Aécio cresceu na reta final mas enfrenta derrota estratégica em Minas

O Waterloo de Aécio Neves
por Paulo Moreira Leite - 247

Aécio Neves teve um desempenho acima do que indicavam as pesquisas do primeiro turno e entra no segundo com uma desvantagem de oito pontos em relação a Dilma — durante a campanha, essa diferença era pelo menos duas vezes maior.

O candidato do PSDB colheu um resultado amargo em Minas Gerais, com a vitória de Fernando Pimentel no primeiro turno.

Na luta interna tucana, onde disputava a vaga de presidente, perdeu duas vezes para José Serra antes de conseguir lançar-se na disputa pelo Planalto. Em 2014, Aécio nunca esteve na liderança das pesquisas e bastou a aparição de Marina Silva para que fosse derrubado para o terceiro lugar, de onde só conseguiu sair nos últimos dias.

A derrota em Minas deixa Aécio sem lastro real. Mostra que o candidato do PSDB está sendo reprovado pelo próprio eleitorado, no Estado onde fez usa carreira. Na noite de ontem, Os índices de aprovação altíssimos das pesquisas de opinião, mencionados com frequência nos debates e no horário político, perderam todo o sentido diante da palavra final do eleitor, criando uma dificuldade essencial no futuro político de Aécio Neves.

Toda sua propaganda consistia, até agora, num culto ao mito da própria eficiência, exibida em alto contraste diante do desempenho da presidente. Ele pedia votos com o argumento de que sabia como resolver as dificuldades de governo — e Minas era a prova do que dizia.

Com a vitória de Pimentel, o bom desempenho de Aécio no plano nacional mostra-se vulnerável dentro de casa.



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