A presidenta Dilma Rousseff recebeu nesta quarta-feira (10) o relatório final da Comissão Nacional da Verdade. A chefe do Executivo recebeu o documento das mãos dos membros da CNV, após dois anos e sete meses de trabalho.
Em seu discurso, Dilma se emocionou ao fazer referência aos brasileiros que perderam parentes e amigos vítimas da ditadura. A presidenta chegou a chorar e foi aplaudida de pé pelos presentes no evento:
“Vou repetir o que eu disse quando lançamos a Comissão Nacional da Verdade. Disse que o Brasil merecia a verdade, as novas gerações mereciam a verdade, e principalmente aqueles que perderam…”, quando o choro interrompeu se discurso. Na sequência, Dilma continuou: “Que continuam sofrendo como se eles morressem de novo a cada dia”.
A presidenta foi presa política durante a ditadura e torturada pelos militares. Em maio de 2008, Dilma, então ministra de Minas e Energia, respondeu a insinuações do senador Agripino Maia, do DEM:
“Aguentar tortura é algo dificílimo, porque todos nós somos muito frágeis. A tentação de dizer a verdade é muito grande. A dor é insuportável. Eu salvei companheiros da mesma tortura e da morte.”
A Comissão Nacional da Verdade concluiu o relatório após dois anos e sete meses de trabalho, que renderam um documento de cerca de 2 mil páginas. Foram analisadas as violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988, mas principalmente na ditadura militar, de 1964 a 1985.
João de Andrade Neto,