A nova matéria da Folha sobre as trampolinagens com dinheiro público do candidato tucano - embora seja incompleta porque este blog já mostrou aqui que o Governo de Minas prevê, no Orçamento, a possibilidade de pagar mais R$ 3,5 milhões ao tio de Aécio pelo terreno do aeroporto – tem mais significado pelo que representa politicamente do que pela denúncia, em si.
Está claro que o jornal está publicando “aos poucos” cada detalhe sórdido de um dos negócios do baronato Neves que, na internet, já estão bem mais expostos.
O asfaltamento aeroporto de Montezuma, cidadezinha de sete mil habitantes onde Aécio tem negócios, por exemplo, sai hoje discretamente em O Globo, três dias depois de revelado neste Tijolaço.
E ainda sem uma palavra sobre o estranhíssimo usucapião de 950 hectares de terras públicas (o que é vedado pela Constituição – obtidos pelo pai de Aécio e agora herdados por ele e sua irmã, confirmado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, numa decisão por 5 a 4 e contra o voto do relator.
Como também ainda não se falou sobre o inacreditável preço da obra, muito mais cara que qualquer outra assemelhada, com valores suficientes para construir um aeroporto comercial de pequeno porte.
Cede ou tarde, pelo jornais ou pelas novas possibilidades de comunicação que temos hoje, todos estes fatos chegarão ao conhecimento geral.
E o que fará Aécio Neves, cujo único programa de campanha é o udenismo moralista que apregoa?
Não é possível saber o que motivou a matéria da Folha.
Supor que é obra de Serra é possível e compatível com o ódio do tucano paulista, mas é também um suicídio coletivo.
O fato é que Aécio, que já não decolava nas pesquisas, teve as asas severamente cortadas.
Daqui a pouco aparece quem usava a pista, a de terra e a asfaltada.
Já há, sem trocadilho, uma pista: o video que mostra a decolagem,ainda no cascalho, do Cesna prefixo PT-IRO, da Wanmix, empresa de Daniel Wandeley, doadora de campanha do PSDB, do PSB e do PV, e que forneceu o concreto para a construção da Cidade Administrativa Tancredo Neves, a maior obra do Governo Aécio.
O silêncio sobre Minas foi rompido.
O silêncio, agora, é de Aécio.
por Fernando Brito - Tijolaço