando certo. E agora sabe o que eles estão fazendo? Estão dizendo que o programa não é exclusivo de ninguém, que eles vão fazer também”, afirmou.
A presidente fez uma referência ao discurso dos presidenciáveis Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB), que têm prometido em suas declarações manter programas dos governos do PT, como o Minha Casa, Minha Vida, o Mais Médicos e o Bolsa Família.
“Mostra oportunismo do mais deslavado nível. Fizeram isso com o Mais Médicos. Falaram mal, mas agora que trouxemos para o Brasil 14 mil médicos, beneficiando 49 milhões de brasileiros que não tinham cobertura [...], agora dizem que o Mais Médicos não é monopólio de ninguém”, disse.
A presidente reafirmou que o Bolsa Família está “seguro” com o atual governo e que o programa foi feito por aqueles que têm vontade política. Exaltou ainda a redução da pobreza nos últimos 12 anos, mas disse que o fim da miséria é só o começo e prometeu reforçar programas como o Minha Casa Minha Vida para dar qualidade à população.
Dilma agradeceu o apoio do PDT – que deve ser confirmado em votação nesta tarde – e disse que o partido, ao qual foi filiada, vai participar do núcleo de sua aliança. “Juntos, somos invencíveis”, disse.
por Bruno Peres e Rafael Di Cunto no Jornal Valor
Nenhum comentário:
Postar um comentário