Palocci, o outro de tolo de Moro, por Edivaldo Dias de Oliveira
Depois de amanhã quarta feira, é dia 13, número emblemático do PT e de todxs nós petistas, com ou sem carteirinha, como eu.
É também o dia do segundo depoimento de Lula, frente a frente com Moro em segundo processo. No primeiro, dizem, Lula ganhou de lavada, aplicando-lhe uma surra merecida, mas o juiz é o dono da bola e Lula foi condenado. Também será condenado nesse segundo enfrentamento, mas parece que Moro não quer tomar mais uma surra do condenado como da outra vez, mas vai.
Para evitar a surra tomou o depoimento de Palocci, preso há quase um ano, preso mais próximo do ex presidente, segundo contam. Fez Palocci ajoelhar no milho, delatando o amigo como criminoso, para ter sua pena reduzida, pelo amor de Deus! Pois como diz a música de Zé Ramalho, Vila do sossego “Nas torturas, toda carne se trai” e embora haja exceções como Zé e Vaccari, o ex ministro não ficou entre elas.
Tudo isso uma semana antes do depoimento de Lula, numa demonstração pública de que a prática da tortura vem se tornando corriqueira em Curitiba, através da PF, Procuradoria e Justiça de lá, com a cobertura e ou acobertamento da Rede Globo, como foi no período militar, sem que para isso haja por parte dos torturadores qualquer preocupação em esconder ou dissimular a sua prática, como ocorria naquele tempo sombrio, muito pelo contrário, fazem questão de demonstrar o que fazem, como fazem e contra quem fazem, e quem não gostar que vão se entender com eles, que eles torturam também.
Curitiba ainda será conhecida como a capital nacional da tortura, graças a Lava Jato.
Qualquer semelhança com a existência de milícias nos morros cariocas ou do PCC em São Paulo não é mera coincidência. Num caso como noutro, estamos diante da falência do Estado e quando isso ocorre, impera a delinquência, a lei da selva grassando por todo o país, como nos mostra os chefões dos morros e da Lava a Jato. É o tempo perfeito para o surgimento do tirano, do salvador da pátria, se bem que este já foi posto lá pelos milicianos de Curitiba, que fazem o papel de lugares tenentes da Globo, que agora quer desalojá-lo de lá. O que vai ser difícil por se tratar de bandidos que não tem para onde ir se não para a cadeia, são pessoas desesperadas e dispostas a matar e morrer, como aqui já escrevi. Quanta diferença de quem eles tiraram!
Mas voltemos ao dia 13. Moro está certo de ter nas mãos uma pepita de ouro, capaz de colocar Lula também de joelhos, na lona. Ledo engano: é ouro de tolo, daquele que fazendeiros malandros espalhavam por suas terras no velho oeste americano para vendê-las a aventureiros incautos e ambiciosos a peso de ouro, que tem o nome cientifico . Vou mostrar;
- Sendo Palocci o mais próximo amigo de Lula a depor, é dele também a maior responsabilidade em apresentar provas documentais de seu depoimento e isso ele não fez e não fará.
- Temer tem Rocha Loures, a quem disse a Joesley ser seu homem de confiança, apto a pegar mala de dinheiro com direito a filmagem.
- Lúcio Funaro está entregando pilhas de documentos da sua delação.
- Geddel reservou um apartamento só para guardar malas e caixas de dinheiro dele e provavelmente dos amigos.
O que Palocci entregou? Nada.
- O que disse sobre a existência de provas contra Lula? Nada.
- O Amigo preso mais intimo do Lula não tomou parte em nenhuma reunião importante com ele envolvendo valores escusos. Que estranho!
- Não trocou nenhum telefonema com ele relacionado com corrupção, mesmo em conversas disfarçadas, codificadas. Que confiança!
- Não trocaram e-mails sobre temas afins. Que coisa!
- Não estabeleceram uma ponte entre ambos, alguém com quem pudesse trocar informações e que agora pudesse apontar como prova entre as partes. Santa ingenuidade Batman! Palocci ingênuo...?
- Mesmo num lance de traição Janotiana, poderia entregar seu secretário particular como a pessoa que fazia o meio de campo; não fez.
A maior prova do seu falso brilhante é a entrega de Dilma na mesma bandeja de Lula, pois todos sabem do rancor que nutre por ela, como sabem também que Dilma pode ser portadora de muitas incompetências, como todos nós, mas o apreço pelo mal feito não está entre elas e foi por isso que Palocci não se criou em seu governo.
Quem, entre todos os delatores, mais deveria dar concretude, prova, aos desejos, devaneios e convicções do juízo de fala fina e faro grosso nada entregou ou disse que entregaria. Mas o juízo se deu por satisfeito, achando que tem nas mãos o mapa do tesouro, se não o tesouro inteiro.
A (i)responsabilidade e desfaçatez de Moro em condenar Lula em mais um processo fraudulento ficará muito maior aos olhos do mundo e toda a Lava Jato vai se desmoronando como um castelo de areia, ou como a Mãos Limpas em que o juiz se inspira e que teve um final desastroso para a sociedade italiana.
Aos italianos foi dado Berlusconi, a nós o Temer, aos dois povos um rastro de destruição, escândalos e roubos muito mais nocivos do aqueles que disseram combater.
Moro, após o depoimento de Palocci, deveria ser o maior interessado no adiamento da oitiva de Lula, até que o depoente entregasse as provas do que delatou. Mas não fará isso, pois no fundo sabe que as provas não existem nem vem ao caso.
Por tudo isso, no dia 13 de setembro de 2017, Moro crava mais um prego no caixão da Lava jato, cuja destruição e desmoralização ele e Dallagnol são os maiores responsáveis.
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O nome cientifico é malacacheta - mineral de grande resistência ao calor, usado em ferros elétricos -. No sertão de Quixeramobim - Ceará chamamos de maracaxeta.
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