Da Redação do Vi o Mundo
O site do PT foi rápido ao preparar uma arte (acima) com os símbolos de todas as empresas de mídia que tiveram nomes de seus executivos e jornalistas ligados ao escândalo do HSBC.
O redator do texto que acompanha a ilustração parece ter tido imenso prazer em apontar a hipocrisia de alguns dos integrantes da lista:
A lista mais recente, divulgada pelo jornalista Fernando Rodrigues e pelo site do jornal “O Globo”, contém o nome do já falecido empresário Otávio Frias, fundador do Grupo Folha, e de seu filho, Luís Frias, um dos donos do Uol, como beneficiário de conta no paraíso fiscal.O material também revela o nome de Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, da Globo, morta em 2011, com nada menos que US$ 750,2 mil. O material caiu como uma bomba dentro da organização que tentou desviar a atenção do caso relacionando o ex-marido de Lily, Horácio de Carvalho, morto em 1983, aos recursos.Quatro integrantes da família Saad, da Rede Bandeirantes, também mantinham contas no HSBC, em Genebra. São eles, João Jorge Saad, a empresária Maria Helena Saad Barros, Ricardo Saad e Silvia Saad Jafet.A conta de José Roberto Guzzo, colunista e membro do conselho editorial da Abril, que edita a revista Veja, um dos mais raivosos meios de imprensa contra o governo e o Partido dos Trabalhadores, também foi revelada.O apresentador do SBT, Carlos Massa, conhecido como Ratinho, manteve a bagatela de US$ 12,4 milhões nos cofres suíços, enquanto desfere discurso contra políticos em seu programa de tevê.Mona Dorf, jornalista ligada à Rádio Jovem Pan, que mantém programa no qual profere libelos contra a corrupção, mantinha US$ 310 mil na conta no paraíso fiscal.
Falta apenas o PMDB indicar seus integrantes na CPI, criada por requerimento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
A justificativa oficial fala em investigar o HSBC, não os correntistas:
Requeremos a Vossa Excelência, nos termos do § 3º do art. 58 da Constituição Federal e do art. 145 do Regimento Interno do Senado Federal, a criação de comissão parlamentar de inquérito, composta por onze Senadores titulares e seis suplentes, para investigar, no prazo de cento e oitenta dias, irregularidades praticadas pelo HSBC na abertura de contas irregulares, em que mais de U$ 100 bilhões foram potencialmente ocultados ao Fisco de mais de 100 países, dentre os quais há cerca de 8.000 brasileiros, com uma estimativa preliminar de mais de U$ 7 bilhões que se furtaram a cumprir suas obrigações tributárias, evidenciando a potencial prática de crimes que vão de evasão de divisas a inúmeras fraudes fiscais, e que podem estar associadas a um incontável número de outras redes criminosas.
Isso é relevante, já que tudo indica que os barões da mídia atuarão através de seus lobistas para tentar circunscrever as investigações.
No entanto, falando ao jornalista Fernando Rodrigues, que sentou sobre a lista durante longas semanas, o senador Randolfe prometeu que um de seus primeiros requerimentos depois de instalada a CPI será para a quebra do sigilo fiscal das pessoas que já tiveram seus nomes revelados.
Para a CPI é muito fácil fazer uma lista de todos os nomes e contas bancárias que o UOL e o Globo já publicaram, enviar tudo para a Receita Federal e requerer a quebra do sigilo fiscal. Vamos pedir que nos digam quem dessas pessoas declarou Imposto de Renda e incluiu nas suas declarações de bens as contas no exterior, na Suíça.
Como não se investiga quem já morreu, isso significa que nada mais saberemos sobre as contas de Lily de Carvalho, a viúva de Roberto Marinho, e Octávio Frias de Oliveira, o fundador da Folha.
Mas saberemos de Ratinho, Luiz Frias (beneficiário da conta do pai), Ricardo Saad, João Santos e José Roberto Guzzo.
Será que a CPI vai mesmo encarar?
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