[...] o que mais chama a atenção é a virada eleitoral da presidente Dilma
Pesquisas em profusão à medida que estamos a pouco mais de 72 horas do início da votação no 1º turno da eleição deste ano. Só ontem saíram duas, Datafolha e IBOPE. O que mais chama a atenção em ambas é a virada da presidenta Dilma Rousseff nos três principais Estados do país, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas que juntos concentram cerca de 40% do eleitorado nacional.
Uma virada que consolida a vantagem da presidenta candidata à reeleição e lhe garante um 1º lugar com ampla vantagem no primeiro turno e sedimenta sua vitória, mais do que provável, no 2º turno. Já sua adversária, a candidata do PSB, ex-senadora Marina Silva, perde votos e se aproxima do rival concorrente pelo PSDB-DEM, senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Pelo Datafolha, por exemplo, Aécio tem ele 20% das intenções de voto e Marina 25%, quando ela tinha há apenas 12 doze dias uma vantagem de 13 pontos sobre ele. Marina está em queda livre, portanto e, tudo indica, isso pode levar a uma disputa pela vaga no 2º turno entre eles por menos de um 1% dos votos.
Melhora da avaliação do governo e maior conhecimento sobre Marina explicam virada
Essa mudança no quadro eleitoral se deve fundamentalmente a uma melhora da avaliação do governo (no apoio e aprovação populares ao governo) e do país entre os eleitores-cidadãos, uma melhora fruto, em parte, da campanha no rádio e TV da presidenta Dilma, e por outro lado, pelo fato da candidata Marina ter assumido na prática o programa tucano.
Vejam, sequer a questão ambiental, uma das marcas da história de Marina, sobrou, foi o carro chefe da campanha dela. Por outro lado seu conservadorismo comportamental desbragado afastou dela o eleitor jovem das grandes cidades.
Na virada, o grande mérito da campanha da presidenta é que ela priorizou e politizou o debate político e confrontou, para além das realizações de seu governo (que já lhe garantiam 36% dos votos, conforme atestavam as pesquisas), os modelos econômicos e as políticas públicas – confrontou as propostas por Marina X as praticadas pelos governos do PT nos últimos 12 anos.
Bolsa de Valores, termômetro mais claro da derrocada da candidata do PSB
Some-se a isso tudo a fragilidade política e emocional de Marina. Ela se expôs perante o eleitorado e se mostrou como não preparada para ser presidente da República. Suas alianças desmoralizaram sua “nova política”, suas coligações partidárias ditas pragmáticas são as conhecidas coligações fisiológicas – agora têm outro nome… – suas propostas econômicas a igualaram ao mais descarado neoliberalismo e a identificaram com os bancos e as elites, o caminho seguro para a sua derrota.
O sinal mais claro da derrocada da candidatura Marina, que já era dada por um bom tempo pela mídia e por uma parte da oposição como vencedora, é a reação do mercados via Bolsa de Valores, que descambou para a mais desbragada especulação, principalmente com o objetivo de prejudicar a candidatura da presidenta Dilma.
Isso ocorreu, em parte como fruto da situação internacional (incógnita quanto a recuperação da economia dos EUA, da Europa, crise na China-Hong Kong, as dificuldades de o mundo superar os resquícios da crise global de 2008), porém ocorre aqui de forma despropositada. Aqui é a especulação pura e simples com a qual espertalhões ganham as custas de incautos que acreditam piamente no que diz nossa mídia totalmente engajada no projeto de derrotar o PT a qualquer preço.
do blog do Zé
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